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Bruce Willis, a afasia e comunicação mais profunda que existe
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Bruce Willis, diagnosticado com afasia, anunciou sua aposentadoria precoce da vida artística. Após sair de cena, o ator nos mostra como a família é o nosso maior porto-seguro na vida.

Recentemente, chegou à público o diagnóstico que Bruce Willis recebeu de afasia, uma disfunção que impede a pessoa de se comunicar de maneira adequada e afeta a capacidade de identificar imagens e sons.

É um transtorno que dificulta o desempenho de ações básicas de comunicação, como ler e escrever. Por isso, resolveu se afastar da carreira e vender suas propriedades nos Estados Unidos. Dessa forma, terá condições de viver ao lado dos familiares.

Ele é considerado um dos atores mais bem-sucedidos na história do cinema. Ganhou o prêmio Emmy como “Melhor ator em série dramática”, em 1987, e como “Melhor ator convidado em série de comédia”, em 2000. Conquistou também o Globo de Ouro como “Melhor ator em série de comédia ou musical”, em 1986. Participou como protagonista em dezenas de filmes com enorme sucesso de bilheteria.

Não foi divulgado qual é o tipo de afasia a que Willis foi acometido. Como não houve notícia de que tenha sofrido um AVC ou ter sido vítima de um tumor, segundo especialistas, é possível que seja do tipo progressiva primária, que afeta a linguagem.

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Família e laços reais

Em momentos difíceis como esse, apenas o amor e a solidariedade da família é que garantem uma vida tranquila. Nessa situação, de nada adianta a fama e a admiração dos fãs. Só o aconchego do lar é que pode proporcionar o amparo que ajuda a superar a condição de angústia e fragilidade.

Embora Bruce Willis tenha se separado da primeira mulher, a atriz Demi Moore, com quem viveu de 1987 a 2000, e com quem teve três filhas, o ator sempre foi ligado à família. Em 2009, se casou com a modelo Emma Heming, com quem teve duas filhas.

O ator já passara por experiência em que contou com a ajuda familiar. Ele foi expulso da escola após ser acusado de ter promovido confusão no refeitório. Na verdade, era inocente na história. Haviam armado a situação para prejudicá-lo. Seu pai, David, confiou na versão do filho, contratou um advogado e conseguiu assim que fosse reintegrado.

Até as eventuais desavenças familiares são importantes. Elas nos ajudam a expurgar as mágoas e as diferenças de opinião, e dão a cada um de nós a possibilidade de renovar a harmonia e a boa convivência. Por isso, quem se dedica exageradamente ao trabalho, por exemplo, achando que a família é um estorvo que impede os grandes voos profissionais, é bom refletir nesses ensinamentos para não haver arrependimentos em um futuro que ninguém sabe quando virá.

Batalhas vencidas

O ator já venceu instantes de extrema dificuldade. Houve período da sua vida em que foi gago. Essa limitação seria uma barreira para que desenvolvesse e se realizasse na profissão de ator. Sem que houvesse explicação, certo dia, ao participar de uma encenação da peça “Sonho de uma noite de verão”, de Shakespeare, assim que chegou ao palco passou a falar normalmente.

São acontecimentos inexplicáveis. Eu mesmo passei por situação semelhante. Quando era criança, depois de sofrer queimaduras de terceiro grau, por causa de um incêndio doméstico, fiquei gago. Seguindo a orientação de um dos médicos que cuidavam de mim, meus pais me ensinaram versinhos infantis para serem recitados. Se foi essa a solução nunca conseguimos confirmar, mas a gagueira desapareceu.

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Legado para o cinema

A afasia de Bruce Willis não poderá ser eliminada de uma hora para outra como aconteceu com a sua gagueira. Ainda que possa ser auxiliado por um tratamento de reabilitação, é quase certo de que não poderá retornar as suas atividades. Conseguirá, talvez, manter uma boa convivência social, especialmente com os familiares.

Vale a pena essa reflexão. Nas nossas alegrias precisamos da família para comemorar conosco as vitórias. Da mesma forma, naqueles períodos de agruras, quando nos sentimos impotentes diante dos obstáculos da vida, é essa mesma família que nos dá o ombro e o incentivo para que possamos manter a esperança e encontrar forças para seguir na nossa jornada.

Ele sai de cena, mas deixa um legado de filmes com suas atuações magistrais. Os fãs poderão assim, sempre que desejarem, rever suas interpretações. Ainda que nunca mais volte a atuar, como artista, parodiando um de seus cinco filmes “Duro de matar”, por tudo o que produziu, sua história será “impossível de matar”.

Leia todos os textos da coluna de Reinaldo Polito em Vida Simples.


REINALDO POLITO (@polito) é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor nos cursos de pós-graduação em Marketing Político e Gestão Corporativa na ECA-USP e autor de 34 livros que já venderam 1,5 milhão de exemplares em 39 países. Sua obra mais recente é “Os Segredos da Boa Comunicação no Mundo Corporativo”.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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