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Fazer de propósito
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A busca por algo que norteie produtos e serviços deve ser pautada por um objetivo claro e de valor real

Sempre me questionei sobre o real papel da publicidade, do design e da comunicação. O simples objetivo de vender algo, às vezes, me incomoda. A comunicação, ao longo dos anos, exerceu papéis diversos. Já levou ditadores ao poder, criou demandas sem necessidade, e também salvou animais e protegeu pessoas de acidentes de trânsito.

Hoje, busca-se por “propósito”. Uma empresa de cosméticos que pretende mudar o mundo com matéria-prima sustentável; ou um carro que promete levar você mais longe (na vida). O que é, de fato, propósito para as marcas? Se os discursos são verdadeiros, precisariam ser comunicados? Se os modelos ideais de beleza, de casa, de vida não servem mais, o “não modelo ideal” seria então o novo ideal de modelo? Existem empresas que já nasceram com a sua verdade… porém outras estão em busca de algo para se diferenciar. E é aí que mora o perigo.

Busca por propósito

Me fascina no design e na comunicação encontrar maneiras diferentes de passar mensagens, mas cada vez mais me questiono sobre cada uma delas. Elas precisam ser verdadeiras, mais do que com propósito. Ser verdadeiro é assumir o papel no qual de fato você acredita ou tem como objetivo. Uma imobiliária querer vender um novo prédio não tem nada de errado. Dizer que o apartamento possui garagem para bicicletas não precisa ser um propósito, mas apenas o reflexo da vida atual, que não depende mais do carro. E isso não é propósito. É uma nova realidade e pode ser vendida com uma comunicação diferente e inovadora.

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Acho que, nessa busca por propósitos, marcas e produtos podem correr o risco de perder a sua verdade. Estariam as marcas pintando um mundo melhor só para vender propósitos? Ou é de verdade? Não sei. Prefiro fazer a verdade, de propósito.

Teresa Guarita Grynberg é designer, obcecada por novos olhares, e sóciafundadora do Estúdio Colírio, que fez o projeto gráfico da Vida Simples. @estudiocolirio

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