Juntinhos, mas não colados
É possível vivenciar uma relação saudável, com sintonia e compromisso a dois, sem perder a individualidade e o amor-próprio
Dias atrás, enquanto esperava o ônibus de volta para casa, presenciei uma pequena discussão entre um casal desconhecido. A moça, com os olhos cheios de lágrimas, dizia ao rapaz que precisava de um tempo para respirar, rever sua individualidade. Ele, por sua vez, já bem cabisbaixo, disse não compreender aquela necessidade, mas, na ausência de argumentos, deu as costas e foi embora, resmungando que não mais voltaria. Mesmo triste, a moça suspirou fundo, me olhou, como se buscasse validação, e falou: “Doeu, mas eu já não aguentava mais”.
Os dois estavam juntos há quase 11 anos e, nesse tempo, ambas as vidas se misturaram ao ponto de não existirem uma sem a outra. A decisão, segundo a moça, foi pensada, repensada e, depois de concretizada, entregou-lhe um grande alívio, apesar da tristeza. Aquela mescla de sentimentos comum ao adeus.
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