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A vida acontece aos acasos
Philipp Forster | Unsplash Crédito: philipp-forster-Opl5RMx9erU-unsplash
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Neste artigo:

A vida nem sempre acontece com planejamento ou vislumbre. Às vezes, ela vai se construindo aos acasos, sem a reflexão necessária.

 

A vida acontece. A busca, por si, não é a vida. Não adianta a ânsia; a espera; o desencanto. A vida acontecerá. Ninguém pausa a vida. Ela segue, independentemente da vontade. É certo que a busca é importante, ela é o horizonte. Entretanto, a vida é o agora, os grãos de areia que grudam nas solas dos nossos pés. A vida acontece aos acasos.

Nesse sentido, “ao acaso”,  indica que o horizonte pode não chegar. Ou então, que ele não exista. E, assim, ao acaso se encontram novos rumos; encontra-se algo que faça sentido. Ao acaso se encontra a felicidade. Assim, o “acaso” é o caminho e, penso, então, que a felicidade pode ser a maneira que lidamos com os “acasos” que batem à porta.

Ele (o “acaso”) pode, então, tanto ser maravilhoso, como desastroso.

Ano enigmático

Para ilustrar este pensamento que tanto me acalenta, convido-os a retomarem meus passos comigo. O ano de 2016 foi um ano enigmático. Prestes a completar 25 anos, recém formado, embora ainda restassem mensalidades da faculdade em aberto. Entretanto, eu acreditava que seguiria carreira no emprego que estava, sem saber dos inúmeros acasos que viriam.

Naquele ano, após alguns outros sem tal proeza, consegui uma semana de férias e fui para a praia, num carnaval que poderia muito bem ser momento de comemoração. Para a minha surpresa, dia após dia, as nuvens carregadas lavavam a areia da praia de volta para o mar e, com elas, pouco a pouco, a esperança de uma comemoração.

Aproveitar o acaso

Entre um “acaso” e outro, logo a após a chuva, encontrei uma senhora na praia. Não parei para conversar, mas consegui registrar uma imagem dela. Mesmo sem trocar uma só palavra, aquela cena fez raiar uma nova maneira de encarar aquela situação. Não falo em conformismo, mas, sim, no exemplo de que era possível aproveitar a praia naquele raro momento de temperatura amena.

A vida me sorriu daquele dia e, mesmo sem compreender totalmente aquele momento, guardei comigo a imagem daquela senhora que, ao longo dos anos. Serve-me como âncora para realizar que a vida está acontecendo, a todo momento.

É preciso vivê-la.


Marcelo Marques Junior

Advogado Tributarista, pós-graduado em direito tributário pela Fundação Getúlio Vargas,  é Secretário da Comissão de Direito Tributário da OAB – Santo André

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