O amor pelos filhos é uma boia salva-vidas
O segredo para voltar a colocar o amor em primeiro plano é se inspirar na esperança desinteressada que nossos filhos sentem
O segredo para voltar a colocar o amor em primeiro plano é se inspirar na esperança desinteressada que nossos filhos sentem
É preciso se agarrar ao amor. Não porque é o certo a se fazer, nem porque Renato Russo nos avisou que “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”. É preciso se agarrar ao amor porque ele é a única coisa que temos em nós que vai nos salvar de nós mesmos.
Não estou falando aqui do amor romântico, porque esse pode vir carregado de ideias falsas sobre o que é o amor. Estou falando daquele amor que não tem prazo de validade nem promessa na igreja para cumpri-lo: o amor pela natureza, pelos animais, pelos pais, pelos filhos.
E esse último, o amor pelos filhos, é aquele tipo de amor que transborda pra além da pele, da palavra. Dizem que os filhos carregam nosso coração fora do corpo, e acredito que essa seja a mais pura verdade. Em tempos de medo, ansiedade, inseguranças, angústia, o amor que temos pelos filhos pode ser uma enorme boia salva vidas. E não se engane, é justamente quando estamos mais perdidos no medo que mais precisamos dessa boia para não nos afogarmos nele.
Amor em primeiro plano
Mas, se o amor fica em segundo plano, se torna mais difícil lidar com as crianças, nessa fase de insegurança. As vozes da preocupação, que falam tão alto na nossa cabeça, podem nos impedir de ouvir os risos, o chamado para estar mais presente, a alegria, pode até nos impedir de lidar com as nossas angústias de maneiras que não violentem a nós mesmos e nem as nossas relações.
Quando o amor está obscurecido pela voz do medo, o grito vem mais fácil na garganta, e é quase sempre sobre eles, os filhos – que são os elos mais desapoderados da corrente familiar – que recaem as consequências do nosso medo não elaborado.
O segredo para voltar a colocar o amor em primeiro plano é se inspirar na esperança desinteressada que nossos filhos sentem. Repare: seu medo é pontual, sua confiança na vida é a regra. Crianças vivem o presente, e podemos dizer que viver o presente é traduzir a esperança na prática. Só temos o presente, afinal. E, se ele vier recheado desse amor transbordante, o que nos importa o medo?
Thais Basile é mãe da Lorena, palestrante e consultora em inteligência emocional e educação parental, eterna estudante. Apaixonada por relações humanas e por tudo que a infância tem a ensinar. Compartilha um saber para uma educação mais respeitosa no @educacaoparaapaz. Escreve nesta coluna mensalmente.
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