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Minha jornada contra o vício digital e as lições que aprendi
(Foto: Meta IA) Existem práticas do dia a dia para evitar o vício em telas
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Neste artigo:

Sigo na minha batalha para combater o uso exagerado das redes sociais e confesso: não foi fácil. Tive que tomar medidas enérgicas. Por outro lado, os avanços e melhorias que obtive foram notáveis – e quero compartilhar com vocês.

Cinco ações práticas que me salvaram do doomscrolling

1 – Configure tempo máximo para cada aplicativo

Esta foi, pessoalmente, a medida que trouxe mais resultados. Definir limites me deu um elemento controlador que, mesmo sendo restritivo, ainda permitia algum desfrute. Estabeleci 15 minutos diários para cada app que mais consumia meu tempo: Instagram, TikTok, Twitter (sim, insisto no nome antigo) e Duolingo. Alguns acabei usando ainda menos, outros sigo sendo interrompido pelo limite. O segredo? Não remova essas restrições! Não sabote sua própria estratégia.

2 – Reorganize os ícones no seu celular

Parece bobo, mas funciona. Mova aqueles apps que você não consegue largar para telas mais distantes da inicial. Testei e deu certo! Quando o ícone não está ali, naquela posição fácil, o acesso se torna menos automático.

Família aparentemente triste com o pai no celular em um parque

(Foto: Meta IA) Desligar as notificações é uma das dicas para deixar o vício de lado

3 – Identifique seus gatilhos de uso

Percebi que, com muito uso, ficamos inaptos a desfrutar de instantes vazios. Por exemplo: estar no hall esperando o elevador e, nesse ínterim, pegar seu ‘crack digital’ para preencher o tempo. Mas qual o problema de olhar o celular enquanto não estou fazendo nada? Não há nenhum – mas você consegue não olhar?

Eu não conseguia. Então resolvi atacar o problema. Seja em momentos curtos (como esperar o elevador ouum carro de aplicativo) ou longos (transporte público, consultório médico, ou até mesmo uma refeição), passei a não usar o celular ou a ler um livro que sempre carrego na bolsa. Foi ótimo! Ganhei muitas páginas de leitura e ainda reduzi a compulsão. Lembra o nome do primeiro texto que fiz sobre o tema? Quem manda aqui?”

4 – Desligue notificações e avise seus amigos

Ação simples mas transformadora: silencie tudo. Nada de sons, vibrações ou alertas. E conte para seus amigos sobre seu “detox digital”. Você não imagina quantas pessoas me disseram que também estavam insatisfeitas com seu uso das redes! Falar sobre o desafio inspira outros a fazerem o mesmo.

5 – Seja honesto consigo mesmo

Se você se identificou como alguém cujo uso do celular está fora do controle, tome medidas duras. Reconheça que está te fazendo mal. Não sabote suas próprias estratégias. Com o tempo, sua mente se acostuma a viver menos colada às telas. Poderia citar outras táticas como deixar a tela em preto e branco ou desligar o aparelho após as 20h, mas acho que estas já são um bom começo.

Os resultados decorrentes das medidas

Melhora na qualidade do sono

A mudança mais imediata! Dormir mal é um tormento que afeta a produtividade, humor, relacionamentos e até a forma como nos relacionamos com a comida. Reduzir o uso noturno do celular trouxe de volta noites de sono profundas e reparadoras.

Tempo livre redescoberto

Você conhece alguém que diz ter tempo sobrando? Eu não conheço! Quase todo mundo reclama que está sem tempo e que a vida está corrida, mas com com algumas medidas de redução que funcionaram como uma cajadada, vi um mar de tempo se abrir na minha agenda. Um verdadeiro milagre! Porque sim, todo nós perdemos um tempo precioso na frente da telinha.

Retomada da leitura

Que alegria voltar a ler! Antes, com a mente derretida, não tinha fôlego para ler mais de duas páginas. Agora, substituo os eventuais momentos ociosos ao longo do dia pela leitura de um livro que sempre carrego na bolsa, e redescobri a satisfação de rolar a última página – aquela mistura de dever cumprido com a saudade antecipada do livro que acabou.

Mente ágil e criativa de volta

Como comentei no texto anterior, vi minha mente sendo consumida pelo uso excessivo do celular. Aos poucos, voltei a ter insights, intuição aguçada e ideias novas. Até minha produtividade financeira melhorou.

Conclusão

Tome as rédeas da sua vida. Quem deve decidir sobre seu tempo, sua saúde mental e seu foco é você – não um algoritmo. Não seja o fiscal dos outros, cada um tem seu ritmo, ontem, fui almoçar e me doeu o coração assistir a um rapaz que, a cada 20 segundos, entre garfadas aceleradas, pegava seu celular para ‘arrastar para cima’ ou mandar mensagens. Que desespero ver aquela cena! Talvez no futuro vamos ter mais claros a gravidade do que estamos vivendo.

Outro relato difícil foi de um colega que confessou usar as redes para fugir um pouco dos problemas do âmbito familiar que atualmente aflige seu lar. Complexo equilibrar a necessidade de descontração com o controle dos excessos, não é mesmo? Difícil julgar, quem nunca em maior ou menor grau já fez o mesmo?

E você? Quais estratégias acredita que poderiam nos ajudar a gerenciar melhor nossos eletrônicos? Compartilhe nos comentários – mas, por favor, só depois de dar uma pausa no celular! 😉

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