“Minha mãe era uma fortaleza”, diz o cineasta Rodrigo Moreira da Silva, filho de Deborah Paiva, que nos deixou mês passado, vítima de um câncer de pulmão. Durante o tratamento, ela recebeu a notícia
de que não poderia mais usar tinta a óleo, material que era praticamente a extensão de seu corpo. Assim, passou a usar guache, caneta e nanquim para “não perder a mão”, conforme ela mesma contava às pessoas
ao redor. Dessa fase, Deborah criou uma série de obras que batizou de Desenhos Anacrônicos da Velhice, um reflexo potente de seus últimos dias. No entanto, não foi a primeira vez que a artista transformou sua dor
em força criativa. Em 2010, Deborah perdeu a filha Juliana, também para o câncer, aos 34 anos. “O trabalho da minha mãe deslanchou com a morte da Juca, ganhando personagens sem faces, mas muito expressivos”, descreve Rodrigo, que costuma ver a irmã nas telas da mãe. Ao longo da vida, Deborah foi professora de pintura contemporânea em seu ateliê e no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, fazendo a diferença na formação de muitos artistas – e trazendo a certeza de que seu último suspiro deu início à eternidade de seu legado.
DEBORAH PAIVA
@deborahpaiva6043
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