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Romances proibidos
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Um atirador de facas,  malabaristas, o globo da morte, o homem-mais-forte-do-mundo… Toda essa fauna circense que remete à iconografia de Fellini é transportada para Fernando de Noronha nesse belo filme romântico que é “Sangue Azul” – dirigido por Lírio Ferreira e dedicado a Ariano Suassuna. A ambientação de sonho e suas cores vivas tem na trama central um tabu que é quase um mito grego: dois irmãos, Zolah (Daniel de Oliveira) e Raquel (Caroline Abras), foram separados na infância pela mãe, que temia uma relação incestuosa entre eles. Mas eis que o rapaz entra para o Circo Netuno, onde é o homem-bala. E sua trupe desembarca justamente na terra natal de Zolah, onde o passado espera por esse herói de faz-de-conta. Estreou ontem, dia 4 de junho.

E por falar em tabus,  foi exatamente há 50 anos que o cinema americano deu um bom exemplo ao mundo com um romance desbravador. “Quando Só o Coração Vê” conta a história de uma garota cega (Elizabeth Hartman) que se encontra todas as tardes, em um parque, com um rapaz bondoso e por quem se apaixona – sem saber que ele é negro (Sidney Poitier). Para seguir com os encontros, ela tem de enfrentar a oposição raivosa da mãe (Shelley Winters, que ganhou um Oscar pelo papel). Um filme agridoce, que falou sobre discriminação em uma época na qual os Estados Unidos ainda viviam uma sociedade extremamente dividida. E no qual a personagem com deficiência visual é quem enxerga o ser humano mais claramente, sem as várias distorções do preconceito.

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