Pré-eclâmpsia: entenda condição que fez Lexa ser internada
Diagnóstico afeta 5% das gestações em todo o mundo. Saiba os riscos, causas e tratamento da doença de pré-eclâmpsia
A cantora Lexa, que está grávida de seu primeiro filho, teve que ser internada no Hospital e Maternidade Santa Joana após ser diagnosticada com um quadro de pré-eclâmpsia. A condição que atingiu a artista é uma doença hipertensiva que pode ocorrer durante a gravidez.
Segundo Guilhermino Braz, ginecologista e obstetra, a pré-eclâmpsia é um distúrbio multissistêmico, caracterizado pelo aumento da pressão arterial e pela presença de proteinúria – quando as proteínas, que normalmente ficam no sangue, são eliminadas na urina.
“A condição começa após 20 semanas de gestação ou no pós-parto, e pode causar disfunções significativas nos órgãos-alvos, como rins, coração, encéfalo”, explica o médico.
Riscos da pré-eclampsia
Para a saúde da mãe, um dos maiores riscos da pré-eclampsia é a síndrome HELLP, uma alteração hematológica e disfunção de órgão, caracterizada por elevação de enzimas hepáticas – produzidas pelo fígado, além da queda de plaquetas – fragmentos de células do sangue que ajudam na coagulação e na prevenção de sangramentos.
Dessa forma, a saúde da mãe fica prejudicada de diversas maneiras, e a paciente pode ter um AVC ou um infarto.
“Quanto aos bebês, o principal risco é a prematuridade. E quanto mais prematuro, maior o risco de lesões definitivas nesse feto, tanto do ponto de vista pulmonar quanto do ponto de vista oftalmológico, neurocognitivo, entre outros”, completa o médico.
Causas da doença
Segundo o obstetra, a causa da doença é a placentação anormal: “Acontece quando a placenta não invade adequadamente o útero, causando alterações inflamatórias, e vasculares.”
Diversos fatores de risco podem levar a uma maior incidência da doença. “Quem tem um histórico prévio de pré-eclâmpsia tem um risco maior de desenvolver novamente a doença. Além disso, diabete pré-existente, hipertensão crônica, sobrepeso ou obesidade pré-gestacional também geram um aumento do risco”, cita Guilhermino.
Segundo o médico, pacientes com gestação de gêmeos, primeira gestação, ou que tiveram complicações em gravidez anteriores também são mais suscetíveis à pré-eclâmpsia. E quando a gravidez ocorre em adolescentes ou em mulheres de idade avançada, as chances também aumentam.
Tratamento da pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia, em si, não é tratada diretamente, conforme explica o médico. “Você trata, na verdade, os sintomas. O aumento de pressão, por exemplo, é controlado com uso de anti-hipertensivos, e o acompanhamento da vitalidade do bebê por meio de ultrassonografia”, cita.
O que realmente resolve a pré-eclâmpsia, segundo Guilhermino, é o parto: “Deve-se estender esse parto o mais tarde possível, dentro das condições de cada gravidez que devem ser avaliadas”.
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