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    5 biografias para se inspirar e buscar uma vida com propósito
    Praveen Gupta
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    Quem ama livros já deve ter lido no mínimo uma biografia ou buscado conhecer mais sobre um determinado autor ou figura histórica. As biografias não são só importantes para que possamos saber a vida de quem admiramos, elas funcionam também como guardiãs da memória e do legado deixado pelos personalidades.

    Se conhecemos hoje as histórias de Napoleão, Jane Austin e Nelson Mandela é porque diversos escritores se esforçaram para reunir, catalogar, investigar e, finalmente, transpor as experiências dessas pessoas em livros que condensam uma vida. Boas biografias nos inspiram e ajudam a entender o contexto, as dificuldades e as conquistas, além de revelarem momentos importantes da história mundial.

    Para incentivar a descoberta de novas biografias, a Vida Simples separou cinco obras que contam a história de pessoas do Brasil, Estados Unidos e Paquistão. Mesmo que seus valores e princípios não sejam exatamente os mesmos das figuras biografadas, sempre vale a pena conhecer uma novas perspectivas. Que tal dar uma chance para essas leituras?

     

    Uma autobiografia – Angela Davis

    Publicado no Brasil pela editora Boitempo, Uma autobiografia, de Angela Davis, foi lançada originalmente em 1974,  como um retrato contundente das lutas sociais nos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970 pelo olhar de uma das maiores ativistas de nosso tempo.

    Davis, à época com 28 anos, narra a sua trajetória, da infância à carreira como professora universitária, interrompida por aquele que seria considerado um dos mais importantes julgamentos do século XX e que a colocaria, ao mesmo tempo, na condição de ícone dos movimentos negro e feminista e na lista das dez pessoas mais procuradas pelo FBI.

    A falsidade das acusações contra Davis, sua fuga, a prisão e o apoio que recebeu de pessoas de todo o mundo são comentados em detalhes por essa mulher que marcou a história mundial com sua voz e sua luta.

    Foto: Reprodução / Editora Boitempo

     

    Zami – Audre Lorde

    Publicado originalmente em 1982 — trazida para o Brasil pela Editora Elefante em 2021 — e até então inédito em português, este livro de Audre Lorde — poeta, ensaísta e ativista negra e lésbica — narra os primeiros passos de sua jornada até a “casa de si mesma”, em uma trajetória marcada, do início ao fim, pela conexão com outras mulheres.

    Chamado não de autobiografia, mas de biomitografia, é um emaranhado indissolúvel de conteúdo autobiográfico e ficção, no qual as histórias das mulheres que fizeram parte da vida da autora são reverenciadas e integradas à sua própria construção identitária.

    Zami traz as recordações dos primeiros 23 anos da vida de Lorde — de sua infância, marcada pela personalidade grandiosa de sua mãe, pela descoberta do mundo, da injustiça e do pertencimento; de sua adolescência, quando florescem os primeiros poemas; de sua juventude, com a descoberta do amor homossexual e as consequentes dificuldades de ser lésbica e negra nos anos 1950.

    Foto: Reprodução / Editora Elefante

     

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    Lélia Gonzalez – Retratos do Brasil Negro

    A biografia aborda a trajetória de vida, a produção intelectual e o ativismo político de uma das maiores lideranças do movimento negro brasileiro do século XX. Através da biografia de Gonzalez, os autores deixam entrever o processo de abertura democrática, revelando ainda a construção de identidade coletiva de segmentos excluídos da política nacional, notadamente os negros e as mulheres.

    Esta obra faz parte da Coleção Retratos do Brasil Negro, coordenada por Vera Lúcia Benedito, mestre e doutora em Sociologia/Estudos Urbanos pela Michigan State University (EUA) e pesquisadora e consultora da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.

     

    Eu sou Malala

    Quando o Talibã tomou controle do Vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida.

    Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York.

    Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz.

    Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens.

    O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã.

    Foto: Caio Dib

     

    Na minha pele – Lázaro Ramos

    Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação.

    Ainda que não seja uma biografia, em Na minha pele Lázaro compartilha episódios íntimos de sua vida e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo.

    Não se pode abraçar a diferença pela diferença, mas lutar pela sua aceitação num mundo ainda tão cheio de preconceitos. Um livro sincero e revelador, que propõe uma mudança de conduta e nos convoca a ser mais vigilantes e atentos ao outro.

     

    Foto: Favo de Mellone

     

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