A história de Fe Cortez, ecologista que criou o copo Menos 1 Lixo

Nos seus tempos de menina, Fe Cortez tinha uma certeza: quando crescesse, seria ecologista. Essa escolha estava relacionada aos momentos mais felizes de sua infância, todos tendo a natureza como cenário.

Passava as férias no veleiro de um tio ou no sítio de uma prima da avó e comemorava os aniversários em parques. Mas, quando cresceu, a vida tomou um rumo diferente e ela foi trabalhar na indústria da moda.

Só que uma mudança aconteceu quando assistiu ao documentário Trashed – Para Onde Vai Nosso Lixo. Sensibilizada ao ver as imagens de uma imensa ilha de plástico flutuante no Oceano Pacífico, sentiu raiva.

“Estamos transformando o mundo num grande lixão para atender aos nossos hábitos de consumo.” Quando saiu do cinema, prometeu a si mesma que faria algo para mudar aquela realidade. E decidiu usar seus conhecimentos não mais para criar desejos de consumo, mas para fazer o oposto.

Foi estudar sustentabilidade, tornou-se ativista e criou o projeto Menos 1 Lixo, em 2015, no qual compartilha em um blog suas experiências de reduzir a quantidade de lixo.

Menos 1 Lixo começou com um copo

Uma delas foi a de não usar mais copos descartáveis, depois que adotou um copo retrá­til de metal. Em um ano, Fe concluiu que econo­mizou 1618 copos.

Foi aí que percebeu que um simples copo poderia ser um objeto de transformação de comportamento. Então procurou uma agência para criar o copo Menos 1 Lixo, feito de silicone livre de substâncias prejudiciais à saúde, e pediu aos amigos que a ajudassem na divulga­ção.

Só no ano passado, foram vendidos 130 mil copos. “Cada um começa por uma coisa, não ne­cessariamente pelo copo. Pode ser eliminando o saquinho plástico do banheiro e substituindo por um de papel ou usando ecobags. O importante é começar e trilhar um caminho.”

Mesmo satisfeita com a receptividade do público ao Me­nos 1 Lixo, Fe quis ampliar ainda mais o alcance da sua mensagem. Foi uma das idealizadoras da campanha #PareDeChupar, que levou à proibi­ção do uso de canudos plásticos no Rio.

Em reco­nhecimento ao seu trabalho, foi nomeada Defen­sora da ONU Meio Ambiente pela campanha Ma­res Limpos e Conselheira do Greenpeace Brasil. “Somos tão poderosos para fazer uma catástro­fe quanto para modificar uma situação”, acredita.

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 206 da Vida Simples