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    Chorar faz bem: acolher as lágrimas é uma forma de autocuidado
    (FOTO: UNSPLASH) Chorar é libertador e permite que as emoções encontrem um caminho para sair
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    Tem dias em que o mundo pesa demais. Uma palavra atravessada. Uma lembrança ou uma música que aperta. Um silêncio que machuca. De repente, o nó na garganta. As lágrimas começam a se formar, mas ainda assim, a gente tenta conter respirando fundo, disfarçando ou até fingindo que não sente. Isso porque a sociedade construiu na nossa cabeça que chorar é símbolo de fraqueza. Mas não é bem assim. Chorar faz bem e pode ser um dos gestos mais humanos de cuidado com você mesmo e com o outro.

    Segundo a psicanalista Andrea Ladislau, o choro é uma reação biológica às emoções. Ele ativa o sistema parassimpático, responsável por acalmar o organismo, além de estimular a liberação de neurotransmissores que ajudam a desacelerar os pensamentos. “O alívio que sentimos após o choro reflete a liberação dessas emoções acumuladas. É como se o corpo se reorganizasse por dentro”, explica.

    O corpo entende o que a mente ainda não processou

    Quando choramos, não importa se de tristeza, saudade, medo ou até alegria, o corpo responde automaticamente. O ritmo desacelera, a respiração muda, os pensamentos ganham espaço para se rearranjar. A tranquilidade que vem depois das lágrimas não é coincidência. “É a mensagem que é entendida pela mente após alguns minutos de lágrimas. Naturalmente, somos invadidos por uma serenidade interna”, diz Andrea.

    “As regras culturais muitas vezes determinam as formas de expressão emocional. Nem todos entendem o choro como uma vivência emocional e pregam o ‘engole o choro’ como uma ordem natural para autopreservação”, observa. Por isso, conter o choro o tempo afeta a saúde mental.

    “Pode ser com insônia, irritabilidade, ansiedade e até distúrbios alimentares que surgem como um grito de socorro silencioso. Quando não expressamos o que sentimos, a tensão se acumula e o corpo busca outras formas de se manifestar. Fadiga, tensão muscular, dor de cabeça e até problemas digestivos podem estar relacionados a um choro reprimido.”                                       

    O choro, na verdade, é um processo de cura silenciosa. Quando as emoções estão à flor da pele, as lágrimas funcionam como um “descarregamento” necessário para a recuperação emocional. Isso não significa que o ato de chorar irá resolver todos os problemas, mas ele oferece um alívio temporário e necessário

    Por que ainda temos vergonha de chorar?

    A resposta está, muitas vezes, nas raízes da nossa cultura. Desde cedo, aprendemos que chorar em público é sinal de fraqueza. Homens, especialmente, crescem ouvindo que “homem não chora”. Mulheres, por outro lado, têm o choro associado à instabilidade emocional. E assim, vamos todos engolindo as lágrimas e reprimindo o sentir.

    “Apesar da sociedade ainda pregar que, expressar as emoções é um sinal de falta de controle e pode demonstrar imaturidade, a grande verdade é que chorar é a manifestação sincera de um sentimento real, o que alivia a mente e desacelera os pensamentos, além de ajudar a ter mais clareza sobre as situações”, conta a psicanalista.

    A vergonha do choro também pode estar ligada à ideia de que precisamos ser fortes o tempo todo e manter o controle da perfeição. Ao se permitir ter um tempo para derramar suas lágrimas, você se permite ser humano e vulnerável e muitas vezes, esse é o primeiro passo para a cura.

    Porém, é importante observar quando o choro começa a se tornar frequente. Nem todo choro pode ser saudável, às vezes ele pode estar ligado a um sofrimento profundo que precisa da atenção de um profissional.  

    “O choro saudável é aquele que alivia e nos permite seguir o curso normal de nossas atividades. Já o choro negativo nos deixa desmotivados, com sensação de desesperança e peso emocional e sinaliza um sofrimento que pode ser um indício de que algo não está sendo devidamente tratado dentro de nós”, explica Andrea. 

    A coragem de se permitir chorar 

    Acolher o próprio choro é se permitir ser inteiro. É respeitar o que está pedindo espaço para ser vivido. Para Andrea, o processo começa com o simples gesto de escuta: “Se questionar sobre o motivo do choro e nomear a emoção que se está sentindo é um excelente exercício de autoconhecimento.” Esse tipo de observação é fundamental para quem deseja se compreender melhor e desenvolver uma relação mais saudável com suas próprias emoções.

    E, quando o choro é do outro, o acolhimento também importa. o primeiro passo é ter uma escuta ativa, empática e sem julgamentos para entender que cada um é único e pode reagir às situações da vida de formas distintas que precisam ser acolhidas em suas manifestações emocionais. Às vezes, ela só quer colocar para fora o que pesa. O acolhimento não deve vir com soluções imediatas, mas com a presença atenta e respeitosa, que reconhece seus momentos de fragilidade ou de esvaziamento emocional. 

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