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    Confira bons motivos (reais) para se dedicar ao autoconhecimento
    Mathieu Stern
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    O autoconhecimento é uma palavra nova no repertório linguístico de boa parte das pessoas. Defender a necessidade da terapia e práticas de autocuidado que possam contribuir para o bem estar psíquico é cada vez mais comum. A busca pelo autoconhecimento – um movimento de imersão que visa o encontro consigo mesmo – perpassa a evolução de diferentes sociedades humanas. Dos filósofos gregos aos adolescentes de hoje, nos perguntamos qual o nosso papel e propósito em vida.

    Embora um número significativo de pessoas dê pouca bola para a prática do autoconhecimento, ele está presente em diferentes momentos do dia. Em uma sessão de psicoterapia, na vivência de um retiro espiritual ou na devoção religiosa. “Autoconhecimento é sobre compreender os seus mecanismos, porque você faz as coisas da forma como faz, porque reage como reage e entender quais são as crenças e os princípios que te regem”, explica o escritor Gustavo Tanaka. 

    Dedicar um momento da semana ao autodesenvolvimento pessoal é compreender que há um investimento interior. E isso vai beneficiar a própria pessoa que busca um caminho de descoberta pessoal, mas ganha, como consequência, uma melhor convivência com o outro e com o mundo. “Capacita os indivíduos a explorar o seu potencial, conhecer seus gatilhos emocionais, compreender o funcionamento de sua mente e entender o seu lugar no Todo”, sugere Mariana Nahas, mentora e escritora. 

    Gustavo Tanaka é autor do livro “Não Deixe para Depois” (Planeta de Livros). Foto: Reprodução/ Instagram

    Por que o autoconhecimento é importante?

    Estabelecer metas significativas e alcançáveis; superar velhos desafios pessoais; desvendar a profundidade do ser humano; perceber suas reais necessidades; adquirir senso crítico; ser capaz de evoluir individual e coletivamente. A lista é longa, mas poderíamos elencar diferentes e importantes atribuições do autoconhecimento à vida. “O autoconhecimento ajuda os indivíduos a navegarem nos relacionamentos, contribuir positivamente e encontrar um sentimento de pertencimento e bem-estar psicológico”, crava Mariana Nahas.

    Para a especialista, indivíduos que dedicam energia e tempo em práticas que auxiliam o desenvolvimento humano tendem a atingir benefícios importantes. Por isso, essas pessoas costumam ser mais resilientes e satisfeitas, além de possuírem ferramentas melhores para lidar com os desafios da vida. “Ajuda a moldar as nossas interações, sistemas éticos e estruturas sociais, tornando-se um aspecto fundamental da existência humana.”

    Segundo Nahas, é comum que o aprendizado de leis, normas, regras sociais e disciplinas tradicionais sejam a base do conhecimento humano. No entanto, debates sobre as premissas que sustentam a felicidade e o bem-estar ainda são raros.

    Mariana Nahas é uma entusiasta de retiros e vivências. Foto: Instagram

    Como dar os primeiros passos

    Fernando Belatto é um praticante de artes marciais há tempos e os conhecimentos que adquiriu o ajudaram a fundar o método O-DGI. O Despertar do Guerreiro Interno é uma experiência que une artes marciais, meditação e autoconhecimento para uma vida mais consciente. O fundador defende que práticas que visam a reflexão interior são inerentes ao ser humano e importantes para o desenvolvimento pessoal. “Além disso, se eu não tenho autoconhecimento, sou tomado por impulsos, muitas vezes reativos, que me impedem de entrar em contato com uma dor ou com um passado dentro de mim”, reforça o especialista.

    Para ele, a prática da meditação é o que chama de “carro-chefe” para quem busca se conhecer internamente. A auto-observação também é necessária para que a tomada de decisões seja feita com consciência e discernimento. Além disso, os especialistas ouvidos pela Vida Simples dão orientações de como a prática do autoconhecimento pode ser exercitada.

    Fernando Belatto é fundador do método O-DGI. Foto: Reprodução/ Redes sociais

    6 caminhos para o autoconhecimento

    • Entrar em conexão com a natureza, como caminhar descalço na grama, contemplar a paisagem ao redor e se conectar com os elementos naturais;
    • Ouvir boas músicas que estejam alinhadas com o seu estilo musical;
    • Buscar iniciativas comunitárias de promoção ao bem-estar;
    • Procurar profissionais de saúde mental ou práticas integrativas reconhecidas pelo Ministério da Saúde;
    • Despertar a consciência a partir da prática da presença como forma de autoconservação e percepção dos seus impulsos. “Isso envolve uma compreensão mais profunda do próprio funcionamento interno e uma percepção aprimorada do mundo”, sugere Mariana Nahas;
    • Desenvolvimento de virtudes, que representem qualidades da alma e os dons do espírito. “Quando as desenvolvemos, podemos acessar as ferramentas para viver melhor no mundo e nos relacionar com as coisas”, defende Gustavo Tanaka. 

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