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Idealizar em conformidade: O impacto das expectativas sociais
Glenn Carstens-Peters
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“… e, embora a gente sempre falasse que não precisava, de vez em quando eu pensava em como seria a festa.” Parei na página 19 do livro Notas sobre a Impermanência*, de Paula Gicovate. Na cena de uma relação a dois, a imagem da idealização se denuncia, como um rabo de gato por baixo da cortina. Parei a leitura para escrever este texto. Me vi na personagem, e vi mais: o verbo idealizar está sempre à espreita.

Um dia alguém me contou que eu afirmava não querer me casar. Eu já era casada quando ouvi isso – e então me lembrei. Comecei a namorar meu primeiro marido pouco depois de ir morar sozinha. Em lua de mel com minha casa, um dia comentei não me afeiçoar à ideia do casamento. Diante do ponto de vista diferente vindo do namorado, meu olhar se iluminou. Despertava ali a Bela Adormecida que um dia me enfiaram goela abaixo.

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