COMPARTILHE
Como trabalhar nossa inteligência familiar em tempos de pandemia
Siga-nos no Seguir no Google News
Neste artigo:

O resultado da equação da nossa inteligência familiar é o que nós atribuímos para determinados fatos. À medida que achamos uma nova significação, mudamos o sentido

 

No esforço de darmos sentido a vida, nos deparamos com a tarefa de organizar a experiência dos acontecimentos em sequências temporais, a fim de obtermos um relato coerente de nós mesmos e do mundo que nos rodeia.

Percebemos que as experiências específicas de sucesso do passado e do presente, e aquelas que ocorrerem no futuro devem estar conectadas entre si em uma sequência linear para que possamos desenrolar a narração. Nesse momento entra em cena nossa inteligência familiar.

ASSINE A VIDA SIMPLES

Não é à toa que na construção da nossa história familiar temos estabelecido uma equação, que faz luz a tal inteligência. A equação tem como base a maneira como, enquanto casal e família, lidamos com as angústias, com o que nos falta e com o que cada um de nós coloca de seu na relação familiar. Nessa configuração, o universo familiar, às vezes, há que se multiplicar. Outras, há que se dividir, ou somar e subtrair.

Flexibilização

O equacionamento encontra suporte na gestão da nossa afetividade, da nossa pessoalidade, da nossa sexualidade, dos nossos limites, do nosso pertencimento, do nosso sistema grupal e da nossa identidade individual e coletiva. Desenvolvemos nossa inteligência familiar quando trabalhamos as nossas ambivalências: a capacidade de nos impormos e de dialogarmos, de competirmos e de partilharmos, de sermos indiferentes e de escutarmos. A prova disso é a existência de medos que nos distanciam enquanto casal e que podem ser comuns ou pessoais.

Tanto assim que uma das nossas ilusões da relação de casal é que esta relação ofereça uma forma de manejar a nossa solidão existencial. Por isso o amor.

ASSINE A VIDA SIMPLES

O amor é como o ciclo das estações: aquece, floresce, esfria, declina, reaquece e, uma vez que cultivado, vive suas mutações em infinitas aprendizagens. Com isso possibilitamos um delicado equilíbrio para gerarmos autonomia e intimidade.

Quando algumas experiências deixam a sensação de inacabado ou de alguma coisa no ar, ainda que não se saiba de fato se foi possível a compreensão, estamos diante da equação da nossa inteligência familiar. Quando as sensações ocorrem, deixam um estranhamento e certa angústia. Por isso, a necessidade de falarmos sobre a primeira mágoa, a primeira dificuldade ou outro assunto pertinente com o momento.

Emoções

O equacionamento está quando refletimos acerca das dificuldades e das desvantagens que elas trazem, assim como acerca das vantagens que nós temos com as dificuldades e o que temos a aprender para fazermos mudança. Nos permite, além disso, a explicitação das polaridades ou de aspectos implícitos e não conscientes de alguma situação, relação ou sentimento.

Compreende também adquirirmos consciência sobre elementos conflitantes e percebermos formas alternativas para expressar as nossas emoções. Antes de tudo, ao levar em consideração perguntas e respondê-las, nós obtemos redescrições extraordinárias e novas de nós mesmos e de nossas relações. Por exemplo: ao nos negarmos a colaborar com a solução do problema, nós estamos fazendo aumentá-lo ou diminuí-lo?

ASSINE A VIDA SIMPLES

Ao ampliarmos e ao flexibilizarmos a nossa percepção, aprendemos outros jeitos de fazer a mesma coisa, o que traz à tona questões relacionadas com o colocar e o invadir limites. E é isso que possibilita a visualização de um padrão de funcionamento.

Como a comunicação é um dos padrões aprendidos na família de origem, os aspectos funcionais e disfuncionais são profundamente introjetados e se repetem nas outras relações. Por isso é importante enxergarmos o que estamos mantendo, mesmo que aparentemente tenhamos feito mudanças. Isto nos oferece a possibilidade de experimentarmos uma nova sensação de gestão pessoal. Aumenta, ainda, a nossa percepção sobre nossos vínculos e as possibilidades de aprendizado e de trabalho terapêutico.

Resultado da equação

Ao tomarmos consciência do que é possível retomar, desenvolvemos a capacidade de raciocínio diante do novo. Assim treinamos situações futuras e auxiliamo-nos na compreensão do padrão de funcionamento do nosso grupo familiar.

É exatamente por isso que a nossa inteligência familiar está contida na forma concreta como manejamos nossas carências e expectativas. E isto acontece toda vez que verificamos como o nosso respectivo sistema familiar lida com a criatividade e o inusitado e como criamos as próprias regras. Só assim abrimos a possibilidade de avaliarmos a relação e definirmos as áreas a serem retomadas.

O resultado da equação da nossa inteligência familiar é o que nós atribuímos para determinados fatos. À medida que achamos uma nova significação, mudamos o sentido: o que significa isso para nós? O que nós descobrimos sobre nós?

ASSINE A VIDA SIMPLES

Assim, nos desafiamos a posicionar e perceber, inclusive, como reagimos em situação de disputa e competição, com ganhos e perdas, como identificamos ambivalências, concordâncias e rigidez presentes no nosso relacionamento familiar, como treinamos comportamentos de doação e troca de afetos, como enxergamos a nós mesmos pelos olhos dos outros.

Enfim, nesses tempos de pandemia, a capacidade de flexibilizarmos nossas atitudes e pensamentos pode ser a chave para uma nova convivência familiar, mais harmônica e positiva.

Para acessar este conteúdo, crie uma conta gratuita na Comunidade Vida Simples.

Você tem uma série de benefícios ao se cadastrar na Comunidade Vida Simples. Além de acessar conteúdos exclusivos na íntegra, também é possível salvar textos para ler mais tarde.

Como criar uma conta?

Clique no botão abaixo "Criar nova conta gratuita". Caso já tenha um cadastro, basta clicar em "Entrar na minha conta" para continuar lendo.