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Nove plantas perfeitas para ter em casa (com dicas para cuidá-las)
(ILUSTRAÇÕES: ISTOCK) Foto: Leeann Cline/Unsplash
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Talvez tenha acontecido com você tam­bém: nesses últimos tempos, muitos de nós passamos a conhecer novas espécies de plan­tas. Pileas, begônias, marantas, ficus lyrata e pacovás se uniram aos cactos, suculentas e or­quídeas, já tão famosos por transformar não apenas o horizonte diante dos nossos olhos, mas mudar também a paisagem interna.

Há quem se apaixonou tanto pelo cultivo que co­meçou a estudar como podar, tratar pontas amarelas, curar pragas etc. Há famílias su­perurbanas que notaram moscas, formigas e outros personagens típicos que vieram junto desse habitat. Abrimos a porta e, literalmen­te, um outro mundo vivo entrou.

Multiplicando as plantas

Comigo aconteceu de ver como o jardim da casa dos meus pais é um viveiro rico de se­res fantásticos e perceber que, com a ajuda do dedo verde da minha mãe, eles poderiam vir dividir meu apartamento também.

Assim chegaram o gerânio, o cacto e duas begônias – uma delas secou em sete dias. Mas mantive num lugarzinho claro e fresco e agora ela está rebrotando do susto da mudança e temos qua­tro folhas recém-nascidas para comemorar.

Olhando em retrospecto, parece que quem tinha um sentimento estéril em relação à presença da natureza sob o próprio teto hoje vive um estado gravídico, esperando por no­vos brotos, gavinhas, botões.

Uau! O projeto de uma casa verde merece mesmo todo in­centivo. E algumas bases para dar certo.

Antes de sair comprando plantas…

Dê uma boa olhada no ambiente onde você está pensando em colocar um vaso. “Se rece­be mais de quatro a seis horas de sol por dia (ainda que pelo vidro da janela), espécies de sol pleno como a cróton, a pleomele e a clú­sia se darão bem”, conta a paisagista Gabriela Pileggi.

“Se bate um sol fraquinho (antes das 10h ou depois das 15h), a dica são plantas de meia-sombra, como as marantas, a jiboia e a costela-de-adão.

Já se o cantinho for ilumina­do, mas estiver afastado até 3 metros da jane­la, as espécies de sombra como a zamioculca e a espada-de-são-jorge devem ser priorizadas”. Depois disso é breu e quase nada sobrevive.

E vale lembrar das aulas de biologia: planta faz fotossíntese para viver. “Sem luz, ela passa fome e morre”, diz Antonio Jotta, cofundador do Flo Atelier Botânico.

Dito isto, seleciona­mos boas habitantes de áreas internas; umas precisam de mais sol, outras menos, algumas aguentam até ar condicionado. Faça suas esco­lhas e aventure-se na sua selva de pedra.

Zamioculca Plantas para ter dentro de casa

De porte pequeno (alcança um metro) e folhas verde-escuras bri­lhantes que crescem para cima, essa é a highlander das plantas, tamanha a sua resistência em ambientes onde outras espécies dificilmente sobreviveriam.

Para ela não há problema se o local tem pouca luz e pouca rega, calor abafado ou ar condicionado. Ela aguenta. “É que a Zamioculcas za­mifolia tem origem nas florestas da Tanzânia. Ela aparece lá em locais sob a sombra das árvores e protegida do vento e da chuva – daí por que não gosta de ficar com as raízes encharcadas”, explica Gabriela Pileggi, do Jardineiro Fiel, em São Paulo.

Um vaso de solo bem dre­nável, com cascalhos no fundo, é de grande ajuda para deixar esco­ar o excesso de água. E ela pode se manter saudável se receber água uma vez por semana. Segundo o Feng Shui, essa planta traz prosperidade e abundância.

Jiboia

Se depender dessa trepadeira com folhas em formato de pe­quenos corações, ninguém ficará sem uma planta para chamar de sua. “Você nunca teve, mas sem­pre quis ter uma planta? Compre uma jiboia”, brinca Antonio Jotta.

Tipicamente tropical, a folhagem gosta da luz difusa de uma janela (quando o ambiente é supercla­ro, mas não recebe sol direto) e cresce sem problemas um pouco mais afastada, à meia-sombra.

“Um pouquinho de luz já é sufi­ciente para ela. Só não pode fal­tar água (aproximadamente duas regas na semana)”, enfatiza Jotta.

Pense em colocá-la num pendente próximo à janela do quarto e logo terá um véu verde se derramando pelo chão. Trepadeira que é, ainda pode escalar a parede da varanda e bordar o ambiente. Se quiser contê-la, é só podar a ponteira. Mas, atenção: ela é tóxica; mante­nha longe de crianças e pets.

Ficus lyrata

Essa árvore de folhas exube­rantes está entre as vedetes da decoração de interiores. A pai­sagista Gabriela Pileggi alerta, no entanto, sobre onde mantê-la em casa.

A ficus adora luz difusa, meia-sombra e sol pleno. “Se não for para ficar perto da janela, ela não aguenta. Se você tiver uma varanda fechada com tela solar, abra-a”, recomenda.

E não precisa se preocupar com o reenvase. A ficus vai bem com a raiz contida e pode “morar” por muito tempo num vaso de 35 mm.

Quanto à rega, ela precisa sentir sede e não gosta de ficar com os pés úmidos, ou começa a apodrecer e manchar as folhas.

O solo precisa ficar seco entre uma rega e outra. Assim, en­fie um palito na terra até 5 cm e só regue se sair sequinho. A aduba­ção também é indicada, “mas não antes de seis meses (quando você compra ela já vem com substrato rico)”, diz Antonio Jotta.

