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Transar com hora marcada é exagero ou uma boa estratégia para casais?
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As pessoas praticam, hoje, menos sexo. Esse fato, intrigante por si só, é uma percepção na vida de muitas pessoas que veem a rotina e outras atividades do cotidiano se sobrepondo ao desejo sexual. Mesmo que seja importante para muitas pessoas, as jornadas de trabalho exaustivas e outros interesses pessoais podem contribuir para que o sexo deixe de ser prioridade na vida de uma alguém. Por outro lado, a prática de “agendar” o sexo tem sido cada vez mais comum e, apesar das críticas, transar com hora marcada pode ser uma solução possível.

De acordo com os dados do National Opinion Research Center da Universidade de Chicago, cerca de 23% dos participantes da última pesquisa (2018) relataram não ter feito sexo nos últimos doze meses. Em 2008, o número era 10% menor. No Reino Unido o cenário é semelhante, já que um estudo publicado no British Medical Journal mostrou que pelo menos um terço dos britânicos não praticaram sexo nos últimos 30 dias antes da pesquisa.

Entre os fatores que contribuem para explicar esse fenômeno estão um maior gasto de tempo com outras atividades, como a pornografia online. Além disso, o professor Simon Forrest, do Instituto para a Saúde e Sociedade da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, afirmou à BBC News que as pessoas saem da casa dos pais um pouco mais velhas e a privacidade é um fator relevante na vida sexual.

ENTENDA: Por que as pessoas estão fazendo menos sexo e como mudar isso?

Transar com hora marcada é uma boa estratégia?

Uma das saídas encontradas por casais para superar as distrações e a própria rotina acelerada do cotidiano é incluir uma data no calendário para o sexo. Para alguns, a estratégia é esquisita, estranha ou até pode trazer menos tesão. “Por mais que tenha a impressão de ser mecânico, e que não pareça atraente, o que vemos é uma vida com horários para tudo, como por exemplo: estudos, trabalho ou cuidados com a saúde”, explica a sexóloga Luciane Cabral.

A especialista destaca ainda que o tempo de qualidade nos casais é escasso e frequentemente não é incluído nas agendas. “Quem pensa em sexo e planeja, pode ativar um repertório erótico e sexual que é fundamental para despertar o desejo.”

Já para a sexóloga Luciane Angelo, um outro fator é a perda do tesão ao longo dos anos impulsionado pela rotina. “Planejar o sexo pode ser uma alternativa para reativar o desejo do casal“, explica. A especialista lembra ainda que essa pode ser uma estratégia de curto prazo e contribui para estabelecer os laços afetivos do casal.

E se meu parceiro não gostar dessa proposta?

A ideia, embora possa ser interessante, pode não ser tão atrativa a um parceiro que tem o desejo mais espontâneo. Por isso, é importante repensar a forma como a ideia será comunicada. “Se um dos dois resiste a esta estratégia, sugira, não o sexo, mas uma noite da semana para o casal, como um jantar ou passeio”, sugere Luciane Angelo. A proposta é que um momento como esse possa justamente aproximar os parceiros e direcionar o tempo para planejar momentos e atividades em conjunto.

Já a sexóloga Luciane Cabral explica que muitas relações podem chegar ao fim ou entrar em crises difíceis por causa da ausência ou intermitência do sexo. “Não existe mágica, existe querer potencializar essa área da vida, com dedicação, qualidade, conhecimento, inovação, assim como qualquer outra área da vida”, explica a profissional. Por isso, ela destaca que ter o “momento do sexo” pode estreitar a relação e trazer novas possibilidades para o casal.

Para além de transar com hora marcada: 6 dicas para um relacionamento saudável

As sexólogas Luciane Cabral e Luciane Angelo compartilham suas dicas sobre como manter a relação saudável. É claro que isso depende do contexto do casal, do momento atual da relação e de questões subjetivas. No entanto, alguns caminhos mais abrangentes são interessantes, como:

  • É importante estar atento se o beijo, o toque, o olhar e a intimidade continuam;
  • Caso haja alguma mudança, converse. O diálogo é a principal ferramenta para a solução de problemas;
  • Antes que o problema se torne maior, comunique o incômodo ao parceiro;
  • Treine seu cérebro (com pensamentos) e o corpo (com toque, sensações, descobertas, vulnerabilidades e novidades);
  • Passe a viver a sexualidade no cotidiano, com planos e estratégias em prática.;
  • Mesmo estando solteiro, é importante eleger um momento na semana para viver suas experiências sexuais.

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