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Por que usamos branco no ano novo?
(Foto: Freepik)
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O ano novo se aproxima e alguns rituais pré-definidos parecem ser obrigatórios para que a virada torne-se, de fato, o início de uma nova fase, repleta de prosperidade, paz e saúde. Pular sete ondas, estourar champanhe e desejar um mundo melhor são práticas comuns. E, claro, vestir branco é quase mandatório para quem passa a virada do ano novo no Brasil.

O povo brasileiro é rico em cultura e, consequentemente, em superstições e crenças. Entre elas, a crença que deve-se usar roupas claras, especialmente brancas, na festa de réveillon. Não é por acaso: o branco nas vestimentas sinaliza desejos para um início leve e cheio de paz no ano novo.

Mas, apesar de extremamente comuns em nossa cultura brasileira, as peças brancas não são um costume internacional. Em outros lugares do mundo, a virada costuma ter mais diversidade de tons de cores. A tradição de usar branco no réveillon é brasileira, e tem uma longa história por trás.

O branco é uma herança religiosa

O branco, de forma geral, simboliza aquela sensação que tanto buscamos: a paz.

Mas no Brasil, a cor tem um significado ainda mais profundo. As religiões de matriz africana, que fazem parte da cultura do Brasil, como a umbanda e o candomblé, trouxeram o costume para as festas de fim de ano.

Nessas religiões, a imagem da orixá Iemanjá, divindade dos mares e padroeira dos pescadores, é celebrada com envio de oferendas ao mar nessa época do ano. Durante essa prática, seus seguidores fazem um pedido à deusa e oferecem presentes, como flores, por exemplo.

A festa de oferendas para Iemanjá, que começa no fim do ano e tem seu ápice no dia 2 de fevereiro, é uma tradição que tem código de vestimenta: o branco, que é uma cor característica dessas religiões.

A cor simboliza a ausência de outras cores e, assim como a luz branca, que pode ser dividida nas cores do arco-íris a partir de um prisma, o branco sugere as infinitas possibilidades que surgem no vazio.

Ela também demonstra a pureza, a perfeição, a luz e a claridade para encontrar sempre o caminho certo.

Apesar de ter nascido dentro dos terreiros, o costume de vestir branco é, hoje, comum em todas as casas e povos brasileiros, independentemente da religião e da fé. Afinal, o branco simboliza, para todos, uma chegada de um ano novo repleto de paz e harmonia.

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Outras cores e seu simbolismo

Apesar do branco dominar as ruas na noite do ano novo, outras cores são usadas em vestimentas, sapatos, ornamentos e maquiagens. Elas representam, de forma geral, outros pedidos e desejos que cada um carrega para o novo ano que se aproxima.

O vermelho, por exemplo, é uma cor amplamente utilizada no ano novo chinês. Porém, diferente das razões chinesas para a festa vermelha, no Brasil, e de forma universal, a cor representa sentimentos ligados ao amor e ao romance. Para quem está em busca de acender o fogo da paixão, é comum a escolha de peças avermelhadas.

O dourado é outra cor que marca o tom das festas de fim de ano. Ele também representa algo que é um desejo de todo mundo: prosperidade financeira. A cor remete ao ouro, à riqueza e ao luxo. Junto ao amarelo, é o tom que representa o desejo em ter mais dinheiro no ano que se inicia.

Acredita-se que esse costume seja uma herança europeia, uma vez que em culturas do continente existia o costume de queimar objetos antigos para que o fogo amarelado da fogueira atraísse renovação e prosperidade.

O verde, outra cor comum da virada, representa a esperança e a harmonia, para um ano com equilíbrio e mais saúde em todas as áreas da vida.

Para além das cores, o respeito

Cada cor carrega grandes histórias e crenças por trás da sua simbologia. O que todas têm em comum, porém, é a esperança da pessoa que a veste. Afinal, é preciso ter fé que o branco vai atrair paz, o amarelo trará dinheiro e o vermelho se encarregará de entregar o seu amor.

A melhor coisa a se usar no ano novo, porém, vai além das vestimentas: é a vontade de mudança e a confiança coletiva de que os próximos doze meses guardam transformações maravilhosas para as nossas vidas.

Transformações que só podemos realizar com respeito ao nosso passado, celebrando os legados da nossa rica cultura brasileira.

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