Dicas de produções antirracistas para você se aprofundar no tema
Nesta matéria da série Por uma vida antirracista, trazemos recomendações de livros, filmes, podcast e mídias alternativas para você se aprofundar no tema do antirracismo e da negritude
Na segunda matéria da série Por uma vida antirracista, publicada aqui no portal da Vida Simples, descobrimos que a jornada antirracista começa na educação. No mundo atual, com várias ferramentas e plataformas à nossa disposição, está fácil acessar produções antirracistas nacionais e estangeiras e aprender muito com elas.
São obras artísticas e baseadas na ciência, que buscam os conceitos mais atuais da ciência social e da filosofia, e que trazem, sobretudo, novas perspectivas, questionam conceitos, crenças e ideias pré-estabelecidas. Além disso, promovem reflexões mais contextualizadas sobre culturas, sociedades e vivências.
Nesta matéria que compõe o especial, selecionamos algumas produções — entre livros, filmes, documentários, podcast e sites — que têm a negritude e o antirracismo como temas centrais. Com elas, você pode se aprofundar na temática, além de apoiar autores, escritores e produtores negras e negros.
Três livros sobre antirracismo
Manual prático de educação antirracista
Allan Pevirguladez
Cortez Editora
O educador e escritor Allan Pevirguladez coloca nas páginas do Manual Prático de Educação Antirracista sua experiência em sala de aula. Entre as histórias, ele relata sobretudo o caso de sucesso na busca por educação libertadora quando utiliza a Música Popular Brasileira Infantil Antirracista (MPBIA), uma técnica pedagógica que é referência nacional em educação antirracista.
A obra visa ajudar pais, professores e outros membros da sociedade a construir espaços mais inclusivos e com mais equidade.
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O perigo de uma história única
Chimamanda Ngozi Adichie
Companhia das Letras.
O livro da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie questiona como construímos nossos conhecimentos, ideias e impressões sobre o mundo, os outros e nós mesmos.
Isso porque aprendemos a partir das narrativas que ouvimos. Nesse sentido, se não temos contato com histórias diversas, acabamos com uma perspectiva limitada.
A proposta da autora é, então, que as pessoas busquem fontes de conhecimento diversificadas e que sejam cautelosas ao ouvir somente uma versão da história.
O livro é a adaptação de um discurso da autora, feito em 2009 no TED Talks.
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Torto arado
Itamar Vieira Junior
Editora Todavia.
A obra literária se passa no interior da Bahia e conta a história de trabalhadores rurais e descendentes de escravizados, incluindo as dificuldades que enfrentam ao longo das gerações.
As protagonistas, as irmãs Bibiana e Belonísia, trazem perspectivas e ações diferentes a respeito dos acontecimentos e da realidade da comunidade. Enquanto uma foi atrás de estudos formais e retornou para reivindicar o local como terra quilombola, a outra desenvolveu uma profunda conexão com o território e com a espiritualidade.
O livro é vencedor dos prêmios Leya, em 2018, e do Jabuti, em 2020.
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Podcasts sobre a história do Brasil
Projeto Querino
Não é possível entender o Brasil de hoje sem olhar para o passado e o papel das pessoas negras na construção desta nação. É com essa ideia que o Projeto Querino investiga como o país se constituiu sobre as estruturas da escravidão e do racismo e como isso repercute até hoje. Além disso, ele apresenta personalidades muito relevantes para o país, mas que não são tiveram grande destaque por um motivo: serem pretas.
Os oito episódios estão disponíveis em todas as plataformas de áudio, assim como no YouTube e no site do Projeto Querino, que conta também com materiais extras e vídeos com tradução em Libras.
História Preta
Em seus episódios, o podcast História Preta resgata a memória da vida de pessoas negras que influenciaram a cultura, a arte, a literatura e a política brasileira.
Para além de simples biografias, o podcast aprofunda-se nos contextos das épocas de seus biografados, destrinchando os assuntos. A história do quilombo de Palmares é um exemplo, esmiuçada pelo apresentador Thiago André, em seis episódios.
É possível compreender, com riqueza de detalhes, como Palmares veio a se tornar um dos maiores símbolos de resistência antiescravidão, assim como o papel de Zumbi, a liderança ideal para que esse marco se concretizasse.
Ainda há episódios sobre a cena musical black carioca e a cena literária negra do Brasil, envolvendo perfis como Tony Tornado, Lima Barreto, Maria Carolina de Jesus e Johnny Alf.
Os episódios estão disponíveis em todas as plataformas de áudio e no site de mesmo nome.
Filmes que abordam o antirracismo
Medida provisória
Em um futuro distópico, o governo brasileiro aprova uma medida que obriga as pessoas negras a migrarem para o continente africano com o objetivo de retornarem às suas origens.
Entretanto, os cidadãos não aceitam a imposição e lutam para permanecer no país em que nasceram.
O filme está disponível na GloboPlay.
Marighella
Marighella foi um político, escritor e guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar no Brasil.
Este filme biográfico acompanha sua história em 1969, em que o país vivia um momento de muita violência e incerteza. Então, para fazer frente contrária à repressão vivida, ele e outros guerrilheiros escolhem agir em prol da liberdade.
O filme está disponível na GloboPlay.
Veículos de comunicação independentes e antirracistas
No Brasil, algumas iniciativas de mídia independentes consideram a perspectiva racial para seus trabalhos, realizando produções antirracistas relevantes para quem busca conhecimento.
Isso ocorre porque a mídia tradicional, comumente, não oferece o espaço adequado para pessoas negras, tanto nos bastidores como em temas centrais de notícias e reportagens.
Alma Preta Jornalismo é um exemplo de mídia antirracista. Este ano, ela se tornou o primeiro veículo de comunicação independente a cobrir os Jogos Olímpicos.
Outro nome importante na mídia antirracista é Notícia Preta. Fundada em 2018, ela também conta com a Escola de Comunicação Antirracista.
➥ Mais da série Por uma vida antirracista
– Entenda o que é racismo, preconceito e discriminação
– Como ser uma pessoa antirracista
– Estereótipos marcam a vivência de pessoas amarelas no Brasil
Sobre a série “Por uma vida antirracista”
Esse texto faz parte de uma iniciativa da Vida Simples de criar conteúdos para reflexão de como o racismo atua em todas as esferas do nosso cotidiano, e como ter atitudes antirracistas no dia-a-dia. Entendendo o papel do jornalismo na manutenção de uma sociedade mais informada e consciente, a Vida Simples usa sua plataforma para trazer à tona a luta de pessoas que, por muitas vezes, não têm suas vozes ouvidas. A próxima matéria vai expor o processo de racismo histórico contra pessoas indígenas no Brasil.
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