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    Autismo: o que explica o crescimento mundial nos casos?
    Caleb Woods
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    O número de casos de autismo cresce a cada ano segundo dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) nos Estados Unidos. O relatório mais recente do órgão (2021) mostra que 1 a cada 36 crianças é diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Embora não existam dados no Brasil que ajudem quantificar o crescimento no país, especialistas consultados pela Vida Simples avaliam que a maior qualificação dos profissionais de saúde e outros fatores ajudam a tornar o tema mais conhecido.

    Para a fonoaudióloga Victoria Girão, algumas questões culturais e avanços médicos ajudam a compreender o maior número de diagnósticos no mundo. Um deles, por exemplo, é a maior conscientização de pais e familiares acerca da TEA, o que ajuda na busca pelo diagnóstico precoce.

    “A população está cada vez mais tendo a possibilidade de acessar os serviços de saúde. Há também melhor conhecimento e preparo dos profissionais que acompanham o desenvolvimento infantil levando a detecção precoce dos sinais de autismo“, destaca a especialista.

    Pesquisas em andamento sobre o TEA

    No Brasil, laboratórios de pesquisa no país contribuem para o desenvolvimento de pesquisas que ajudem a desvendar as origens do TEA. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conta com o Laboratório de Estudos e Extensão em Autismo e Desenvolvimento (LEAD), assim como a Universidade Federal da Bahia (UFBA), que gerencia o Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Autismo (LABIRINTO).

    A psicóloga Lívia Aureliano acrescenta ainda que algumas pesquisas no país, como na Universidade Presbiteriana Mackenzie, tem mostrado cientificamente fatores que podem contribuir para o crescimento nos casos de autismo, como poluição, fertilização in vitro e uso de algumas medicações. No entanto, é importante lembrar que essas questões são hipóteses, ainda sem qualquer tipo de comprovação científica. Por isso, a Dra. Lívia Aureliano lembra que as evidências disponíveis até agora mostram que o TEA tem origem muito antes do nascimento. “É uma condição do neurodesenvolvimento desenvolvida na vida intrauterina, cujas causas conhecidas e cientificamente validadas são genéticas”, destaca a pesquisadora, que é doutora em Análise do Comportamento pela Universidade de São Paulo (USP).

     

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    O autismo é influenciado por fatores genéticos?

    Em 2019, por exemplo, o pesquisador Alysson Muotri, da Universidade da California em San Diego, descobriu a associação entre um defeito genético e o diagnóstico de autismo. O estudo levou em conta o gene Setd5, que possui duas cópias no organismo. No entanto, as evidências mostram que a presença de apenas uma cópia no corpo pode influenciar o desenvolvimento de casos de TEA. Ainda assim, esse é apenas um dos inúmeros genes relacionados ao autismo.

    Para a fonoaudióloga Victória Girão, alguns fatores genéticos representam evidências que podem apontar para possíveis casos de autismo. A origem hereditária, como a combinação genética do pai e da mãe, podem influenciar. Outro exemplo são as mutações genéticas associadas ao uso de certos tipos de medicamentos durante a gestação, além da idade paterna avançada.

    “Embora os estudos apontem para essas possíveis associações, não há correlação direta com aumento dos casos de autismo até o momento”, enfatiza a especialista.

    Maior conscientização sobre o tema

    Outro fator que ajuda a explicar o maior número de casos de autismo é o desenvolvimento do conhecimento médico e científico sobre o tema. Hoje, há equipes mais preparadas e pesquisas com maiores evidências, além, é claro, de maior conhecimento das famílias e escolas sobre o comportamento de crianças com TEA.

    “Tanto o avanço do conhecimento científico sobre o tema quanto a maior disseminação de informações sobre as características do TEA foram e são fundamentais para o aumento da busca por avaliações e intervenções de crianças com atrasos no desenvolvimento”, explica a Dra. Lívia Aureliano. Segundo a especialista, isso proporcionou uma evolução dos critérios diagnósticos quanto ao aprimoramento nos instrumentos utilizados para esta finalidade.

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    Dinâmicas familiares e mitos sobre o TEA

    Embora seja comum levantar apontamentos de que fatores culturais, comportamentais e familiares podem levar ao crescimento de casos de autismo, isso é considerado mito pelos pesquisadores. “O estresse parental, especificamente o materno durante a gestação foi um fator já estudado como causa do TEA, mas os resultados apresentam fraca evidência epidemiológica“, explica a Dra. Lívia Aureliano.

    Segundo a psicóloga, cerca de 20% dos casos de autismo têm origem genética e os outros 80% são multifatoriais e epigenéticas, anteriores ao nascimento da criança. Outro mito associado ao tema é a relação de pouco afeto entre os genitores, especialmente da mãe para a criança, algo que foi descartado pela ciência. “No passado existia um rótulo que utilizavam para justificar o autismo a partir das relações familiares da criança, principalmente com mães pouco afetuosas”, explica Victória Girão.

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