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Cróton

Plantas para ter dentro de casa

Queridinha por folhagem de colo­ração vermelha, laranja e amare­la, precisa de uma rega por sema­na e adora luz direta por algumas horinhas.

Seja a da sala, da varan­da, das áreas gourmet. Só um de­talhe: lembre-se de que as plantas compradas em vaso cresceram em estufa e, embora diga-se que elas são de sol pleno, na verdade nunca receberam insolação direta na cabeça.

Se a ideia for deixá-las mais expostas, precisam de um tempo para se acostumar. “Esse é um processo chamado rustifica­ção. Significa que você vai colocá­-las aos poucos sob o sol direto para o choque ser menor”, infor­ma a bióloga Niedja Rodrigues, da loja Selvva.

“Vá colocando a planta sob o sol uma hora por dia na pri­meira semana, duas na segunda. Viu que não queimou, deixa um pouco mais. Assim a cutícula da folha vai ficando mais resistente”, ensina a bióloga.

Samambaias

As samambaias estão entre as plantas mais vendidas do Brasil. Mas o que pouca gente sabe é que precisam de dedicação para fica­rem sempre lindas.

“A maioria das pessoas já viu a planta na casa da avó e acha que é simples cuidar. É, mas porque a sua vó doou um tempinho para isso”, alerta Niedja Rodrigues.

“Elas gostam de umi­dade e têm de ser regadas dia sim, dia não, sempre pela manhã. Se estiverem com as folhas molha­das à noite, não conseguirão fa­zer as trocas gasosas necessárias, vão sufocar e desfolhar”, alerta.

É importante colocá-las em um local com bastante claridade – sem que o sol bata direto sobre as folhas – e arejado, porém protegi­do do vento.

Com adubação quin­zenal, mantêm o volume. Truque extra para ficarem esplendorosas: levá-las para a pia para um revi­gorante banho de corpo inteiro uma vez por semana.

Pilea peperomioides

Com caule ereto e folhinhas arre­dondadas, essa pequena nasceu nas florestas da China, mas por obra do destino acabou fazen­do fama na Escandinávia.

Hoje, o mundo inteiro caiu de amores pela folhagem que alcança uns 30 centímetros. O tamanho da fofura é o mesmo da facilidade de culti­vo.

“Quanto mais claridade, mais brotos e mais vistosa. Deixe-a per­to da janela”, recomenda Gabrie­la. Só cuide para que não receba aquele sol forte, depois das 10h e antes das 15h, pois queima.

Quan­to à rega, a pilea gosta do substra­to úmido, mas detesta encharcamento. O ideal é que, ao molhar, não chegue água no pratinho. So­brou água, coloque menos da pró­xima vez.

Uma dica para manter seu pescocinho ereto é prendê-lo a um tutor. No mais, divirta-se a cada baby pilea que surgir. Ah, e o manejo é idêntico para outra que­ridinha, a begonia maculata.

Medinilla magnífica

Plantas para ter dentro de casa

Nativa das Filipinas e de Java, a medinilla magnífica é um arbus­to de meia-sombra; vive bem se a luminosidade for indireta e pro­longada. Cresce cerca de 80 cm e floresce uma vez por ano na pri­mavera/verão.

O melhor é que, apesar do exotismo, não deman­da cuidados extremos. “Ela gosta de solo mantido úmido – nada de substrato encharcado, por favor – e adubação regular”, informa Gabriela.

Em geral, plantas que dão flores precisam ser adubadas uma vez por mês. “Isso porque, diferentemente de uma terra de jardim, onde caem folhas mortas, insetos, asas de borboleta e tem até um pouquinho de ureia, o solo do vaso fica pobre em nutrientes, e o caule, as raízes, folhas e flores podem perder vitalidade”, escla­rece Antonio Jotta.

Columeia-sino

Mais um raro exemplo de flora­ção que vai para dentro de casa, a columeia-sino é fã de um canti­nho iluminado próximo da janela, protegida das correntes de vento e frio.

Seus delicados botõezinhos vermelhos despontam entre a pri­mavera e o outono nos longos ra­mos da planta, que chegam a pen­der até 1 metro de comprimento.

Regar duas vezes por semana, uniformemente por toda a super­fície, costuma ser suficiente. Cui­dado só para não encharcar.

“Essa é uma das espécies que ‘morrem de tanto amor’, porque as pessoas exageram na água, favorecendo o aparecimento de fungos e o apo­drecimento da raiz”, alerta Niedja.

Então, cautela. Enfie um palito ou o dedo na terra – saiu úmido, não molhe. “E é zero tóxica, ótima se há crianças e pets em casa.”

Costela-de-adão

Como cresce bastante e rápido, precisa de espaço para se sentir bem. “Pode ficar no quarto, ao lado da janela, na sala, sempre perto da luz, mas não onde o sol vá bater direto na folha”, recomenda Niedja.

Adubada uma vez por mês e regada duas vezes na semana, fica linda que é uma maravilha. Um agrado que suas folhas imen­sas merecem – como todas as amigas com tal amplitude verde – é passar um paninho para tirar o pó.

“Assim, a planta consegue res­pirar melhor. Resultado: não ama­rela”, explica a bióloga. Em tempo: se você comprou a planta e deseja replantá-la, espere 15 dias para que primeiro ela se acostume ao seu lar.

Então, passe para um vaso com dois a três dedos de folga, no máximo, em relação ao anterior. É mais aconchegante assim.

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KÁTIA STRINGUETO é jornalista e, nos últimos meses, seu apartamento também ganhou novas moradoras. Adora observar as folhagens e flores das plantas e traduzir suas belezas em bonitas joias. @katiastringueto


Conteúdo publicado originalmente na Edição 236 da Vida Simples

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