O tarô como ferramenta de autoconhecimento
Ferramenta usada há anos para apontar caminhos, o tarô vem ganhando espaço como ciência que nos ajuda a entender mais sobre nós mesmos
Sérgio Padovan, ou Arhan, nome que adotou há alguns anos, deixou a área de tecnologia para trabalhar com tarô. Para isso, foi estudar física quântica, mitologia e outras ciências. A história de Arhan com o tarô começou há quase 20 anos, quando trabalhava como diretor de uma multinacional, em São Paulo.
“Eu fechava grandes negócios, ganhava bem, mas também fumava quase dois maços de cigarros por dia e bebia muito”, lembra. Foi quando descobriu um problema sério de saúde e procurou uma terapia. Nas sessões foi apresentado ao tarô. Ficou fascinado e se aprofundou. E, aos poucos, foi aplicando esse conhecimento entre familiares e amigos.
Até que o hobby virou profissão, ou melhor, missão. Hoje, além de apontar caminhos pelas cartas, Arhan se dedica a ensinar. Para ele, os cursos de tarô consciência têm um objetivo: “Fazer com que as pessoas entendam o que é a vida”.
Crédito: Jackie Hope | Unsplash
O que é o tarô consciência?
É o uso do tarô para ajudá-lo a fazer escolhas com mais consciência. Por muito tempo, essa arte foi vista apenas como adivinhação. Mas, historicamente, não é isso. Não é algo para perguntar: “Eu vou casar?”. Você até pode fazer essa pergunta, mas o que as cartas irão mostrar são quais os caminhos possíveis para que isso ocorra ou não. É uma relação de destino e livre-arbítrio.
E o que ele representa? O tarô dá condições para entender qual é seu modo de ser e estar no mundo. É um canal de autoconhecimento, sem uma receita genérica. Para cada um, ele aponta um caminho. É uma oportunidade de mergulho interno, porque ajuda na estrutura e no desenvolvimento psíquico. Por exemplo, os chamados arcanos maiores, um total de 22 cartas, são uma representação da jornada do herói (um conceito de jornada cíclica presente em mitos, de acordo com o antropólogo Joseph Campbell).
As cartas nos auxiliam a tomar contato com a sabedoria interna?
Sim. Mas esse não é um aprendizado que você adquire quando compra um baralho de tarô, lê o manual e começa a usá-lo. É preciso estudar, se aprofundar, ler, fazer um curso realmente sério sobre o assunto, que envolva filosofia, psicologia e mitologia.
Por que o tarô é confundido com adivinhação?
Porque o mundo tem uma tendência à banalização das coisas, a tornar aquilo acessível a todos sem estudo, sem aprofundamento. Mas o que eu quero hoje é instigar as pessoas não a ir a um tarólogo, mas a aprender sobre essa arte-ciência. E, dessa maneira, serem apresentadas, por meio dele, a si mesmas. Quero ajudar cada um a entender a sua jornada.
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