Como despistar a sua versão impostora?
A tal síndrome de impostora aparece em momentos de baixa endorfina, porém muito necessários; veja dicas para controlar o desejo de postergar seus sonhos
Marina Xavier, da comunidade Vida Simples, enviou para o blog Você + Simples um texto com dicas para se livrar da pior versão de nós mesmas: a impostora. Boa leitura!
Toda vez que estamos passando por uma fase longa de baixa endorfina (hormônio associado ao bem-estar) a nossa versão impostora surge com mais força e nos faz ameaças contundentes:
– Aonde você vai com isso? – Vai demorar muito para ter resultado? – Isso não te faz feliz, abandone! E coisas do gênero…
Aliás, se a nossa versão impostora tivesse aparência, ela seria bem austera, rígida e carrancuda, porque a ela lhe falta várias faculdades empáticas e de amadurecimento.
É que a nossa versão impostora é bem viciada em mimos imediatos. Sim! Ela é mimada e do pior tipo: birrenta. Então, fique atenta a sua versão impostora.
Olhe para ela com a mesma cara feia que ela lança a você toda vez que você lhe deixa tempo suficiente de escanteio.
Esse tempo (o da invasão e permanência da versão impostora de nós mesmos) é extremamente variado para cada pessoa.
De forma muito simplista, o que determina o tempo que gastamos “tomando chá” com ela é a nossa personalidade e nossas vivências diárias.
A impostora dos momentos de transição
Mas existem algumas fases que consideramos válido “dar morada” à impostora por mais tempo do que ela merecia. Me refiro a certas fases “temporárias” das nossas vidas. Como a fase de filhos pequenos (para as que são mães), o momento da transição de carreira.
Há, ainda, outras fases temporárias, como os meses preparativos para participar de uma prova física de alto rendimento, ou um concurso concorridíssimo, por exemplo.
Nesses momentos, a versão impostora não deveria ser tão ouvida. Dar espaço às suas artimanhas e interesses pode ser muito danoso e contraproducente.
Claro, é impossível controlar quando vamos nos deparar com a impostora, mas é certo que ela costuma achar brechas claras na ausência de recompensas rápidas de prazer.
Esses momentos da vida “de preparo” de algo, e que geralmente, vão resultar em grandes conquistas ou melhorias de vida (a sua própria ou de alguém) requerem a compreensão de são momentos de ausência ou baixíssimo momentos de prazer. Ou seja, longos períodos de desagrado à impostora.
Existe, todavia, um caminho possível para tentar despistá-la, ou ao menos, garantir que as brechas por onde ela consegue passagem sejam cada vez menores.
Ora, para que não haja cadeira para a impostara se sentar, é preciso “servir chá” para uma convidada mais sensata, equilibrada e simpática no trato conosco.
Foco no propósito nos livra da impostora
É preciso conversar com as nossas virtudes e valores. São eles que costumam lapidar as nossas expectativas de forma que não nos coloquemos em comparação nem à deriva da manipulação covarde da impostora.
Claro que não estamos negando a importância e necessidade dos momentos de prazer, mas não podemos confundi-lo como o saqueador da nossa felicidade.
É uma inversão de valores. Estamos interpretando que na ausência de momentos frequentes de prazer, somos infelizes. Olha só o perigo de “servir chá” para a convidada errada!
Sei que é desafiador, mas cada vez que alimentamos a impostora, mais sedenta por mimos constantes ela fica. Por outro lado, treiná-la a um “jejum forçado” parece saciá-la de fazer seus julgamentos e críticas tão perversos a nós mesmos.
Agora vai outra dica: reconheça e enalteça cada vez que você não der voz à sua versão impostora. A reafirmação da sua autoestima é ocupação de cadeira que impostora não se senta!
Bora tomar chá com quem valoriza o que há de melhor na gente?
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Marina Xavier da Silva (@mari_xavierdasilva) é bióloga pelo Mackenzie e mestre em Ecologia pela USP. Atou durante 13 anos no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Mãe da Lia e da Cléo, segue apaixonada pela natureza e seus encantos.
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