Qual é a sua parte agora?
Inclua no seu plano as coisas que você pode cuidar não só de trabalho – reveja suas prioridades em vez de continuar se preocupando só com produtividade
Inclua no seu plano as coisas que você pode cuidar não só de trabalho – reveja suas prioridades em vez de continuar se preocupando só com produtividade
Veio um vírus global e nos convocou a ficar em casa. Cada um na sua, recolhidos, sem contato social presencial, absolutamente dependentes do virtual. Nós, que andávamos tão apressados do lado de fora, estamos sendo forçados a pausar e olhar pra dentro. Mas, e o que tem dentro? Como está a sua casa? E a sua cabeça? Já deu tempo de perceber o que você está sentindo ou você continua fazendo as coisas como se nada de muito estranho estivesse acontecendo?
É uma situação atípica, grave e complexa esta pandemia pelo coronavírus. Muitos dizem que parece filme e, pelas cenas mundo afora, de cidades vazias, hospitais lotados e gente encontrando solidariedade na varanda de suas casas, parece mesmo. A realidade é que, nesse período de recolhimento, vamos precisar aprender a estar mais com as nossas emoções e as nossas relações, mesmo que as pessoas que mais amamos estejam à distância.
Pode bater tristeza, raiva, medo e tudo isso virar ansiedade. Aqueles pensamentos assustados sobre o que vai ser durante o isolamento, com a nossa mobilidade e as nossas vontades limitadas e, principalmente, o futuro muito incerto. Se acaso você se pegar numa tentativa obsessiva de projeção a respeito do que pode acontecer daqui por diante, por favor, respire. Respire bem fundo. E vá fazer alguma coisa prática para sair da inércia que amplia a sensação de perda de controle que todos estamos vivenciando agora.
A nossa responsabilidade
Se você tem o privilégio de uma casa confortável, com acesso a internet e a outros serviços básicos para a sua segurança e a sua saúde, você já tem quase todo o necessário para sobreviver. Vá arrumar uma gaveta, limpar a sala, colocar água nas plantas, brincar com seus filhos, ver aquele documentário há tempos adiado, enfim. Encontre alguma coisa para fazer quando se perceber enredado na agonia dos “e se” que a sua mente vai tentar criar. Não é uma boa decisão tomar decisões com base na ansiedade, qualquer que seja a situação, lembre-se disso.
Tem um exercício que pode ajudar a visualizar a sua parte agora. Faça dois círculos no papel, o primeiro chamado de círculo da influência e o segundo, círculo das preocupações, e anote o que está sob o seu controle e o que não está. Isso vai deixar mais claro para onde você deveria dirigir o seu foco e a sua energia. A sua parte agora é fazer o que você pode, do jeito que dá. É sempre assim na vida, aliás, mas agora vamos ter uma dimensão muito precisa do efeito da autorresponsabilidade no modo como nos sentimos diante das coisas que não controlamos.
Seja realista
Considerando o que você pode influenciar, mantenha um plano para o seu dia. O que você precisa para se sentir bem na sua casa? Inclua no seu plano as coisas que você pode cuidar não só de trabalho – reveja suas prioridades em vez de continuar se preocupando só com produtividade. Todo mundo vai estar convidado a experimentar um novo ritmo neste momento. Todo mundo vai sentir o impacto das restrições e a sensação de perda. Mas esse momento não vai ser só sobre isso. Vai ter ansiedade, mas pode ter criatividade também. Não é hora de competir com a sua própria necessidade de se adaptar. Seja realista e cuide-se bem.
Ju De Mari é uma jornalista que virou coach para mulheres na PROSA Coaching. Pratica singelezas como forma de se relacionar com a vida de maneira mais criativa. Adora flores e fotografia, tem dois filhos e raízes no frevo pernambucano. Nesta coluna mensal, compartilha reflexões sobre transição de carreira e de estilo de vida para inspirar pequenas revoluções possíveis e práticas.
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