Método Feldenkrais: micromovimentos restauram consciência corporal
Conheça o método Feldenkrais que ajuda a trazer mais qualidade nos movimentos a partir da consciência corporal
Os movimentos eram sutis. Tão sutis que pareciam ampliar a minha percepção sobre eles de um jeito que eu nunca havia visto antes. Isso foi o que logo me impressionou quando fui experimentar uma sessão do método Feldenkrais. Deitada numa maca, recebi a manipulação cuidadosa com micromovimentos feitos pela terapeuta especializada na técnica, Marianna Muradas. “A proposta do trabalho é trazer consciência corporal para a pessoa de maneira que ela mesma possa se reorganizar em sua postura e ganhar mais qualidade nos movimentos em seu dia a dia”, explica.
Marianna conta que a técnica pode ser útil para diferentes pessoas em diversas situações. Desde atores que desejam melhorar sua performance nos palcos, passando por crianças com alguma dificuldade motora, gestantes que experimentam mudanças constantes a cada semana e, até mesmo, pacientes em recuperação após algum acidente, inclusive neurológico, como um AVC. “Isso porque o método nos ajuda a reorganizar as conexões entre o cérebro e o corpo, melhorando não só o movimento, mas também nosso estado emocional”, observa Marianna, ressaltando a importante conexão entre corpo e mente como uma unidade que não se divide.
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O método foi criado pelo israelita Moshé Feldenkrais (1904-1984) nos anos 1940. Físico, engenheiro e mestre em judô, ele rompeu os ligamentos do joelho depois de uma partida de futebol. Foi se valendo dos seus conhecimentos sobre física e engenharia que ele passou a experimentar, em seu próprio corpo, uma série de micromovimentos que o ajudaram a se recuperar. Ele investigou profundamente o funcionamento do cérebro, a anatomia humana e a fisiologia, bases para criar um método único de aprendizagem.
Depois da sessão, Marianna me convidou a sentir como eu percebia meu corpo. “Não há uma obrigação em ver um resultado imediato. Às vezes, ele acontece dias depois, quando você tem um estalo e percebe que algo no seu jeito de se mover mudou.”
E foi o que senti. De alguma maneira, era como se eu estivesse mais atenta sobre a forma como eu me coloco no mundo. Descobri a origem de uma dor cervical da qual eu me queixava havia semanas. E parece que meu corpo voltou a se encaixar, sobretudo em quem eu sou.
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