Você já se perguntou sobre quais mulheres puderam ou podem bordar como passatempo e quais tiveram ou têm no borda- do o seu sustento e a garantia da comida na mesa?
“Historicamente, e até hoje, o bordado não é somente uma questão de gênero, mas também de classe social e de raça”, afirma a artista têxtil e professora de bordado Andrea Orue, que nos últimos anos tem investigado como as mulheres de sua família, latinas, afro-brasileiras, indígenas e migrantes no Brasil, encontraram forças para caminhar e seguir em frente mesmo diante de adversidades. “Quando eu mergulhei nessas histórias, me vi numa floresta densa e escura, sem nenhuma brecha de luz”, lembra.
Até que se agarrou a elas e seguiu sua intuição. “Invadi essa floresta e me vi herdeira, não de fortunas, mas de uma força que sempre esteve comigo.” Ela faz tricô desde criança e, há mais de dez anos, o bordado entrou em sua vida. “Busco me conectar comigo mesma e com outras mulheres que perpetuam a tradição do fazer manual latino-americano”, conta Andrea, dona da marca Primavera de 83, que vive a brotar.
PRIMAVERA DE 83
@primaverade83
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