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Será que o DIU é o melhor método anticoncepcional para você?
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Neste artigo:

Já pensou em recorrer ao DIU mas tem dúvidas se esse método contraceptivo é o mais indicado para você? Nesse texto você vai encontrar quais são os tipos de dispositivos intrauterinos disponíveis, as vantagens e desvantagens de cada um e alguns mitos em torno desse anticoncepcional.

Como funciona o DIU?

O dispositivo intrauterino (DIU) é um dos métodos contraceptivos de longa duração (LARCs), que pode ser utilizado entre 3 e 10 anos. Geralmente, sua inserção é feita em um consultório médico, com anestesia ou até mesmo sedação. 

O dispositivo é colocado na cavidade uterina e, ao contrário da pílula anticoncepcional, não inibe a ovulação. Ele apenas impede a fecundação do óvulo. 

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os dispositivos intrauterinos são métodos tão seguros que suas taxas de falha são semelhantes à laqueadura

Segundo Nathália Cardoso, médica do Coletivo Feminista, o DIU tem mais de 99% de eficácia

Por se tratar de um método anticoncepcional bastante seguro, o número de inserções tem aumentado. Dados do DataSUS, apresentados no Mapa da Justiça Reprodutiva, mostram que a adesão do DIU cresceu mais de 65% na cidade de São Paulo, entre 2019 e 2023. 

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É possível engravidar usando o DIU?

Apesar de se tratar de um método contraceptivo com mais de 99% de eficácia, é possível uma mulher engravidar usando o DIU

Mas, de acordo com Nathália, geralmente, a gravidez acontece quando ocorre o deslocamento ou a expulsão do dispositivo intrauterino. 

“O risco de gestação indesejada pode aumentar em caso de expulsão ou deslocamento. No geral, as chances de expulsão são maiores no primeiro uso do método, após 12 meses de uso, elas caem consideravelmente. Além disso, alguns estudos que indicam que a expulsão normalmente é acompanhada de sintomas, tais como: sangramento ou dores atípicas e não habituais para a paciente”, explica a médica. 

Além disso, para aumentar a segurança, Nathália indica que a usuária do DIU faça uma auto observação, sentindo o fio do dispositivo, que fica para fora do colo uterino e pode ser palpado no autoexame vaginal, principalmente nos primeiros meses após a inserção. 

Sendo assim, na presença de sintomas ou incapacidade de identificar o fio condutor do DIU ao toque, a paciente deve buscar orientação médica, com intuito de avaliar a eficácia do método, reduzindo, assim, a possibilidade de falha e, consequentemente, de uma gravidez indesejada. 

O bebê pode nascer segurando o DIU?

Existem várias fotos e vídeos que mostram recém-nascidos segurando o DIU, como se ele tivesse nascido com o dispositivo na mãe, trazendo o “presentinho” para a mamãe. Mas não se engane com esse tipo de conteúdo! 

Geralmente, quando a mulher engravida com o dispositivo uterino, os médicos optam por sua retirada, já que ele pode aumentar o risco de parto prematuro e ruptura das membranas durante a gestação. 

Na maioria das vezes, as mulheres que engravidam com DIU, guardam o dispositivo que foi retirado para utilizá-lo em um ensaio fotográfico quando o bebê nasce. Ou seja, a criança não vem ao mundo segurando o dispositivo.

Vale ressaltar que as mulheres que engravidam com um DIU fazem parte de uma exceção de quem utiliza o dispositivo intrauterino como método anticoncepcional. Segundo Nathália, menos de 1 a cada 100 mulheres com DIU engravidam por ano. 

Tipos de DIU

Atualmente existem dois tipos de DIU: o de cobre, em formato de T, que é o mais antigo, e o DIU hormonal, em forma de Y. 

Ambos possuem a mesma eficácia anticoncepcional, mas existem algumas diferenças entre os dispositivos. Confira a seguir.

1- De cobre

O DIU de cobre é o tipo mais comum entre os dispositivos intrauterinos. Ele não libera hormônios, mas cria um ambiente no útero em que os espermatozoides não conseguem sobreviver, evitando, assim, a fecundação. 

Além de estar disponível gratuitamente no SUS para colocação, o dispositivo intrauterino de cobre é o mais duradouro: ele tem uma validade de até 10 anos. 

Como não tem hormônio, o DIU de cobre é indicado para pacientes que têm contraindicação aos anticoncepcionais com hormônio, como tabagistas, hipertensas, diabéticas, além daquelas que apresentam risco cardiovascular.

Em contrapartida, a falta do hormônio pode aumentar o fluxo, as cólicas e o número de dias de duração da menstruação. Segundo a Febrasgo, o DIU de cobre pode aumentar o fluxo menstrual em 55%. 

Vantagens

  • Livre de hormônios;
  • Longa duração.

Desvantagens

  • Pode causar o aumento do fluxo e a cólica durante a menstruação;
  • Pode ocorrer incômodo durante a colocação.

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2- Hormonal

Existem dois tipos de DIU hormonal: o Mirena e o Kyleena. Ambos agem da mesma maneira, liberando o hormônio levonorgestrel no útero. Essa substância altera o muco cervical, deixando-o mais espesso e dificultando que os espermatozoides cheguem ao óvulo.

As principais diferenças entre os dois é que o Kyleena possui uma dosagem menor de hormônio e seu tamanho também é um pouco menor do que o Mirena. Por isso, ele é indicado para mulheres que ainda não engravidaram, já que elas costumam ter o colo do útero menor. 

Uma das maiores vantagens do DIU hormonal é que, ao contrário da pílula anticoncepcional, ele contém menos hormônio e libera diretamente no útero, ou seja, ele não cai na corrente sanguínea.

Além disso, os dispositivos intrauterinos à base de hormônio levam a uma redução progressiva do fluxo menstrual. Após 6 meses de uso, cerca de metade das mulheres param de menstruar por completo, e após 12 meses, há uma redução de 80% e 97% do fluxo menstrual, segundo a Febrasgo. 

“Costuma ser uma opção para mulheres que sofrem muito com cólicas, principalmente se estiverem relacionadas à endometriose e/ou adenomiose, pois reduz a dor e traz aumento da qualidade de vida”, afirma Nathália.  

Porém, o DIU hormonal pode causar uma irregularidade menstrual. De acordo com a médica, 30% das usuárias do dispositivo à base de hormônio costumam sofrer com sangramentos disfuncionais ou escapes. 

Além disso, os DIUs hormonais são de difícil acesso, pois além de não serem disponibilizados pelo SUS, são caros, e duram, no máximo, 5 anos. 

Vantagens

  • Reduz o fluxo menstrual;
  • Menos hormônios.

Desvantagens

  • Pode causar irregularidade menstrual;
  • Difícil acesso;
  • Menor duração.

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