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O que um pé de mexerica ensina sobre o lado simples e doce da vida
Max | Unsplash
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Rafaela Sampaio, assinante da Vida Simples, enviou para o Blog Você + Simples um texto que retrata um pedaço de sua infância. Ela compartilha uma memória especial sobre o pé de mexerica no quintal de sua avó. A história nos mostra a importância das experiências simples e afetuosas da vida.

O jardim encantado da minha avó

Eu passei minha infância inteira na casa dos meus avós. Meus pais trabalhavam muito e eu ficava lá. Minha mãe, enfermeira, e meu pai, carteiro, costumavam fazer várias horas extras para podermos ter um pouco mais de dinheiro. Épocas difíceis.

Lembro de muitas vezes sentir falta dos meus pais. Começava a chorar, mas minha avó sempre conseguia tirar um sorriso de mim. Minha avó inventava mundos encantados: sacis, histórias mil. Fazia do jardim dela, um jardim encantado, cheio de contos de fadas. Ah, a minha avó, uma mulher incrível, com uma alma única. Tão doce e, ao mesmo tempo, tão forte. Tem um coração do tamanho do céu 🌈 e emana uma energia maravilhosa! ✨✨✨

Um pé de mexerica para chamar de meu

Uma tarde, estava no quintal, olhando para a rua. Era um dia ensolarado. Sabe aqueles dias amarelados de tanto calor? Era um desses dias. Eu, chorando, triste, porque estava com saudade dos meus pais. Minha avó, então, me propôs olharmos os pés de frutas que tínhamos no quintal.

Ela me pegou pela mão e me colocou na frente da macieira. A macieira era da minha prima, que morava na casa ao lado. Me mostrou como o pé estava crescendo, já nascendo algumas flores. Lembro que era uma árvore magrela, alta, quase sem nenhuma folha, mas eu olhava e a achava muito elegante. Após olharmos a macieira por um tempo, fomos olhar a minha arvorezinha. O pé de mexerica! 🍊

Um pé mais desengonçado, cheio de folhas, pequeno. Eu olhava e pensava “eu queria a macieira”. E eu perguntei para minha avó por que não poderia ficar com a macieira. Ela me fez olhar com mais carinho para o pé de mexerica, falando quanta coisa legal e bonita tinha escondido naquele pezinho.

Depois que meu pé começou a encher de frutas, nossa, ninguém podia nem chegar perto, pois aquele pé era meu (risos). Adorava olhar a cor da mexerica contrastando com o verde das folhas e como estava carregado aquele pequeno pezinho.

A importância de apreciar o lado simples e doce da vida

Eu e minha avó sentávamos ao lado do pé e chupávamos mexericas até não caber mais. A mão ficava com aquele cheiro delicioso que impregna em tudo e, mesmo lavando mil vezes, ainda dava para sentir o cheiro. A boca toda lambuzada, a roupa, então, nem se fala (risos). Mas, como era gostosa aquela época, na qual um simples pé de mexerica me fazia embarcar nesta aventura com minha avó.

Talvez, na época, eu não percebesse a importância daquele momento. Sentar com minha avó, escutar seu sorriso, suas histórias de infância (ah, eram muitas!). Mergulhávamos naquele momento que era único e nada mais importava, esquecendo a saudade, pelo menos por um tempo. Mas, o mais importante: nós estávamos criando memórias.

Hoje, na chácara dos meus pais, temos também pé de mexerica, e não tem uma vez que eu pegue uma mexerica direto do pé que não me faça lembrar daquela época da casa dos meus avós. Incrível como o cheiro do descascar da mexerica, me transporta para aquela época.

Enfim, espero que você também tenha achado o seu pé de mexerica, que possa criar boas memórias e apreciar o lado simples e doce da vida.


Rafaela Sampaio é agilista por paixão. Entusiasta por assuntos referentes a Agilidade, Management 3.0, Comunicação Não Violenta, Mindfulness, Psicologia Positiva e Neurociência. Em busca constante de aprendizado e adoro disseminar um pouquinho do meu conhecimento neste mundão afora. Esse é o meu LinkedIn e esse é o meu Instagram (@DePoucoUmTudo_).


Este texto foi produzido por um membro assinante da Comunidade Vida Simples e publicado no blog Você + Simples.

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