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10 passos para resgatar a confiança e voltar a ter fé no futuro
Zac Durant
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Neste artigo:

Lidar com a decepção dói e resgatar a confiança depois disso parece ser algo complexo. Somos parecidos com um tecido alvo, branco que vai acumulando uma série de manchinhas ao longo da vida. Essas manchas são de vários tamanhos e naturezas e retratam as experiências que vamos vivendo. Da mesma forma que não é possível verdadeiramente brincar sem se sujar, não é possível viver sem que o traçado das nossas vivências fique impresso em nós. Traçados constituídos por muitas memórias boas e outras nem tanto e que vão sendo tecidas pelas interações com os outros, com nós mesmos e por toda sorte de situação que vamos experienciando.

Somos feitos de memórias (algumas boas, outras nem tanto)

Se tivessem cores, as memórias boas seriam claras e coloridas, com cheiro de entusiasmo, paz, amor, alegria e diversão. Memórias que desejam ficar nas camadas mais superficiais de nosso tecido para que a gente possa facilmente acessá-las e relembra-las. Diferente das memórias mais difíceis, que muitas vezes se escondem nas tramas mais profundas da nossa teia, como quem deseja se esconder ou ser esquecida. Em tons amarelados e amarronzados, elas carregam o sabor amargo das coisas que não correram tão bem.

Eu e você, somos assim. Encharcados de diversas manchinhas que quando são muito grandes e doídas, cristalizam-se em traumas que reverberam como sombras que apesar de viverem no passado insistem em se projetarem para o futuro.

É provável que em sua história, tenha havido algum acontecimento inesperado e não previsível que tenha abalado sua confiança em alguém ou em você mesmo. E hoje, por mais que você saiba que isso é coisa do passado, parece que essa experiência matiza seu olhar e faz com que você olhe com reticências para tudo aquilo que exige de você um maior grau de entrega e confiança.

Será que é possível apagar essas manchas e seguir mais leve, como um tecido que nunca foi sequer tingido? Não, não é possível e nem desejável. O que seria de nós se tivéssemos que aprender tudo de novo a cada dia? É exatamente por temos a capacidade de correlacionar os tempos e experiências do passado, do presente e as que virão no futuro, que conseguimos aprender tanta coisa. E é nesse processo de tingimento constante que nossa evolução acontece.

10 passos para deixar o passado para trás

Apesar de não conseguirmos passar uma borracha no que vivemos, podemos transmutar as experiências desagradáveis, esvaziando parte das emoções negativas associadas às elas, para que a sirene que diz “vai correr mal novamente” se dessensibilize.

Mas, como? Como seguir com a mochila leve para continuar trilhando novos caminhos, se ela está cheia de experiências passadas? A seguir, listamos algumas sugestões para você sair desse estado e resgatar a sua confiança.

1. Reconheça a mancha

Da mesma forma que não devemos evitar sentir o que sentimos, escondendo as emoções negativas para que elas não sejam vistas ou percebidas, precisamos olhar para as situações e reconhecer que elas aconteceram. A ideia de passar batido pelos acontecimentos menos felizes sob a alegação de que a vida continua e é preciso levantar a poeira é uma forma pouco produtiva de realmente avançarmos. Por isso, reconheça o que deu errado e o que você não gostaria de viver novamente.

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2. Nomeie o que quer e não quer repetir

Não temos controle sobre grande parte das coisas que vivemos, mas temos direito de não desejarmos mais passar por algumas situações. Não há garantia de que nunca mais voltaremos a ser enganadas, magoadas ou humilhadas, mas podemos decretar que se depender de nós, isso não mais se repetirá. Muitas vezes, vivemos de forma meio caótica e atabalhoada, repetindo comportamentos e padrões por falta de disciplina e consciência. Simplesmente, vamos vivendo um dia atrás do outro sem definir claramente o que desejamos repetir porque é bom e o que que queremos evitar porque é ruim. Por isso, nomeie objetivamente a experiência difícil que viveu e que (se depender de você) não gostaria de repetir. Não quero mais de me sentir inferiorizada, me sentir silenciada… Quero me sentir pertencendo, me sentir amada… Decrete internamente e coloque limites claros entre o que você quer e não quer mais para a sua vida.

3. Esvazie a emoção associada

Não é possível apagar memórias de forma voluntária, mas podemos dar um novo significado a elas. Dizem que o tempo muda tudo, mas na verdade o que transforma as coisas é a nossa consciência. É olhar para trás e ver as coisas de forma diferente. Se por enquanto isso ainda é difícil, pois a situação é muito recente e você não aceita ou entende o motivo, respire. Sim, respire de forma consciente como quem quer se esvaziar da emoção dolorida. Feche os olhos, traga a memória difícil e expire longa e profundamente como quem quer deixar ir e se esvaziar. Faça esse exercício pelo tempo que desejar e quantas vezes forem necessárias. Ao fazer essa respiração, você vai perceber que a intensidade da emoção associada ao episódio muda e vai ficando mais fraca. A memória cognitiva ainda ficará em você, mas não mais encharcada com tanta emoção.

