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    Cólica debilitante não é normal e pode ser sintoma de endometriose
    (Foto: diana.grytsku/Freepik) Ginecologista destaca que é fundamental lembrar que dor intensa, que se repete todos os meses e interfere na rotina, precisa ser investigada
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    Para quem menstrua, todo mês é a mesma coisa. É um ciclo de emoções conflitantes, desconfortos e mal-estar, e, às vezes, dores intensas. Essas cólicas fortes, apesar de serem muito normalizadas, não são “parte do pacote” da menstruação, mas exceções e podem ser características da endometriose – doença crônica caracterizada por dores abdominais debilitantes.

    Por causa da crença que as cólicas são normais, o diagnóstico da endometriose é difícil e pode levar anos para descobrir a causa de tanto desconforto. Segundo estimativa do Ministério da Saúde, uma em cada dez mulheres sofre com os sintomas, mas os números só crescem. De 2022 a 2024, houve um aumento de 76% no atendimento a pacientes com endometriose no SUS (Sistema Único de Saúde).

    O Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose, em 7 de maio, reforça a importância do diagnóstico precoce e conscientização sobre a doença inflamatória para a população geral e profissionais da saúde. Quanto mais cedo ela é descoberta, mais eficaz é o tratamento e menores são as chances do desenvolvimento de sequelas.

    Endometriose e diagnóstico

    O endométrio é a camada interna do corpo do útero, tecido que reveste o órgão. É lá que o embrião é implantado e dá início a gravidez, e, caso não haja fecundação, é esse o tecido que forma o fluxo menstrual. 

    A espessura do endométrio varia conforme a fase do ciclo menstrual. Na fase folicular, as concentrações de estrogênio e progesterona (hormônios) são baixos e o endométrio está mais fino e descamado. Durante a ovulação e a fase lútea, os hormônios crescem e nutrem o tecido, favorecendo o aumento da sua espessura. Se não acontecer a fecundação durante o período fértil, todo esse tecido é descamado e inicia-se a menstruação.

    Mas, para quem sofre endometriose, o tecido toma outros rumos durante a menstruação. Nesses casos, o endométrio se movimenta no sentido oposto e pode cair nos ovários ou na cavidade abdominal, multiplicando-se e voltando a sangrar.

    Os sintomas mais frequentes da doença são cólicas menstruais fortes que interferem na rotina, dor durante relações sexuais, dor pélvica fora do período menstrual, alterações intestinais ou urinárias e dificuldade para engravidar.

    Todos esses sintomas aparecem desde a juventude, mas muitas mulheres demoram para receber o diagnóstico. “Esse é um dos maiores desafios quando falamos de endometriose.  O tempo até o diagnóstico pode variar de alguns meses até mais de 10 anos. Em média, muitas mulheres esperam mais de 7 anos até finalmente receberem um diagnóstico”, aponta a Loreta Canivilo, médica ginecologista e especialista no tratamento de doenças do útero e endométrio.

    Essa demora no diagnóstico está associada a uma visão distorcida da dor menstrual, permitindo que o principal sintoma da endometriose passe despercebido. As pessoas – até mesmo profissionais da saúde – entendem a cólica intensa como algo normal do ciclo, sem mais investigações. Quem menstrua já se acostumou com essa ideia e tenta seguir a rotina mesmo com as dores.

    “O atraso no diagnóstico é causado tanto por questões clínicas quanto sociais, desde a falta de informação, o pouco acesso a exames, até o costume cultural de esperar que a mulher aguente a dor”, explica Loreta. Para um diagnóstico mais rápido e eficiente é essencial trabalhar com a conscientização para que todos entendam que a cólica incapacitante precisa ser investigada e merece atenção.

    “O primeiro e mais importante passo é reconhecer que sentir dor intensa todo mês não é normal.”

    Segundo a médica, o diagnóstico começa com uma conversa sincera, antes mesmo de qualquer exame. Os ginecologistas precisam entender as dimensões da dor: se acontece todo mês, se piora durante a menstruação, quais dias do ciclo são mais afetados, se há outros sintomas e se atrapalha a rotina. Conte, por exemplo, se já usou remédios fortes ou se precisou ir ao pronto socorro para suportar a dor. Todo detalhe importa.

    “Depois dessa avaliação, o ginecologista pode solicitar exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal ou a ressonância magnética. Em alguns casos, a confirmação do diagnóstico só ocorre por meio de uma videolaparoscopia, um procedimento cirúrgico minimamente invasivo”, diz a ginecologista.

    Tratamento

    Não há cura para endometriose, mas é possível aliviar a dor e impedir a progressão da doença, bloqueando a ovulação e os picos hormonais do ciclo menstrual. Por isso, o tratamento é individualizado, de acordo com a intensidade dos sintomas, a idade da mulher e se há desejo de engravidar.

    Tratamentos com anticoncepcionais combinados, progestagênios isolados e até medicamentos que inibem profundamente os hormônios ovarianos são opções para reduzir a ação do estradiol, hormônio envolvido no crescimento das lesões do endométrio.

    “É importante saber que, durante os primeiros meses do tratamento, pode haver algum sangramento. Isso é relativamente comum. Mas se o sangramento persistir ou vier acompanhado de dor, o ginecologista deve reavaliar o tratamento.”

    Além desses cuidados, há outras medidas para aliviar as dores e desconfortos no período menstrual. São eles o uso de bolsa de água quente, exercícios leves, técnicas de respiração, momentos de relaxamento, dormir bem e respeitar os sinais do corpo.

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