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O que você deixou cair pelo caminho?
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Já parou para pensar no tanto de coisa que você pode ter deixado cair acidentalmente da sua bagagem enquanto percorre a sua jornada? E aqui, não estou falando de bagagem emocional – coisa que, quanto menos a gente tiver, melhor -, mas sim da bagagem interna que forma quem você é e, principalmente, o que sempre desejou viver e conquistar.

Quando crianças, sonhamos com o mundo e com os papéis que queremos desempenhar nele. Deixamos nossa imaginação viajar longe. Já adolescentes, começamos a experimentar um pouco mais da vida através das nossas primeiras vezes e, muito pela pressão do tão temido vestibular, a também buscar quais profissões conversam com nossos maiores hobbies. Mas, conforme vamos crescendo, a impressão que tenho é de que, até para sobreviver neste mundo cada dia mais maluco, precisamos nos enrijecer. E, numa dessas, deixamos – sem ao menos nos darmos conta -, caírem algumas partes de nós pelo caminho.

Aos poucos, vamos formando uma casca bem grossa em volta de nós mesmos, ou passamos a andar por aí com uma parte nossa faltando, o que pode resultar em um abandono de virtudes e sonhos que carregávamos durante toda a infância e adolescência. Afinal, nessas primeiras fases da vida, costumamos ser muito espontâneos, sinceros e criativos.

É por isso que tenho o hábito de revisitar a Júlia criança, ou outras versões minhas do passado. Para não me perder de nenhuma delas, gosto de olhar fotos antigas, reler os diários que guardo com muito carinho, conversar com a minha mãe sobre como eu era nessas fases e até fazer um exercício de lembrar quais eram meus desejos mais profundos. E então, paro para pensar: eu já os conquistei, eles genuinamente mudaram ou eu apenas os deixei caírem por aí?

Se tem algo que sempre desejei manter guardado a sete chaves é a minha essência, coisa que, não importa por quantas fases passemos, diz muito sobre quem somos. Ela é a nossa bússola interna capaz de nos auxiliar a recalcular a rota sempre que necessário. Portanto, gosto de me fazer pensar nas coisas que, sem querer, posso ter deixado escapar pelo caminho. Seja por pressão social, após um trauma ou uma fase difícil, e até mesmo por acreditar que precisamos ser duros para sermos respeitados.

Sensível que sou, já cheguei a pensar que, para ser levada a sério – principalmente na minha carreira -, precisaria abandonar esse meu lado. Mas, graças a Deus, em um desses momentos de ”resgate de mim mesma”, entendi que eu poderia combinar minha sensibilidade à minha potência, conquistada através de todas as oportunidades que tive até aqui. E essa combinação tem me levado cada dia mais perto de quem sou.

É fato que somos metamorfoses ambulantes, ou seja, passamos por diversas mudanças ao longo da nossa trajetória. Mas numa dessas, podemos também deixar escapar pedacinhos nossos entre um tropeço e outro. Estes que, em algum momento, farão muita falta, pois fazem parte de quem somos e de tudo o que um dia sonhamos alcançar.

Tudo isso para chegar ao final do texto e te fazer a seguinte pergunta, que dá o título a este texto: o que você, que está lendo isso agora, deixou cair pelo caminho?

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