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Dia do Artesão: encante-se com o artesanato destes seis artistas
Artesanato brasileiro encanta pela diversidade. Montagem( @espeditoseleirooficial, @nenadecapela, @caboclamilenacurado)
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O dia do artesão é celebrado em 19 de março. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Dia de São José, santo considerado padroeiro dos artesãos.

No Brasil, o artesanato é diverso, sendo difícil definir características únicas para ele. Isso devido principalmente às diferentes culturas que constituem o país. Além disso, outros elementos que também influenciam são as condições sociais, geográficas, ambientais e econômicas de onde ele é desenvolvido. Elementos comuns nas regiões podem usados como matéria-prima para produção de peças, como o couro e o barro no sertão. Ou folhas e outras substâncias extraídas de florestas, caso do artesanato feito próximo às florestas brasileiras.

Outro aspecto importante do artesanato é a questão da tradição. Os conhecimentos para a produção dele são passados de geração em geração. Esses saberes são muito ricos e tendem a envolver mais do que a técnica, mas também o uso dos materiais, onde os encontrar na natureza e em quais períodos. Além disso, o artesanato pode perpassar por outros elementos da vida social de uma comunidade e ser um traço importante de um local ou etnia.

Para celebrar o Dia do Artesão, a Vida Simples traz sete artistas brasileiros que são grandes nomes do artesanato nacional.

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Artesanato em couro de Espedito Seleiro

Nascido no interior do Ceará, Espedito Seleiro, de 84 anos, é reconhecido pelo seu trabalho único com o couro. O artesão recebeu o título de mestre da cultura pelo Governo do Estado do Ceará e pelo Ministério da Cultura.

O trabalho com o couro é uma herança de família, que remonta à cinco gerações anteriores. Ele aprendeu com o pai vendo-o fabricar selas e outros acessórios para os vaqueiros sertanejos. Aos oito anos já trabalhava com o pai e o avô na oficina da família.

Depois que o pai morreu, na década 70, Espedito assumiu a oficina e começou a desenvolver seu estilo de confecção e produção. Suas peças foram tomadas por muitas cores e, com esse novo estilo, o artesão conseguiu atender outros públicos, além dos vaqueiros de sempre. Ele começou a produzir também novos produtos, como sandálias, bolsas e móveis.

Nena de Capela

Diferente da maioria dos artesãos, Nena não começou cedo. Foi apenas aos 29 anos que começou a modelar cerâmica na oficina de seu primo mestre João das Alagoas, em Capela no Alagoas. Ela começou criando esculturas de pequenos animais e, por incentivo desse mesmo primo, tentou fazer outras formas, conforme ganhava experiência.

O boi vazado é um estilo que ela desenvolveu. Ele consiste em um boi oco em que dentro dele há cenas do cotidiano nordestino, como festas, feiras e casamentos.

O costume ancestral dos Mehinaku nos museus

Kulikyrda Mehinaku ou Stive, como é conhecido pelos não falantes da sua língua materna, é originário do Território Indígena do Xingu, Mato Grosso. O jovem aprendeu observando seus parentes e outros artistas da sua comunidade produzindo bancos. Essa prática era comum entre os Mehinaku, que também vendiam as peças em outros estados para ajudar no sustento das famílias. Então, Stive seguiu o mesmo caminho, produzia e vendia o que criava.

Com o tempo o artesão foi aprimorando sua técnica e estilo. Suas produções ganharam o Brasil e o mundo. Stive, inclusive, já apresentou suas peças em exposições em São Paulo e no Japão.

O inventor de mundo Willi de Carvalho

Nascido em Montes Claros, Minhas Gerais, Willi de Carvalho sempre teve uma veia artística. Quando criança pegava objetivos da sua mãe e os transformava para poder brincar. Desenhava mapas para professores e nos cadernos de seus colegas.

Conforme foi crescendo, foi se inspirando e desenvolvendo sua arte. A literatura, a música, o teatro e até viagens pelo Brasil influenciaram e inspiraram o artista.

Em 1986, Hélio Leites, um artista de Curitiba, viu uma das maquetes de Willi e o provocou a produzir mais miniaturas. Desde então, elas se tornaram a especialidade do artista.

O bordar de histórias da Milena Curado

Milena aprendeu a bordar com a avó quando tinha oito anos. Anos depois usaria esse conhecimento para produzir arte e transformar a vida de outras mulheres.

Tudo começou quando Milena abriu uma loja para vender as roupas que passou a bordar, em 2007.Aliás, ela tinha em mente um modelo de negócios de modo-de-fazer artesanal e que priorizasse o criativo das peças. Pesquisando sobre parcerias possíveis, encontrou as mulheres que estavam em restrição de liberdade.

Ela criou, então, o Projeto Cabocla Criações, programa de remissão de pena. Ele funcionava como uma forma de oferecer uma ocupação e também possibilidade de renda para essas mulheres.

Além disso, o grupo usa o bordado em outras peças como capas de caderno, carteiras, aventais e quadros.

O modelar da história do artesanato de Irineia

O passado é a principal inspiração de Irinéia Rosa Nunes da Silva. Em suas esculturas, ela retrata e resgata a história das vidas e das conquistas dos moradores de sua comunidade, em Muquém no Alagoas e do Quilombo de Palmares, que existiu em uma região próxima.

Dona Irineia começou no ofício do barro quando tinha 20 anos, para ajudar no sustento da casa. A princípio, fazia panelas, mas um costume popular a levou a fazer partes do corpo. A tradição diz que se uma pessoa está doente, fizer uma promessa a um santo e ter a graça alcançada, deve levar ao santo, como agradecimento, uma peça que represente a parte do corpo que estava doente. Dona Irineia passou a fazer essas peças na sua comunidade e ficou conhecida. Desde 2005, ela é mestra artesã do Patrimônio Vivo de Alagoas.

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