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    Brincar de vida: atividades lúdicas transformam corpo e mente
    (Foto: Instituto Brincante) Instituto Brincante oferece aulas de dança, música, poesia e artes plásticas
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    Um movimento aqui, outro ali. A cada encontro, um novo desafio repleto de sensações que despertam para a vida. Um mergulho em estímulos proporcionados por atividades lúdicas que alinham corpo e mente.

    Se movimentar é essencial para a saúde mental e o bem-estar emocional. Para além da musculação, práticas corporais criativas que envolvem arte são alternativas para se explorar e se expressar. Atividades que transformam corpo, mente e vidas. É quase como brincar de existir.

    Outras atividades físicas não substituem a musculação. No entanto, quem não gosta da prática encontra em outros espaços coletivos formas de colocar o corpo e a mente para funcionar, como em aulas de circo, dança e música – como na percussão, em que o corpo está diretamente ligado ao instrumento. Caso não haja balanço físico na cadência do ritmo, a baqueta não encaixa no tamborim e a mão atravessa o samba no pandeiro.

    Em 2023, a professora Luciana Silva buscou na aula de circo a possibilidade de fazer atividade física e aliviar o estresse justamente por não se adaptar à academia. “O circo me ajudou a tomar consciência corporal e a trabalhar o meu emocional diante dos desafios e superações aula após aula”, afirma.

    Ela participa da oficina de circo na Fábrica de Cultura de Diadema, na Grande São Paulo. Acrobacia, malabares e números aéreos com tecido, lira e trapézio. Uma combinação de movimentos que ativam o corpo e, ao mesmo tempo, despertam a mente.

    (Foto: Governo de SP) Fábricas de cultura oferecem oficina de circo gratuita

    Movimento que desacelera

    O Instituto Brincante, na Vila Madalena, oferece cursos de dança, música, poesia e artes plásticas com referências das manifestações populares brasileiras. No local, as atividades lúdicas têm como objetivo proporcionar um respiro diante da correria. Enquanto a rotina impõe cobranças e compromissos, as práticas resgatam a chance de viver o momento presente com leveza, consciência e liberdade.

    Fundadora e coordenadora pedagógica do instituto, Rosane Almeida afirma que “dançar, criar versos, cantar ou tocar em grupo, permite que as pessoas entrem em contato com uma dimensão mais humana, sensível e expressiva. Aquela que muitas vezes é silenciada na rotina cotidiana”.

    “Esse contato lúdico e afetivo funciona como um antídoto contra o estresse e fortalece nossa capacidade emocional de enfrentar os desafios do mundo. São práticas que cultivam alegria, escuta, imaginação e vínculo. Atuam como verdadeiros ‘anticorpos poéticos’ que nos equilibram por dentro e nos preparam para responder ao mundo com mais inteireza e vitalidade.”

    E é justamente esse aspecto que Luciana mais aprecia no circo. “Sou uma pessoa bastante exigente comigo mesma e a parte lúdica me coloca em contato direto com a minha criança que não pôde ser tão criança assim no tempo ‘certo’. É desafiador, mas muito gratificante. Com o circo, tenho aprendido a relaxar e me divertir mais. Ousar fazer coisas que eu não imaginava ser capaz.”

    (Foto: Instituto Brincante) Atividades lúdicas trazem outras formas de movimentar o corpo

    De acordo com Marina Nabuco, gestora do Instituto Brincante, o movimento corporal aliado à expressão artística, como dança ou circo, impacta positivamente a saúde mental e física. “Promove bem-estar emocional, libera tensões e fortalece o autoconhecimento, ao mesmo tempo que respeita toda e qualquer corporalidade.”

    Acolhimento e vínculos humanos

    Espaços com atividades lúdicas abrem um leque de possibilidades, conexões e reencontro com o próprio eu. Com a própria existência. Com algum propósito. Sempre com um cuidado emocional e mental focado na expressão criativa, na vivência simbólica e no fortalecimento dos vínculos afetivos.

    Marina afirma que as atividades lúdicas deixam de lado a performance, a competição e o resultado. “Por exemplo, enquanto o esporte tradicional muitas vezes está associado a metas, regras e superação física, as práticas lúdicas, como dança, circo, música e poesia promovem a presença, o prazer no gesto, a escuta interna e a liberdade de ser”, diz.

    “São espaços acolhedores onde é possível expressar emoções, cultivar alegria e desenvolver autoconhecimento. Funciona como um cuidado sensível e profundo da saúde emocional, em vez de apenas uma atividade física”, complementa.

    É como renascer

    Esses locais também transformam vidas. Proporcionam um tipo de acolhimento que leva pessoas a retomarem o sentido da existência. Quase como renascer.

    Administrador e gestor de projetos de leis de incentivo e impacto social, Lyam Leandro encontrou no Instituto Brincante um lar após passar mais de cinco anos sem contato com outras pessoas. O motivo? Se recuperava de um acidente causado por um ato transfóbico.

    “Quando me inscrevi, não imaginava que a relação com o Brincante seria tão transformadora. Cada movimento das danças me fez deixar o mundo lá fora com todos os desafios que uma pessoa trans enfrenta para simplesmente ser. Ser humano. Ser corpo. Ser alma. Em cada batida dos pés no chão, nos olhos fechados, no coração pulsando forte, no suor do rosto, eu me reconheci”, afirma.

    (Foto: Instituto Brincante) Música, circo, dança: movimentar o corpo de uma forma diferente

    Lyam começou as aulas a partir de um chamamento de bolsa para pessoas trans. No início, se inscreveu apenas para percussão, mas depois viu que as oficinas também incluíam dança. Por um instante, pensou em desistir. No entanto, seguiu em frente e, definitivamente, não se arrependeu da decisão.

    “A conexão entre percussão e dança me transformou num ser mais inteiro e mais aberto ao encontro. O curso me tirou de trás da mesa dos projetos culturais e me colocou no campo da vivência e do corpo em movimento. É estar em outra dimensão. A dimensão mais verdadeira de todas: a de si mesmo.”

    Rosane acrescenta que essas linguagens, como percussão e dança, criam espaços de acolhimento e liberdade, onde os participantes podem “se expressar sem julgamento, se reconectar consigo e com o outro”. “Também ajudam a encontrar prazer no gesto criativo. Isso gera bem-estar emocional de forma profunda e duradoura”, completa.

    Luciana também ressalta o acolhimento dentro das aulas de circo. “O grupo de pessoas que procura a oficina é bastante diverso. De modo geral, todos têm uma relação mais voltada para arte, bem menos preocupada com julgamentos. Cada um se ‘preocupa’ apenas com seu processo. Ao mesmo tempo, incentiva e vibra pelas pequenas conquistas de todos.”

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