Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre pessoas neurodivergentes ou atípicas, embora o assunto tenha entrado no debate público com maior popularidade só nos últimos anos. A palavra foi cunhada pela socióloga australiana Judy Singer, no ano de 1988 e alerta para algo muito importante. A neurodiversidade não é uma doença que precisa ser curada, mas sim diferenças comuns entre nós, seres humanos, e que não podem ser alvo de preconceito ou bullying.
Entre as principais diferenças que uma pessoa neurodivergente pode apresentar, há a dislexia, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), autismo, síndrome de Tourette, entre muitas outras.
Se você assistiu a série Atypical (disponível na Netflix), deve ter aprendido bastante sobre como as pessoas com o espectro autista se comportam em sociedade, os principais desafios que elas enfrentam, preconceitos e a melhor forma de nos relacionarmos.
VOCÊ PODE GOSTAR
– O que aprendi com minha filha Down
– A igualdade é possível? Eu respeito você. Respeite-me também
Foi pensando nisso que, em busca de trazer maior visibilidade sobre o assunto, a Vida Simples reuniu cinco perfis que abordam o tema da neurodiversidade nas redes sociais e popularizam os conhecimentos acerca desse assunto, que ainda precisa ser melhor debatido na sociedade, escolas, empresas e governos.
Fábio Sousa – @seeufalarnaosaidireito
Fábio Sousa (Tio .faso) tem 39 anos e é autista diagnosticado tardiamente, além de pai de uma criança autista de quase 4 anos, e criador da página “Se eu falar não sai direito”. Ele tem trabalhado ativamente para conscientizar as pessoas sobre autismo e como incluir os autistas na sociedade.
Além de produzir conteúdos para o Instagram, incentivando o debate sobre a neurodiversidade, ele também publica textos que ajudam outras pessoas a se identificarem ou terem uma melhor relação com pessoas do espectro ao seu redor. Fábio também participa de congressos, eventos e entrevistas sobre o assunto.
Hoje, ele mantêm uma campanha de financiamento para o seu projeto, o “Se eu falar não sai direito“.
Victor Di Marco – @victordimarco
Victor Di Marco tem 26 anos, é ator e cineasta e começou a produzir vídeos para o Instagram com o intuito de debater temas relacionados às pessoas com deficiência (PCDs), especialmente o capacitismo, que nada mais é o preconceito que muitas pessoas reproduzem com PCDs.
Ele mora atualmente na cidade de Porto Alegre (RS) e seu principal conteúdo é composto de vídeos curtos nos formatos reels e IGVT, além de textos sobre temas relacionados ao assunto, como a paralisia cerebral e o acesso de PCDs em ambientes como escolas e empresas. Victor lançou recentemente o documentário “O que pode um corpo?”, que já esteve em diversos festivais de cinema pelo país.
Janaine – oh.tdah
Janaine é doutora em Biociências, mas já trabalhou com design de interiores e hoje mora no Canadá. Ela decidiu criar o perfil 0h.tdah para falar sobre o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Por ter sido diagnosticada só na fase adulta, ela procura compartilhar conhecimentos sobre o assunto por meio de stories, posts, vídeos e lives em seu Instagram.
Em uma de suas publicações, ela conta que “depois do diagnóstico muita coisa passou a fazer sentido, saiu das costas o peso da culpa e pela primeira vez me olhei em um espelho que não estava turvo. Eu me vi, como uma pessoa, uma pessoa que precisava de acolhimento, com suas batalhas e com suas dores, não apenas uma pessoa criada para ser produtiva e esconder a poeira em baixo do tapete.”
Família Tagarela – @mamaetagarela
A Família Tagarela é um perfil no Instagram que reúne quatro pessoas, a Thais, o Rafael, o Eric e a Mia, uma família neurodivergente que produz conteúdos informativos sobre TDAH e autismo.
O projeto foi criado em dezembro de 2014 e também reúne dicas de maternidade e paternidade por meio das próprias vivências. O objetivo é ajudar o maior número de mães e pais possível, mas sempre com uma pitada de humor, afinal de contas precisamos relaxar também e rir é sempre um bom remédio.
Além dos textos produzidos nas redes sociais, há também um blog, grupos no WhatsApp, Telegram e uma newsletter gratuita.
Carol Berger – @minhavidacomenzo_
Carol Berger é mãe e decidiu criar o perfil Minha vida com Enzo depois que o seu filho, diagnosticado com Síndrome de Down, nasceu. Nele, Carol compartilha o dia a dia da rotina de Enzo, os desafios de ser mãe de uma criança atípica, mas também momentos felizes e muito prazerosos, além de informações sobre a condição genética que o seu filho convive e a importância de debater a neurodiversidade.
Os comentários são exclusivos para assinantes da Vida Simples.
Já é assinante? Faça login