Menu
  • CONTEÚDO
  • PARA ASSINANTES
  • E MAIS
  • NEWSLETTERS
  • ANUNCIE
  • REDES SOCIAIS
    • Google News
  • EDIÇÃO DO MÊS
  • COMPARTILHE
    Mudanças sociais e medicina impulsionam gravidez após os 40 anos
    (Fotos: Freepik) Para além das mudanças sociais e dos avanços da medicina, especialistas afirmam que preparação física e emocional são fundamentais
    Siga-nos no

    A maternidade é um tema delicado por si só, e fica ainda mais sensível quando envolve uma gestação tardia de alto risco. Cada pessoa tem seus próprios sonhos e planos para o futuro. Entre eles, o desejo de engravidar. No entanto, os caminhos da vida nem sempre seguem como o planejado e, às vezes, levam a situações que podem gerar frustração, como alcançar uma idade em que a gravidez se torna mais difícil: depois dos 40 anos.

    Mas a realidade no Brasil tem mudado. Estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que houve 106 mil nascimentos de bebês de mulheres com idade entre 40 e 49 anos em 2022, um aumento de 65,7% em comparação com os 64 mil registrados em 2010.

    O crescimento pode ser explicado por diversos fatores, como o avanço de alternativas na medicina reprodutiva. Além disso, a quebra de padrões na sociedade, como a busca pela independência financeira e a reorganização de prioridades femininas também contribuem para o adiamento da maternidade.

    Mudanças na sociedade

    A ideia de que a mulher deve ser moldada para ser uma “esposa perfeita” já ficou para trás. Nesse roteiro ultrapassado, o resultado era dependência financeira, emocional e uma vida inteira dedicada somente aos cuidados com os filhos e com a casa.

    A ginecologista Fernanda Torras afirma que esse fenômeno sobre a gravidez depois dos 40 anos está relacionado às mudanças estruturais e expectativas sociais. Ela cita como exemplo o desejo por estabilidade profissional, financeira e outras realizações pessoais por parte das mulheres.

    “Atualmente, muitas mulheres preferem esperar até alcançar estabilidade na carreira e na vida financeira antes de seguir com o desejo da maternidade. Existe um receio de como a maternidade pode impactar a trajetória acadêmica e profissional. Por isso, o planejamento e a segurança econômica se tornam pontos importantes na hora de tomar essa decisão”, diz.

    Avanços na medicina reprodutiva

    Ao mesmo tempo que a sociedade se desenvolve, a medicina reprodutiva também proporciona alternativas com maior eficiência. De acordo com Fernanda, principalmente o incentivo ao congelamento de óvulos.

    “Para as mulheres que pretendem ser mães em idade mais avançada, o congelamento é uma ótima estratégia. A maioria dos especialistas incentiva o congelamento antes dos 35 anos por causa da melhor qualidade e quantidade de óvulos para o procedimento. Porém, não há idade limite”, afirma a ginecologista.

    Além disso, também há a possibilidade de gestação por meio da fertilização in vitro. Atualmente, o procedimento tem taxa de sucesso entre 45% a 60% quando realizado em mulheres com até 35 anos. Acima dos 40, a chance de gravidez reduz para entre 5% a 15%. No entanto, Fernanda afirma que essas taxas evoluem cada vez mais com “técnicas de análise dos embriões pré-implantação”.

    Congelamento de óvulos é uma das alternativas na área da medicina reprodutiva para a gestação tardia

    Preparação física e emocional

    Para além das mudanças sociais e dos avanços da medicina reprodutiva, especialistas afirmam que preparação física e emocional são fundamentais para quem pretende adiar a maternidade.

    “Fisicamente, hábitos saudáveis melhoram as chances de gestação e saúde gestacional, como alimentação equilibrada, suplementação adequada e prática de atividade física. É essencial não fumar, evitar abuso de álcool, além de não usar qualquer tipo de droga ou medicamentos prejudiciais para a fertilidade e a gestação.”

    Os exames realizados na fase de planejamento gestacional devem ser os mesmos em qualquer mulher: avaliação de peso, de pressão, de nutrição, laboratorial de glicemia, do perfil metabólico, das funções gerais e também rastreamento de infecções. “A grande maioria das gestações após os 40 anos evolui bem se houver um cuidado com saúde prévios à gravidez.”

    “Psicologicamente, é fundamental uma rede de apoio e um acompanhamento profissional para aliviar medos, ansiedade e frustrações que o período pode gerar”, complementa Fernanda.

    Riscos e cuidados

    Apesar das possibilidades que a medicina oferece e da preparação para engravidar após os 40 anos, é importante se atentar aos riscos que envolvem a gestação em idade mais avançada. Por isso, o acompanhamento médico deve começar antes mesmo da concepção, com avaliações e correções de condições que possam comprometer a saúde da mãe e do bebê.

    “A gravidez em mulheres com 35 anos ou mais é considerada de alto risco e deve ser acompanhada de perto por especialistas desde o pré-natal com protocolos específicos de atenção”, explica Fernanda. Essa classificação está prevista na CID 10 (Z35), que inclui monitoramento de gestações que exigem cuidados especiais.

    Após o parto, o acompanhamento continua. Mulheres com idade materna mais avançada têm maior propensão a complicações no puerpério, como hipertensão, diabetes gestacional persistente, atonia uterina e maior incidência de depressão pós-parto.

    Do mesmo modo, o suporte psicológico também é indicado para auxiliar no enfrentamento de inseguranças, medos e possíveis frustrações relacionados à maternidade tardia. “Mais do que nunca, a mulher precisa se sentir acolhida e bem orientada em todas as fases do processo”, conclui Fernanda.

    ➥ Leia mais
    Maternidade é aprendizado, não apenas instinto biológico
    Mães e filhos também erram: a elasticidade da culpa na maternidade
    Cinco livros sobre maternidade que fogem do lugar comum

    Para acessar este conteúdo, crie uma conta gratuita na Comunidade Vida Simples.

    Você tem uma série de benefícios ao se cadastrar na Comunidade Vida Simples. Além de acessar conteúdos exclusivos na íntegra, também é possível salvar textos para ler mais tarde.

    Como criar uma conta?

    Clique no botão abaixo "Criar nova conta gratuita". Caso já tenha um cadastro, basta clicar em "Entrar na minha conta" para continuar lendo.

    0 comentários
    Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

    Deixe seu comentário

    Ao se cadastrar, você concorda com a Política de Privacidade e Dados da Vida Simples
    Sair da versão mobile