Você já se imaginou viver sem frutos, sem uma boa sombra durante uma caminhada em um dia quente ou sem o ar limpo do campo? É difícil criar um cenário assim e ele só existiria se todas – ou pelo menos boa parte – das árvores deixassem de existir. Assim como a água, o ar que respiramos e o solo são importantes para a nossa sobrevivência, a vegetação cumpre um papel indispensável para a espécie humana – aliás, tudo está conectado e, na verdade, dependemos de todos os recursos naturais do planeta.
Em comemoração ao Dia da Árvore, celebrado em 21 de setembro, convidamos os leitores da Vida Simples a conhecerem curiosidades e informações sobre esses seres vivos tão importantes. Além disso, estamos sendo afetados por mudanças decorrentes da crise climática – que precisa ser resolvida e mitigada -, e a preservação de florestas e vegetações nativas é fundamental para o futuro do planeta.
As árvores são estudadas há mais de 10 mil anos
Os primeiros estudos sobre as plantas na verdade começaram na era do Paleolítico com os seres humanos primitivos, embora tenha sido uma investigação rudimentar, como identificar a importância das árvores para a sobrevivência humana, frutos comestíveis e possibilidades de uso e conexão com a vegetação.
Há cerca de 10 mil anos é que os estudos científicos iniciais começaram a ser feitos no planeta, embora os registros oficiais se iniciem com Theophrastus (371-286 a.C), aluno de Aristóteles e considerado o pai da botânica, tendo escrito livros importantes para a compreensão das plantas, seus sistemas de funcionamento e a relação entre elas e o ecossistema terrestre.
Na Europa medieval, boa parte desses estudos foram levados para o segundo plano pela importância das pesquisas acerca das propriedades medicinais, consideradas mais relevantes na época para o interesse público. Hoje, há diversos cursos que estudam especificamente as árvores ou abordam o tema em sua formação, como a Biologia, a Ecologia, Ciências Ambientais, Engenharia Florestal, entre outros.
A nossa saúde mental é impactada pela vegetação
Scott Kelly é um dos astronautas mais experientes dos Estados Unidos, que já participou de quatro missões no espaço e integrou o projeto “One Year Mission“, uma pesquisa científica que estudou os impactos na saúde de voos espaciais de longa duração. Em um artigo para o New York Times, o profissional relata que em alguns momentos sentia muita falta do ar fresco, da vegetação, da natureza e da cor verde nos espaços onde convivia.
A natureza, e a vegetação particularmente, exercem um papel fundamental na manutenção da nossa saúde mental. Uma manhã no parque ou uma caminhada no fim da tarde em um espaço verde ativa diversos estímulos do nosso corpo, trazem relaxamento e nos possibilita contemplar o ambiente ao redor. Aproveite e faça uma dessas atividades no Dia da Árvore!
Isso é tão verdade que agora somos atingidos pela eco-ansiedade, como mostra o podcast do Greenpeace Brasil, As Árvores Somos Nozes. A intensificação das mudanças climáticas, as incertezas sobre o futuro do planeta e a destruição da vegetação tem trazido preocupações e sentimentos que afetam o nosso cotidiano.
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A árvore mais alta do Brasil tem 88 metros
Maior que o Cristo Redentor, o Angelim Vermelho é a árvore mais alta da Amazônia, com 88 metros de altura, o que equivale a um prédio de 24 andares. Pesquisadores ligados ao Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE) encontraram a espécie por meio de imagens de satélite feitas entre 2016 e 2018.
Apesar do tamanho, ela não é a maior do mundo, fica atrás de uma sequoia-vermelha nos Estados Unidos – com mais de 100 metros de altura – e outras espécies espalhadas pelo mundo. Os cientistas brasileiros acreditam que a distância de zonas urbanas e das áreas habitáveis influenciaram o crescimento e desenvolvimento das espécies de angelim.
Você sabia que as árvores possuem um sistema de comunicação?
As plantas possuem um sistema próprio de troca de informações, nutrientes e se comunicam quando sentem que estão sendo ameaçadas. Essa é uma estratégia importante para manter a vegetação viva, com disponibilidade de recursos e conectada entre si em um mesmo espaço.
Uma das primeiras cientistas a pesquisar sobre o assunto foi a professora da Universidade de British Columbia Suzanne Simard, que usou isótopos radiativos de carbono para identificar a existência de fungos nas raízes das árvores que se estendem pelo solo e conectam um ser vivo ao outro.
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Há mais de 1.400 espécies frutíferas e mais de mil são nativas do Brasil
As frutas são considerados alimentos indispensáveis para a sobrevivência e alimentação humana, porque além de serem naturais, são fontes importantes de vitaminas e nutrientes dificilmente encontradas em outros lugares. Há hoje mais de 1.400 de espécies frutíferas no mundo e mais de mil delas são nativas do Brasil.
Ainda assim, muitas não são comercializadas ou são encontradas em regiões muito específicas. Por isso, diversidade no prato também é importante, aproveite para frequentar feiras de bairro ou agroecológicas e buscar espécies que você ainda não conhece.
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Árvores contribuem para o tratamento de doenças e produção de medicamentos
A propriedade medicinal das árvores é algo que não se pode negar e exerce uma grande influência e importância na medicina, na produção de medicamentos, mas também nas crenças populares de cura e tratamento a partir de raízes, frutos e óleos naturais. Há livros inteiros com receitas, dicas e utilidades que várias espécies carregam no combate a gripes, dores ou inchaços.
Do ponto de vista farmacêutico, as plantas fornecem matérias-primas e elementos essenciais para a produção de remédios, como os fitoterápicos.
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A árvore mais velha do mundo fica na Califórnia, nos Estados Unidos
Com 4.853 anos, o pinheiro Matusalém, nas Montanhas Brancas da Califórnia, é considerada a árvore mais antiga do planeta. Os pinheiros são árvores que, naturalmente, possuem uma longa longevidade e são mais adaptados ao ambiente em que estão, possuindo uma certa resiliência física ao longo das décadas.
No entanto, novos pesquisadores estudam os ciprestes da Patagônia, nativos do Chile e Argentina, e considerados como a segunda espécie mais antiga do planeta.
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