Seis dicas para um guarda-roupa minimalista
Além de trazer praticidade para o nosso dia a dia, um armário enxuto incentiva a sustentabilidade, a criatividade e é um bom exercício de autoconhecimento
Além de trazer praticidade para o nosso dia a dia, o minimalismo incentiva a sustentabilidade, a criatividade e é um bom exercício de autoconhecimento
Na Vida Simples já falamos sobre viver com menos e como o desapegar dos excessos abre espaço para uma vida com mais significado. Muitos leitores contaram como é desafiador fazer essa faxina no guarda-roupa. E isso acontece porque as peças carregam histórias — herança de uma avó querida, presente da tia que mora longe, surpresa de alguém de quem você sente saudades. E, por mais que tal roupa esteja lá parada há anos, é um desafio deixá-la ir. Há questões emocionais envolvidas e é necessário reconhecer que elas existem e acolhê-las. Assim, em uma relação gentil com aquilo que temos, o processo de escolher o que segue conosco e o que não nos pertence mais se torna mais leve.
Ao longo da vida nós vamos mudando. As experiências vividas ensinam, nos fazem crescer e nos tiram de determinada zona de conforto para nos levar a terrenos até então desconhecidos. “O vestir espelha essa transformação. As roupas que escolhemos são, na verdade, reflexo de quem somos por dentro”, diz Rachel Helidonis, consultora de estilo pessoal e entusiasta de um vestir simples e descomplicado.
Com a ajuda da Rachel, separamos seis dicas para te ajudar a adotar um guarda-roupa minimalista, que nada mais é do que aquele que possui o necessário, aquilo que você, de fato, usa. O principal é livrar-se dos exageros.
Para começar: o que importa para você?
Antes que qualquer peça seja retirada (ou colocada) das prateleiras, é preciso definir o que é importante para você quando o assunto são as roupas. Pense nas sensações físicas (como conforto, aconchego, praticidade) e psicológicas (adequação, status) que você busca ao se vestir. Essas definições são extremamente pessoais e vão nortear o processo de limpeza do armário.
Crédito: Amanda Vick | Unsplash
Com isso claro, entram em cena outros critérios, como o estado de conservação das peças, caimento e sazonalidade. Pode ser que você tenha um casaco de qualidade muito boa, com um caimento impecável, mas que não converse mais com sua essência. Logo, não faz sentido mantê-lo com você.
Não se prenda ao número de itens
Entretanto, há definições que limitam um armário cápsula a 33 ou 37 peças. Mas, mais do que os números, o que vale é avaliar o quanto esse itens representam sua identidade, a versatilidade deles e seu papel no guarda-roupa. Avaliar a linguagem da peça é fundamental para que não se tenha mais do mesmo ou para que não falte algo indispensável.
Prefira qualidade à quantidade
Logo, na hora de investir em novas peças, é importante considerar a qualidade delas. Mais vale uma camiseta de R$100,00 que você pode usar várias vezes do que uma de vinte que estraga na primeira lavagem. A matemática do custo-benefício é uma boa aliada nesses momentos: divida o preço total pelo número de usos que você, provavelmente, fará com aquela roupa. Outro ponto super crítico é o caimento. Às vezes, uma blusa é maravilhosa no cabide, mas, no corpo, não fica tão legal assim — não fecha, não permite o movimento dos braços, enfim.
Antes de se empolgar com alguma megapromoção, encare o provador e faça as contas. Quando falamos de consumo consciente, preferir roupas de mais qualidade, que foram feitas de forma ética, também faz toda a diferença e nos ajuda a escolher com mais critério.
Tamara Bellis | Unsplash
Para além das tendências, olhe para você
Dessa forma, não tem certo e errado — existe o que funciona para você. Tendências de moda vem e vão e, a cada estação, surgem novos itens “tem que ter” nas vitrines. Junto às novidades, os pré-requisitos: só pode usar tal coisa se seu corpo for assim ou assado. Esqueça isso. Vestir-se é também um processo de autoconhecimento. Um guarda-roupa minimalista precisa ter peças que reflitam quem você é — lembre que o intuito é usar cada um dos elementos várias vezes, em diferentes propostas. Olhou no espelho e se sentiu bem, teve a sensação de estar vestida de si mesmo? É o que basta.
Desapegue das categorias
Entretanto, muitos de nós temos o costume de dividir as roupas em categorias: as de trabalho, as de ficar em casa, as de fim de semana, e por aí vai. Acontece que, ao destinarmos determinada peça para um único espaço, as possibilidades de criarmos composições diferentes com o que já temos diminui muito — e, então, surge a necessidade de comprar mais coisas. A dica é versatilizar — o blazer do escritório pode compor uma produção mais despojada com jeans e tênis, por exemplo.
Além de ser financeiramente mais sustentável, essa prática permite que coloquemos nossa criatividade em ação. Outra sugestão é experimentar. Teste combinações mesmo que, a princípio, pareça que não vá dá certo. Misture tecidos, cores, estampas… O máximo que pode acontecer é você não gostar e ter que trocar de roupa.
Adote o uso coletivo
E quando surgir uma ocasião especial, como um casamento? Ir atrás de uma nova vestimenta para cada evento desses não é a melhor alternativa. O investimento é alto e a prática não é nada sustentável – afinal, a peça será usada pouquíssimas vezes e ficará parada no armário depois. Para esses momentos, a dica é pedir emprestado de uma amiga, buscar opções em brechós bacanas ou mesmo procurar por lojas que alugam roupas. É uma boa oportunidade para experimentar novas cores, combinações diferentes e usar os acessórios para dar seu toque de personalidade ao visual.
Rachel Helidonis – http://www.rachelhelidonis.com.br/
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