A vida nas ruas
Exposição Afeto nos convida a testemunhar a dura realidade de quem vive à própria sorte pelas calçadas de São Paulo.
À primeira vista, o grafiteiro Marcos Ramos, mais conhecido por Enivo, e o padre Julio Lancellotti, famoso pelo trabalho em prol dos moradores de rua, podem parecer figuras distantes. Mas não
são.
Enivo é um profundo admirador do padre e, por isso, passou a acompanhá-lo cada vez mais de perto para criar as obras que compõem sua nova exposição Afeto, em cartaz no Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP.
Sob a curadoria de Simon Watson, a mostra se debruça na realidade das pessoas que vivem nas calçadas, ocupações e abrigos paulistanos. “Afeto
é sobre ligações afetivas, mas também é sobre aquilo que nos afeta”, diz o artista, em respeito às ações de combate à aporofobia – termo que significa aversão aos moradores de rua e pessoas pobres em geral.
Algumas telas de Enivo reproduzem cenas de Lancellotti oferecendo água e comida, cuidando de crianças e conversando com os desabrigados, numa narrativa que alterna desalento e esperança.
Por outro lado, há quem encontre traços de uma alegria lúdica entre os malabaristas de uma esquina. Registros de um lugar que sofre com tanta disparidade social.
Para Enivo, o padre Julio é um elo entre rua e instituição, seja ela igreja ou museu. “Ele está o tempo todo denunciando situações. É o papel do grafiteiro também” FOTO: Divulgação
AFETO
museuartesacra.org.b
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