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Os principais erros que você pode cometer ao criar metas de Ano Novo
Autoconhecimento é fundamental para definir metas. Glenn Carstens-Peters/ Unsplash
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Quem nunca escreveu em um papel uma lista do que gostaria de fazer ou conquistar com a chegada de um novo ano? As metas são importantes para ajudar as pessoas a se planejarem, a terem um foco e a conquistarem seus objetivos de médio e longo prazo. Mas, para funcionarem, têm que ser estabelecidas de uma maneira inteligente e fazer sentido para quem as cria. A seguir, vamos comentar os principais erros, apontados por especialistas em organização e gerenciamento, a serem evitados na hora de planejar suas metas de Ano Novo.

1º erro: criar metas irreais

É importante considerar a sustentabilidade das metas e o lugar que ocupam na rotina de cada um. Isso porque elas não podem impedir as pessoas de desfrutarem de suas vidas. “A gente fica muito preocupado em cumprir a performance, em alcançar e em atingir. A cabeça fica sempre no futuro, pensando no que eu tenho que fazer, no depois e nunca vivendo o presente, desfrutando”, conta Regina Giannetti, fundadora do programa de autogerenciamento Você Mais Centrado.

Regina também destaca a ansiedade e as frustrações que metas mal elaboradas podem provocar. “Coloca a gente em uma dinâmica que é muito nociva para a saúde mental, emocional, para as nossas relações, relação com nós mesmos. Meta implica em autoavaliação constante e implica também em autoexigência em autocobrança.”

2º erro: criar metas que não são específicas

Um erro comum ao estabelecer metas, é não defini-las o suficiente. “Ser mais saudável”, “ler mais livros”, “economizar mais dinheiro” ou simplesmente “emagrecer” são alguns exemplos. O problema com eles é que não são específicos o suficiente, não possuem uma medida e assim fica complicado definir marcos para concluí-los. Além disso, são frases muito subjetivas, sendo entendidas de acordo com interpretações do momento.

Yasmin Barroso, criadora do Flordemim, trabalha há oito anos com desenvolvimento pessoal e rotina e hábitos. Ela aponta que esse é um dos principais erros que as pessoas cometem. “Se a sua meta está escrita com ‘mais’ ou ‘melhor’, ela está errada”, diz Yasmin. “Você possivelmente vai ficar frustrada com ela no final porque ela não foi específica o suficiente para saber quando você concluiu aquela meta”, conclui.

3º erro: não definir prazos para as metas

Muito provavelmente, não é possível alcançar uma meta de um dia para o outro. Por isso é importante que se estabeleça um planejamento para concluí-las. Ou seja, as metas devem estar presentes na rotina.

“É importante que elas estejam ligadas a outro tipo de planejamento, semanal ou mensal, por exemplo”, afirma Yasmim Barroso. “Isso para que você revisite essas metas com uma periodicidade grande o suficiente para que você sempre esteja fazendo algo em direção àquela meta”, finaliza.

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4º erro: definir muitas metas ao mesmo tempo

Na cultura atual de produtividade e desempenho, é comum se ver estressado com autocobrança e a ilusão de que é possível dar conta de tudo. Esse modelo mental pode atingir as pessoas no hora de definirem metas, o que as leva a lotarem folhas de papel. Mas quantas dessas coisas fazem realmente sentido? É necessário saber o que priorizar na hora de fazer suas metas.

Sobre isso, Regina Giannetti aponta que há uma possível falta de foco. “A gente quer tudo, mas às vezes não quer nada em especial. Queremos tudo, mas sem a noção de para onde eu quero ir, aonde eu quero chegar e o que eu quero para a minha vida”, diz. Para mudar isso, ela aconselha que se deva pensar sobre o que é verdadeiro para cada um. “A meta precisa fazer sentido, ser algo que traz satisfação e o sentimento de contentamento com você com a sua vida. Nossas metas precisam estar alinhadas a algum tipo de propósito que temos”, completa.

Para ser mais assertivo na definição das metas, além de pensar em questões de propósito, Regina recomenda outra ferramenta, a roda da vida. Ela é um círculo dividido em diferentes áreas, como saúde, profissão, relacionamento e finanças. Você pode usá-la para avaliar seu nível de satisfação com cada uma das áreas e estabelecer metas para aquelas em que não sente que está indo bem. Com isso, você pode focar em algo que vai trazer mais satisfação para a sua vida.

5º erro: insistir em uma meta que não faz mais sentido

Se por acaso você fez metas demais ou percebeu que algumas delas não fazem mais sentido, não tenha medo de desistir. Segundo Regina Giannetti, existe uma conotação de fracasso muito forte na palavra “desistir”, mas ela deve ser vista no sentido de reconsideração e revisão de rumo.

Metas devem ser um instrumento para auxiliar a sua vida, ajudar a conquistar objetivos e trazer um senso de propósito. Portanto, elas não devem ser um motivo de estresse ou o centro da vida das pessoas.

Regina Giannetti lembra que “nem tudo é meta na vida. Também não podemos botar a vida em uma planilha e querer tocar dessa forma, como se fosse um projeto”, defende. E continua “a gente precisa ter mais flexibilidade, fazer coisas pelo prazer de fazer e não para chegar a um objetivo final, ter um fim em tudo”.

Bônus: uma ferramenta útil para estabelecer metas

Regina Giannetti cita uma ferramenta que ajuda a estabelecer metas: o modelo SMART. Ela é um acrônimo em inglês, em que cada letra indica um elemento a se considerar na hora de definir um objetivo. Considerando todos, a meta estabelecida será específica.

A tabela é dividida em duas colunas, a da direita dispõe em cada linhas as letras que formam a palavra 'SMART', a da esquerda possui o que cada uma das letras significa. Para o S tem-se: Específico - algo bem definido, claro e inequívoco. Para o M: Mensurável - critérios definidos que medem o progresso em direção a execução da meta. Para o A: Alcançável - atingível, possíveis de atingir, realizáveis dentro do contexto de cada um. Para o R: Relevante - Meta importante e que faça sentido para o propósito de cada um. Para o T: Temporal - estabelecida dentro de um tempo específico. A tabela SMART pode ajudar na definição de metas. Imagem: Lóren Souza – Vida Simples

Como exemplo, veja a seguinte situação:

Juliana está insatisfeita com sua área da saúde e decide que terá como meta mudanças nessa área. Ela quer ser mais saudável, mas como vimos isso não é específico o suficiente, então ela opta por iniciar uma atividade física, a corrida.

A partir disso, ela aplica os princípios SMART. Ela estabelece, então, que irá participar de uma corrida de 5km ao final de 6 meses. Observe que é uma meta específica, ela sabe exatamente o que quer: participar de uma corrida de 5km, é específico, mensurável e alcançável. Além disso, ela determinou quando irá concluí-la e é algo que faz parte do seu propósito de ser mais saudável, sendo também relevante e com um tempo definido.

Definida a meta, Juliana sabe que não acaba por aí. Ela estabelece, então, um planejamento com ações diárias, semanais e mensais, para ajudá-la a alcançar seu objetivo final. Assim, ela integra a meta a sua rotina e consegue revisitar sua meta e seu propósito constantemente, executando sempre alguma ação para concluí-la.

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