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Nós, Thelma e Louise
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As desculpas que damos a nós mesmos para não enfrentar medos ficam mais evidentes quando estamos prestes a viajar

É meu aniversário. De presente, faço o que gosto: comando meu carro pela estrada. Viajo pela Serra Dona Francisca (SC). Meu destino é uma pousada na montanha: Shanti Gaia – Terra de Paz, em sânscrito. O que me espera lá é uma vivência sobre saúde física e espiritual só para mulheres. No rádio toca a trilha de Thelma e Louise, o road movie dos anos 1990, sobre duas amigas e uma viagem. Canto e sigo sozinha. Convidei amigas. Mas ninguém veio. Uma correu em apoio à família: o gato deles morreu. Teve a que ficou em casa para o marido ir pescar. E a que se culparia por faltar à festa da filha da amiga. Uma tinha que visitar a sogra. Outra recuou porque repelente e frio da serra dão alergia.

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 De todos os obstáculos, meu preferido foi a teoria de que só resolvendo seu caos externo, ela seria capaz de viagem para encarar o caos interno. Acredito no contrário.

Viva com plenitude

Também já fui imprescindível em casa. Até que, numa viagem sem telefone, fui derrubada por uma angustiante dor nas pernas. Então conheci um curandeiro que receitou desapego e foco na jornada. Quando esqueci do pessoal de casa, a dor sumiu e olhei para mim mesma. Gostei do que vi (confesso que não de tudo) e me senti livre e acordada – como na fala de Thelma, no filme, cruzando os EUA no Thunderbird conversível. É a cena da virada, quando a dupla
irrompe livre de normas sociais e recupera o controle de suas vidas.

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 Aprendi com as mulheres na pousada. Das ausentes tirei outra lição: viver em plenitude exige fazer escolhas mesmo não agradando a todos. E fiquei feliz por ter escolhido viajar no meu aniversário na companhia da pessoa mais importante para mim: eu mesma.

Juliana Reis é uma viajante em busca de histórias, pessoas, lugares e experiências que a modifiquem. @viagenstransformadoras

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