O TikTok, em uma ação inovadora, criou uma rede de saúde mental para falar de forma clara sobre suicídio. A Rede de Saúde mental do Tik Tok tem o desafio construir um espaço mais seguro para os usuários da plataforma, com informações precisas e orientações para quem busca ajuda. A proposta é oferecer um ambiente em que as pessoas se sintam à vontade para compartilhar histórias pessoais e discutir, abertamente, a questão do bem-estar
A iniciativa é uma parceria com o Instituto Vita Alere, uma organização que promove a prevenção e a posvenção do suicídio, por meio de ações de divulgação, conscientização, educação, pesquisa, apoio e tratamento. A parceria entre o Instituto e o TikTok nasceu em 2020 com o Setembro Amarelo (mês dedicado à prevenção do suicídio), como conta Karen Scavacini, CEO do Vita Alere. “Realizamos ações em parceria com a plataforma para qualificar as informações sobre saúde mental, principalmente com relação à prevenção do suicídio. Falamos com cuidado, mas abertamente, oferecendo um conteúdo seguro, principalmente porque percebemos que as pessoas buscam informações nas redes. Precisamos falar sobre suicídio”, explica Karen.
Handemba Mutana, Líder de TikTok For Good no Brasil, diz que a #saúdemental tem mais de 4 bilhões de visualizações, o que mostra relevância do assunto. “Buscamos amplificar o alcance desse conteúdo, sugerimos uma troca de conhecimento entre diferentes instituições e os formadores, que devem produzir conteúdo até janeiro de 2014”, conta. “A diversidade de criadores também é uma forma de atingir um público mais amplo”, completa Mutana.
O TikTok também apoia o Centro de Pesquisa e Inovação em Tecnologia, Saúde Mental e Suicidologia, que realiza pesquisas nas áreas de saúde mental, bem-estar e prevenção ao suicídio relacionadas à tecnologia, inovação e redes desde agosto de 2022.
Rede de saúde mental
A Rede de Saúde Mental foi lançada no dia 4 de agosto em um evento no Sesc Paulista, em São Paulo. Até o dia 31 de janeiro, os participantes produzirão conteúdo semanal com as hashtags #SaudeMental e #RedeSaudeMental para incentivar discussões sobre saúde mental na plataforma.
Participam da ação Projeto Geni, IBEAC, Unicef, CVV, Casa de Marias, a psicóloga Renata Barbosa e os criadores Jairo Bouer, Spartakus, Dora Figueiredo, Carla Lemos e Dante Olivier.
Efeito Papageno
Para Karen Scavacini, a iniciativa é importante pelo “Efeito Papageno” – quando a divulgação de informações voltadas à prevenção é adequada, provoca a diminuição do comportamento suicida.
É preciso destacar que a adoção de estratégias de enfrentamento positivas diante do público com acesso amplo à mídia é fundamental para que esse fenômeno ocorra. “As pessoas buscam orientação de como agir e o que fazer, ensinamos onde buscar ajuda e, ao compartilharmos histórias de superação e esperança, conectamos pessoas.”
Números no Brasil
Em sua coluna, o psiquiatra Jairo Bouer destacou que o número de suicídios no Brasil tem crescido nos últimos anos. Segundo ele, com base nos dados divulgados pelo Anuário de Segurança Pública divulgado em julho, em 2022 foram 16.262 registros.
Em 2021, foram 14.475, o que mostra um aumento de mais de 12%. A taxa de suicídio aumentou de 7,2 por 100 mil habitantes em 2021, para 8,0 por 100 mil habitantes em 2022. Em média, 44 suicídios aconteceram todos dos dias no último ano no Brasil.
Onde encontrar ajuda
Tão importante quanto pedir ajuda é saber onde encontrá-la. O Instituto Vita Alere elaborou o Mapa da Saúde Mental que reúne várias opções de instituições de saúde mental espalhadas por todo o país.
O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
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