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    Após diagnóstico de diabetes, jovem cria instituto para desmistificar doença
    Jenny Hill
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    Aos 18 anos, quando estava prestes a fazer o vestibular para faculdade, Bruno Helman descobriu que tinha diabetes melitus do tipo 1 (DM1), causada por doença autoimune. O estresse gerado nessa fase da vida com as provas se somou a uma depressão após o diagnóstico. A busca por informações, medições de glicemia e aplicações de insulina passaram a fazer parte da rotina. Mas, aos poucos, aquilo que parecia ser um limão virou uma limonada, e Bruno percebeu que poderia fazer a diferença. Assim, nasceu o Instituto Correndo pela Diabetes, que ajuda outras pessoas com a doença.

    “Percebi que eu não tinha informações sobre a doença. Para mim, diabetes só acometia pessoas idosas, obesas e sedentárias, o que não é verdadeiro”, conta. “Se eu tivesse mais conhecimento sobre o assunto, teria evitado a internação.”

    O diagnóstico de diabetes veio acompanhado de mudanças de hábitos

    Bruno passou três dias no hospital para equilibrar os níveis de açúcar no sangue e aprender a medir a glicemia. “Saí do hospital e fui direto comprar um monte de produtos diet, o que mostra, claramente, que eu não tinha conhecimento algum sobre o assunto, acreditava que havia uma dieta para os diabéticos e enchi o carrinho de ultraprocessados”, lembra.

    “A dieta do diabético é uma dieta saudável que deve ser adotada por todas as pessoas que buscam uma vida saudável e longeva, esse é um dos tantos mitos presentes sobre a doença.”

    No início, Bruno não queria falar muito sobre o assunto. Foram 3 anos “na bolha”, como ele diz. Até que resolveu que correria uma maratona ao lado do pai. “Essa foi uma forma simbólica de homenagear e agradecer meu pai por tudo, ele sempre correu e resolvi treinar, mas o que me surpreendeu é que muitas pessoas ficaram perplexas com o fato de um diabético correr.”

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    A situação levou a participar de um evento com pessoas com diabetes e profissionais da saúde. “Percebi que tinha de me engajar e fazer algo, o diagnóstico pode ser solitário, mas a vida não precisa ser assim. Podemos buscar nossos pares, conversar, trocar experiências e essa troca é muito produtiva.” Dessa maneira, o instituto começou a tomar forma.

    Arquivo pessoal

    Desde 2017, o Correndo pelo Diabetes reúne pessoas de diferentes cantos do país e de idades variadas com a doença. Estimula a prática de atividade física para ampliar a percepção das capacidades de cada um, que vão muito além do atestado médico. Ao difundir informações, a ideia é acabar com o estigma que a condição tem.

    “Não queremos romantizar, sim, é chato ter de medir a glicemia e, às vezes, acordo me questionando: ‘por que comigo?’ Mas sei que algumas coisas não estão no meu controle, então, não vamos transformar a situação em um fardo, faço o que está ao meu alcance e lidamos com naturalidade.”

    O Instituto Correndo pela Diabetes tem, sim, a intenção de promover participação em corridas, mostrar que com o autocuidado é possível administrar a diabetes, mas, acima de tudo, “a ideia é levar informações e mostrar que podemos ser protagonistas da nossa vida,” oferecendo um ambiente de acolhimento para a saúde física e emocional.

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    O Ministério da Saúde explica que a diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue. A insulina é um hormônio com a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo. A diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional. A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas.

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