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Tomada de decisão: é possível aprender a fazer boas escolhas
Jon Tyson
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“Vou levar os dois”, disse a cliente, incapaz de decidir entre a blusa azul e a vermelha, depois de muito experimentar ambas as peças. Afinal, as duas cores haviam lhe caído tão bem… “Vai ser ótimo ter uma de cada”, disse, justificando para si a incapacidade de abrir mão, mesmo sem precisar dos dois itens.

Acho que muitas vezes eu fui como a consumidora indecisa: no guarda-roupa e também na vida. Quando comecei a fazer análise, mais de dez anos atrás, ser capaz de fazer escolhas era um daqueles novelos bem grandes que, pouco a pouco, a gente iria desembaraçar, analista e eu.

Num olhar para a superfície, talvez parecesse apenas coisa de gente mimada, que, feito criança maravilhada em loja de brinquedos, deseja tudo. Mas, aos poucos, pude identificar raízes mais profundas que sustentavam meu comportamento. E entendi que as perdas que marcaram o início da minha vida, de alguma maneira, me fizeram agarrar-me a tudo, para nunca mais perder nada.

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É duro aprender que a vida é assim: cheia de perdas. Mas fica menos difícil quando a gente assimila que a existência também é assim: cheia de ganhos. Por isso, para mim, escolher é sobre aprender a perder e a ganhar. É abrir mão de algo para apostar no que está por vir. Sem garantias – porque, bem, a vida não tem garantias. E bancar cada escolha pode se tornar mais confortável quando a gente olha para os ganhos da nova decisão (que, no mínimo, servirá de aprendizado).

Na matéria de capa deste mês, falamos sobre as boas escolhas. Aquelas do nosso coração, que precisa estar inteiro – ninguém iria muito longe com um pé em cada barco. O processo demanda autoconhecimento e maturidade. Mas coloca a vida em movimento. Dizem que, para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve. Mas escolher a própria direção faz a travessia ser realmente a nossa.


Esse conteúdo foi publicado originalmente na Edição 258 da Vida Simples

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