Teria a inspiração me abandonado?
As palavras me faltaram e, ciente de que ao meu redor circulam inspirações das mais diversas espécies, foi momento de puxar o ar pra reestabelecer os sentidos.
Andei ausente e peço desculpas. As palavras me faltaram e, ciente de que ao meu redor circulam inspirações das mais diversas espécies, foi momento de puxar o ar pra reestabelecer os sentidos.
Dia desses, completei quinze anos de dedicação quase que exclusiva ao fazer manual. Orgulho imenso pra essa ex-advogada que chutou o balde e pulou no trampolim da vida para empreender no mercado criativo artesanal.
Quinze anos merecem celebração e ela aconteceu à melhor maneira: dentro de mim! Pelos salões da minha própria história em silêncio, rodopiei.
Na cadência da música que a orquestra tocava, imersa em meus próprios movimentos descompassados que simplesmente ignoravam o fato de que não sei dançar – dancei como se soubesse e me senti feliz.
Simples assim, segurando as inúmeras e sobrepostas camadas de tule do meu imaginário vestido. Sem palavras, apenas eu, a música e meu bailar desajeitado.
Quantas vezes nos bailes da vida as palavras me faltaram… Não é a primeira vez, não será a última.
Sinto-as pertinho, bem ali ao meu ouvido, orbitando em movimentos circulares, por vezes cruzando-se umas às outras, como os anéis de Saturno no céu azul infinito.
Teria a inspiração me abandonado? “Dê tempo ao tempo. Um dia depois do outro com uma noite no meio”, dirão os mais vividos.
Eu sei, você sabe, todo mundo sabe, a vida é um tal de ir e vir, de altos e baixos. Prosa e poesia, exaustão e energia, valsa e rock’n roll, yoga e crossfit, quase sempre conectados por um fiozinho invisível por onde nos deslocamos de lado a outro.
Como um cabo de fibra ótica nos chamando para mergulhar de cabeça, corpo e alma nos nossos próprios tempos e sentimentos.
Ah! Quantas vezes as palavras se esconderam e apenas não soube explicar o porquê. Há dias em que pedem para ficar quietinhas, adormecidas num longo e gostoso cochilo em dia de semana.
Hoje peço seu abraço e compreensão, se é que você sentiu falta do nosso papo no último sábado. Aqui estou, e a vida segue, entre estradas, bailes e enxaquecas, exatamente como a que me derrubou nos últimos dias!
É, Vida… Aprendo tanto com você!
Beijos meus!
P.S.: A vida aqui, além de simples e deliciosa, é real, e essa colunista que com carinho e coração aberto lhes escreve quinzenalmente vive, de vez em quando, sintomas de uma mulher em plena menopausa. No caso, enxaquecas de derrubar pensamentos e palavras.
PARA CONTINUAR COM A LU: Quando você encontra o bilhete dourado
LU GASTAL (@lugastal) trocou o mundo das formalidades pelo das manualidades. É advogada por formação, artesã por convicção. Autora do livro Relicário de Afetos (Editora Satolep Press), participa de palestras por todos os cantos. Desde que escolheu tecer seus sonhos e compartilhar suas ideias criativas, não parou mais de colorir o mundo ao seu redor.
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