4. Elabore o que aconteceu e fique com que te pertence

Agora, com a intensidade emocional do acontecimento reduzida, você está pronta para olhar novamente para o ocorrido de uma forma menos conturbada. Refletir, pensar e meditar sobre o que correu mal nos ajuda a entender com mais profundidade as nuances e lados de uma determinada situação. Não importa se esse diálogo vai ser com sua amiga, sua terapeuta ou com você mesmo, o importante que medite, fale e/ou escreva sobre o ocorrido. Nada que acontece em nossas vidas, de bom ou de ruim, foi exclusivamente criado por nós. Vivemos em rede e nossas experiências são sempre construções em grupo. Portanto, perceba qual é a sua responsabilidade no ocorrido e qual é a responsabilidade do outro. Desate esses nós. Ficando com o que lhe pertence da história e entregando energeticamente o que não é seu. Esse exercício vai te ajudar a sair da posição de vítima e enxergar as coisas com mais autorresponsabilidade.

5. Aprenda, o que precisa aprender

A gente não sofre por acaso. Nosso sofrimento não é uma piada de mal gosto dos céus. Caímos porque precisamos aprender alguma coisa. E o ato de aprender é feito de erros e acertos. Portanto, coloque-se na posição de aprendiz e pergunte-se: O que eu tenho que aprender nessa situação? Que comportamento ou padrão repetitivo preciso mudar para que tal situação não se repita? Feche os olhos e em estado meditativo, deixe que a resposta se desvele de um lugar de mais consciência, além das respostas prontas que sua mente costuma lhe dar. Vá ao centro da questão, como um investigador que deseja encontrar a origem do entendimento necessário e descubra-o.

6. Aceite a situação

Aceite o que aconteceu. Perdoe você. E também o outro ou outros, se houver. Provavelmente, ninguém envolvido nessa história fez o mal que fez por querer. Era o que deva para ser feito naquele momento. Ninguém acorda querendo se ferir ou ferir ninguém. Somos aprendizes e frequentemente vamos vaciliar, portanto, deixe ir. Sim, deixe ir. Quando ficamos aprisionados à uma história, perdemos a chance de viver coisas novas, então, largue e siga.

7. Acredite no seu merecimento

Somos seres complexos e cheios de camadas. Todos nós temos pontos cegos que nos impedem de ver ou conquistar determinadas coisas. Em algum lugar escondido, é provável que tenhamos uma crença de que determinada coisa não é para nós ou que não merecemos. Mas é difícil acreditar que se desejamos tanto, tanto uma coisa, essa coisa não está em nosso destino. Pode ser que ela não esteja exatamente na forma como você gostaria, mas certamente está. Portanto, acredite que você pode e deve receber o que anseia. Acredite que uma nova história pode acontecer, à despeito de tantas histórias repetidas e que não “deram certo”.

8. Sinta o que deseja

Com o passado mais bem resolvido, firme os dois pés no presente, a respiração no agora e visualize a situação que deseje viver e, principalmente, o estado que queira sentir. Imagine detalhadamente as cenas, abra os 5 sentidos e perceba os cheiros, cores e sons da situação. Se demore nesse exercício e faça-o continuamente, antes de dormir ou quando acordar. Aprofunde essa experiência de sentir o que deseja, até que ela se torne vívida dentro de você.

9. Aja

Movimente-se na direção daquilo que deseja. Projetar é um passo importante, mas o universo não trabalha sozinho. A realidade é sempre cocriada, portanto, faça a sua parte. Se em seu movimento de resgatar sua confiança você precisar fazer algumas mudanças, faça. Podem ser mudanças pequenas como cortar o cabelo ou voltar para a academia, ou mudanças mais difíceis, com largar uma crença ou um comportamento que não te serve mais. Seja disciplina e se comprometa com as ações necessárias. Não espere para começar amanhã. Comece a fazer hoje.

10. Confie e solte

Sempre achei que esse era o passo mais difícil. Lembro-me de dizer a minha professora de meditação há alguns anos atrás: Me empurra! Eu quero que você me empurre, mas me jogar sozinha, eu não consigo, não porque eu não quero, mas porque eu não sei. Essas palavras saíram da minha boca, no momento em que a vida me exigia para confiar e eu estava cheia de medo. Não sei como fiz o que fiz, mas confiei e continuo confiando. Talvez, tenha verdadeiramente acreditado que sou profundamente amada por Deus e que essa inteligência maior que quer me ver bem, plena e feliz. Portanto, confie e solte! Deixe espaço para que a vida te surpreenda, não se  feche à um determinado formato  ou jeito das coisas acontecerem, deixe a criação criar.

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