Luz quente ou fria? Iluminação certa traz funcionalidade e bem-estar
Apesar das particularidades e dos gostos pessoais, cada intensidade é indicada para um cômodo e interfere tanto em aspectos práticos quanto nas emoções do dia a dia
Olhe para um prédio residencial à noite e repare na iluminação de cada janela. Dificilmente todas serão iguais. Há quem prefira luzes frias e vibrantes em todos os ambientes; há quem opte pelas mais quentes e acolhedoras por toda a casa. Apesar das particularidades e gostos pessoais na hora de escolher entre uma luz quente ou fria, cada intensidade é indicada para um ambiente diferente — e isso afeta diretamente nas questões funcionais e emocionais no dia a dia.
Imagina chegar em casa após um dia exaustivo de trabalho, apertar o interruptor do quarto e uma luz extremamente branca (fria) saltar aos olhos. Não combina muito. Ou então cozinhar com uma luz amarela (quente) mais fraca sem conseguir identificar qual tempero está escolhendo no armário. É praticamente impossível sair uma boa janta.
Especialista em design e tendência da Yamamura, Guilherme Santos ressalta que a escolha da iluminação é fundamental para cada cômodo e ambas as temperaturas “desempenham um papel muito importante no nosso cotidiano”.
“A luz branca nos dá uma maior sensação de foco e atividade, pois seu tom azulado estimula a produção de cortisol, hormônio que regula nosso organismo e é ligado à ação. Já a luz amarela, ou quente, proporciona uma maior sensação de conforto e aconchego, favorecendo a produção de melatonina, um dos hormônios responsáveis pelo descanso”, diz.
Santos afirma que em ambientes de trabalho, como cozinha, escritório e banheiro, a luz fria mais intensa pode “proporcionar uma maior atenção aos detalhes e evitar erros”. Por outro lado, a luz quente vai deixar os ambientes sociais e de descanso, como sala e quarto, “com uma atmosfera mais acolhedora, auxiliando também na rotina de sono”.
Toda regra tem sua exceção
Outros fatores estruturais interferem na escolha da luz no ambiente, como a altura do pé-direito. De acordo com a arquiteta Isabella Nalon, o layout de uma casa influencia diretamente na forma como os pontos de luz são trabalhados. “O projeto define se a iluminação será mais focal ou mais difusa. Além disso, características como o tipo de teto, se for laje ou forro, ou a altura do pé-direito, impactam nas escolhas.”
(Foto: Julia Herman) Projeto desenvolvido pela arquiteta Isabella Nalon
Isabella também ressalta que alguns elementos ajudam dependendo do uso pessoal para cada cômodo. Por exemplo, se o quarto for também um local de estudo ou trabalho, a luz fria é a mais indicada. Nestes casos, luminárias e dimmer – sistema de iluminação que permite regular a intensidade de luz emitida por uma lâmpada – são essenciais.
“Existem diversos tipos de luminárias: de embutir, de sobrepor, pendentes, com foco direto para baixo ou com luz indireta. É muito importante visualizar o resultado desejado, considerar o uso do ambiente e, só então, definir qual tipo de luz escolher, se será amarela ou branca”, afirma.
Luz quente ou fria também interfere no emocional
Para além da funcionalidade da iluminação de uma casa, é interessante pensar em como a intensidade das luzes pode interferir no emocional. Têm dias que estamos radiantes; em outros, mais para baixo. E utilizar a luz de forma correta vai ajudar no bem-estar.
De acordo com Santos, a intensidade da luz pode afetar diretamente nosso humor caso seja usada de forma errada. “Ficar exposto a luzes muito intensas perto do horário de dormir pode interferir na produção de melatonina e causa insônia. Por outro lado, é de suma importância ser exposto a um nível considerável de iluminação na parte da manhã, de preferência luz natural, que vai estimular a produção saudável de cortisol para iniciar o dia.”
Isabella afirma que a iluminação pode interferir, inclusive, no estresse e na ansiedade. “Em um ambiente mal iluminado, você pode sentir uma sensação de claustrofobia ou desorientação, o que pode aumentar a ansiedade. Ambientes com luz muito forte, por outro lado, podem ser excessivamente estimulantes e contribuir para a sensação de estresse”, diz.
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