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    Fuja desses itens perigosos para pets, alertam veterinários
    Justin Veenema
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    Adotar um animal doméstico é uma decisão muito importante e que exige cautela. Os pets, como são conhecidos, são companheiros que dividem e partilham momentos memoráveis ao lado de seus tutores. Mas é preciso ter atenção na dosagem de amor e nos itens utilizados para o cuidado destes animais. Produtos como sapatos, roupas e perfumes específicos para pets precisam passar pela orientação de um médico veterinário.

    Sabemos que nem sempre é fácil fazer essa curadoria de produtos e objetos, já que o sentimento da maioria dos tutores é de amor, gratidão e companheirismo com os animais. Mas esse tipo de comportamento, segundo os pesquisadores, pode significar uma antropomorfização. Ou seja, atribuir sentimentos e comportamentos humanos a gatos e cachorros, por exemplo. “Embora seja natural que os tutores desenvolvam um vínculo emocional forte com seus pets, é importante reconhecer os perigos e limites dessa relação de humanização”, explica o médico veterinário Mauricio Tomaz, responsável pela Pet Tech iDog.

    Particularidades dos animais

    A antropomorfização, embora comum, precisa ser observada com cuidado para que as necessidades específicas de bem-estar e saúde dos animais sejam respeitados. Mauricio Tomaz explica, aliás, que alterações no comportamento dos pets podem gerar problemas de saúde como obesidade, deficiências nutricionais e comportamentais.

    “Existem muitas maneiras saudáveis de se relacionar com os animais de estimação. É possível amá-los, cuidar deles e tratá-los com respeito e compaixão, sem projetar características e comportamentos humanos”, explica. Essa relação entre tutores e animais domésticos tem gerado, inclusive, um certo crescimento de produtos e adornos específicos para pets, como roupas e perfumes.

    Para Carolina Machado, responsável pelo estudo “Antropoformização: prós e contras“, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), é comum haver a presença de elementos externos às características naturais dos animais. “Este fato pode ser facilmente visualizado, principalmente em cães que são adornados por seus donos com objetos como roupas e acessórios geralmente dispensáveis a sua condição animal e muitas vezes semelhantes aos usados por seus donos”, aponta no estudo.

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    Perfumes em pets são realmente necessários?

    Para Mauricio Tomaz, da iDog, o uso de perfumes em gatos e cachorros é algo dispensável e que pode trazer reações aos animais. Embora seu uso seja autorizado e não haja nenhum impedimento, é importante conhecer bem o seu animal antes de comprar um produto desse tipo.

    “Os tutores precisam levar em consideração que tanto os gatos quanto os cachorros têm um olfato altamente desenvolvido e sensível, que desempenha um papel fundamental em sua comunicação e interação com o ambiente”, explica o médico veterinário.

    Os perfumes não são proibidos, mas podem afetar o olfato do animal, o reconhecimento de alguns cheiros naturais e, a depender da sensibilidade, pode haver alguma irritação ou alergia. “Os gatos, por exemplo, têm glândulas odoríferas em seu corpo e usam a marcação olfativa para estabelecer território e se comunicar com outros gatos”, destaca o especialista. Por isso, especialmente nos felinos, pode haver uma alteração no comportamento natural e causar desconforto.

    Sapatos e esmalte para unhas em pets

    Pode até parecer estiloso e chamar atenção das pessoas ao redor, mas o uso de sapatos e até mesmo de esmalte nas unhas dos animais são coisas que exigem bastante cuidado. Para Mauricio, há situações específicas em que o uso de sapatos é recomendado, como lugares com objetos pontiagudos, pedregosos ou terrenos ásperos. Isso evita com que haja alguma lesão às patas do animal.

    Mas, cuidado. Os coxins, as “almofadas” que se localizam abaixo das patas, são importantes fontes de trocas de calor durante o dia. Por isso, é necessário evitar o uso em ambientes quentes. “Os sapatos podem interferir esse mecanismo natural, dificultando a dissipação do calor. Em ambientes quentes, eles podem reter o calor e aumentar o risco de superaquecimento”, destaca o especialista.

    No caso dos esmaltes, apesar de parecer charmoso, pode trazer intoxicações, alergias e prejuízos à saúde dos pets. “Eles podem apresentar coceira, vermelhidão, inflamação ou outros sintomas de reações alérgicas nas patas e áreas adjacentes”. Além disso, todo o processo pode gerar ansiedade e medo nos animais, já que é algo desconhecido aos bichos.

    Roupas e carrinhos de bebês

    Além de representar um estilo e gosto pessoal dos tutores, as roupas podem ser úteis em condições climáticas extremas, como temperaturas baixas no inverno. Ainda assim, o médico veterinário orienta que é sempre importante avaliar se o animal demonstra estar se sentindo confortável com uma vestimenta ou adereço.

    Os animais possuem um sistema natural de regulação da temperatura e o uso excessivo de roupas pode prejudicar a própria percepção do pet. Também “evite peças com partes pequenas que possam ser facilmente engolidas ou causar asfixia. Fios soltos, botões ou outros elementos decorativos podem ser mastigáveis e representar um risco de ingestão ou sufocamento“, acrescenta o médico veterinário.

    No caso dos carrinhos de bebês, seu uso tem orientação apenas em casos específicos, como animais com dificuldades de locomoção ou áreas urbanas com mobilidade limitada. Mas é importante avaliar se o carrinho é bem ventilado e permite ao animal ter estímulos sensoriais com o ambiente. “Alguns pets podem se sentir desconfortáveis ou estressados em um carrinho de bebê, especialmente se não estiverem acostumados a ele”, explica Mauricio Tomaz. Por isso, aos primeiros sinais de desconforto, é preciso reconsiderar o uso.

    Outros objetos que devem ser evitados pelos tutores

    • Brinquedos inapropriados: certos brinquedos podem representar riscos de asfixia, ingestão de partes pequenas, obstrução intestinal ou ferimentos. Evite brinquedos com peças pequenas, cordas soltas, enchimentos facilmente removíveis ou materiais tóxicos.
    • Coleiras e peitorais: certifique-se de que esteja confortável e não cause fricção excessiva na pele. Evite coleiras apertadas demais que possam restringir a respiração ou causar desconforto.
    • Camas e cobertores: Evite materiais que os animais possam facilmente rasgar, mastigar ou engolir. Tenha certeza de que os materiais sejam laváveis e hipoalergênicos para evitar irritações na pele ou reações alérgicas.
    • Comedouros e bebedouros: Evite recipientes de plástico que possam conter substâncias tóxicas ou serem suscetíveis a mordidas.

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