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    Por que a vida está tão cara?
    Com a inflação, fica cada vez mais difícil pagar contas simples, como de padaria, com moedas (Foto: Ian Talmacs/Unsplash)
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    Ir ao supermercado e fazer as compras do mês pode gerar uma surpresa para qualquer cidadão brasileiro. Isso porque o dinheiro que pagava os mantimentos no mês anterior pode não ser suficiente para cobrir os custos atuais.

    O aumento dos preços, entretanto, não aumenta junto com o poder de compra dos trabalhadores. Dessa forma, é difícil manter o padrão e a qualidade de vida, levando as pessoas a recorrerem com mais frequência a ferramentas como o crédito e o empréstimo. O que, por sua vez, também afeta a saúde financeira das famílias, gerando um ciclo de dívidas difícil de se desvencilhar.

    Mas por que a vida está tão cara? A inflação, a precarização do trabalho e os perigos do crédito ajudam a explicar a desvalorização do dinheiro.

    A inflação afeta os preços dos itens básicos

    A variação dos preços ao longo do tempo de forma contínua tem uma responsável principal: a inflação. Ela está presente em todas as economias do mundo, e é influenciada por fatores internos e externos aos países, principalmente os relacionados à produção e comercialização de bens e serviços.

    No Brasil, ela se encontra em um valor acumulado nos últimos 12 meses de 4,24%. A taxa é considerada controlada. O escritor e educador financeiro Thiago Godoy, comenta que mesmo com esse valor moderado, é a inflação que provoca o encarecimento dos produtos. “Essa taxa vai se acumulando ao longo do tempo. Então, a percepção ao longo dos anos é que o poder de compra vai se reduzindo”, diz.

    Paulo André Jacomé, professor do curso de graduação em Finanças da Universidade Federal do Ceará (UFC), lembra de outros fatores implicados nos preços. É o caso da variação de mercado no exterior e das mudanças climáticas.

    “Muitos produtos estão vinculados ao dólar americano, e o preço de outros é afetado por problemas climáticos, como queimadas e inundações, que estão cada vez mais frequentes”, explica.

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    Como ocorre a desvalorização do dinheiro e do poder de compra

    Paulo destaca a relação entre a inflação e o poder de compra. Enquanto a inflação altera os preços dos produtos finais todo mês, o salário mínimo é ajustado apenas uma vez ao ano.

    Além disso, o ajuste anual do salário refere-se ao período anterior, ou seja, não prevê as perdas futuras. Portanto, o trabalhador acaba perdendo poder de compra, mês após mês, até chegar no próximo reajuste.

    Desde 2020, a situação pesa ainda mais no bolso do trabalhador, uma vez que houve mudanças no cálculo do salário mínimo.

    Antes disso, ele era reajustado acima da inflação e se chegava ao novo valor considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e também havia ganhos reais relacionados à variação do PIB. Atualmente, ele é feito considerando apenas o INPC.

    “De forma geral, todos os reajustes salariais são baseados em perdas passadas, então, todos os trabalhadores perdem com a desvalorização do dinheiro mês a mês durante um ano”, destaca o professor.

    A precarização do trabalho e a inflação

    Além da inflação, outro fator dentro do cenário da perda de poder de compra é a precarização do valor do trabalho. O professor explica que esse fenômeno está relacionado a três condições degradantes muito comuns nas cidades: longas jornadas de trabalho, remuneração inadequada e falta de vínculo empregatício.

    Nessas condições, os trabalhadores se encontram em situações de vulnerabilidade e instabilidade financeira. ”De forma geral, o emprego precarizado reduz a renda média da população, provocando o aumento do endividamento e da inadimplência”, afirma Paulo.

    Na falta da remuneração adequada, é comum recorrer ao crédito para suprir as necessidades. Nos últimos 20 anos, a possibilidade de parcelar compras, muitas vezes sem juros, tornou-se parte da cultura de consumo no Brasil.

    Vale a pena parcelar compras?

    Como explica Thiago Godoy, que também é colunista da Vida Simples, “há uma cultura do parcelamento. As pessoas compram mesmo sem ter dinheiro, porque ela consegue fazer várias parcelas. Isso traz essa sensação de imediatismo e altera a percepção do controle financeiro. E assim, as pessoas veem o crédito como uma extensão da renda”, resume.

    O que é visto como uma vantagem ou uma forma de facilitar a vida pode se tornar um vilão da vida financeira. Isso porque o parcelamento frequente, combinado com o pagamento parcial das faturas do cartão de crédito, constroem um cenário de endividamento difícil de sair. Para ele, esse cenário deixa o trabalhador de rendas baixa e média ainda mais vulnerável financeiramente.

    “Com o parcelamento, as pessoas conseguem comprar mais produtos em um único mês e há a ilusão de que as parcelas são pequenas e irão sempre caber no bolso. Mas a fatura fica com valor alto e, às vezes, próximo ao valor de sua renda mensal. É nesse momento que se opta por pagar apenas parte da conta, gerando a dívida. Na fatura seguinte, além das novas compras e das próximas parcelas, a instituição do cartão de crédito vai cobrar os juros sobre o que a pessoa não pagou”, exemplifica o professor.

    O papel da educação financeira

    Para Thiago Godoy, a educação financeira é uma ferramenta essencial para a saúde de um país. Ele ressalta que a falta de conhecimento sobre como funciona o crédito, os juros e a inflação é uma das principais razões pelas quais as pessoas caem em armadilhas financeiras.

    Thiago, que também é colunsta de Vida Simples, defende que desenvolver a habilidade de entender o básico de economia permite que as pessoas gerenciem o dinheiro delas, evitem o endividamento e consigam abrir espaço para planejar o futuro.

    Como consequência, essas pessoas também passam a tomar decisões mais conscientes sobre desejos e necessidades pessoais e coletivas.

    Uma das estratégias indicadas é fazer o controle orçamentário. Basta estabelecer um orçamento familiar, identificando os gastos fixos e variáveis.

    Neste orçamento, Thiago sugere estabelecer um teto de gastos para cada categoria, como mercado e contas de água e luz. Além disso, ele recomenda a criação de uma reserva de emergência.

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    Tenho dívidas, e agora?

    Paulo André reforça a importância de algumas estratégias práticas para evitar o endividamento ou para reverter esse quadro.

    A principal é, caso seja possível, manter o consumo inferior à receita da família, para que ela consiga ter uma reserva ao fim de todo mês.

    Além disso, ele recomenda que, em casos de endividamento, cortar os gastos não relacionados aos essenciais (como água, luz, compras de mês, educação, saúde, moradia e transporte).

    E por último, vale negociar para unificar a dívida:

    “Recomendo que a pessoa endividada renegocie suas dívidas evitando juros de cartões de créditos e limites de cheques especiais. Tentar um empréstimo para pagar todas as dívidas e ficar apenas com uma prestação mensal para quitação da dívida familiar é uma saída. E, principalmente, não realizar outros parcelamentos ou financiamentos enquanto não terminar de pagar o montante da dívida anterior”

    , aconselha o professor.

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