Organizar as contas e direcionar o salário ao final do mês é uma angústia para muitas pessoas. Quase sempre não sobra, rende apenas para o básico e as prioridades se acumulam: aluguel, água, luz, IPVA, IPTU. Viajar? Talvez visitar a família que vive no interior ou um amigo que mudou de cidade. Investir o tão suado dinheiro em atividades de lazer, como uma viagem, não é tarefa simples, exige planejamento e bastante cuidado.
“Conheço 20 países e inúmeras cidades. Sou rica? Não. Planejo com antecedência todas as minhas viagens? Sim, e, na maioria das vezes não usei agências de viagens”, explica Cristina Moraes. Ela, que é consultora financeira e coach defende que a palavra-chave para realizar uma viagem bem sucedida é o planejamento.
Passo a passo para realizar uma viagem
Primeiro, defina o destino. Não adianta fazer isso às pressas ou por impulso. Escolha um lugar que interesse a você e que caiba no bolso. Cristina Moraes orienta que isso deve ser feito pelo menos três meses antes, se for um destino no Brasil. O prazo se estende para seis em viagens internacionais. “Desta forma, você pagará menos nos gastos maiores: passagens e hospedagens”, orienta a especialista.
Em seguida, passe a buscar programas, sites e oportunidades que favoreçam você. Uma delas é utilizar cartões de crédito que ofereçam programas de milhas. Assim, a depender da situação, é possível ter acesso a passagens gratuitas. Outra orientação é estar atento às promoções e sites que realizam curadorias de preços, como Skyscanner, GoToGate e Kayak.
O terceiro passo é buscar uma hospedagem. Mas para a coach, esse fator é bastante relativo. Há pessoas que se viram bem em um hostel compartilhado, já outras preferem ambientes mais formais, como um hotel. Em relação ao transporte, passeios e refeições, o mais recomendado é realizar buscas em plataformas de redes sociais.
“Para os gastos com refeições, você deverá considerar almoço e jantar, seriam duas vezes o valor de referência”, diz Cristina Moraes. A consultora explica que o conjunto de todos os gastos ajudam a dimensionar o valor da viagem. Mas é preciso acrescentar 10% em cima do valor final para cobrir imprevistos.
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Como economizar para uma viagem?
Para uma viagem de curto prazo, o melhor caminho é realizar um investimento que ofereça liquidez e pouco risco, ainda que tenha pouca rentabilidade, de acordo com Beatriz Maluf, educadora e consultora financeira para mulheres no Movimento Brígidas. Para ela, uma das opções indicadas é o Tesouro Selic, que funciona como um empréstimo ao governo e, em troca, você recebe de volta o rendimento com juros compostos.
Segundo Cristina Moraes, o recomendado é não recorrer à poupança, já que a rentabilidade é baixa. “A sugestão é guardar o dinheiro em um fundo de renda fixa ou um CDB com possibilidade de resgate a qualquer momento”, orienta.
Além disso, Beatriz Maluf afirma que é importante saber o salário real e os gastos fixos mensais para entender o que sobra. Depois disso, o passo seguinte é avaliar o que pode ser reduzido, eliminado ou essencial. Faça isso em uma planilha, bloco de papel ou aplicativo de organização financeira. “Feito isso, é necessário estudar a quantia que você ou sua família conseguem poupar por mês”, destaca.
É importante definir um prazo para que isso aconteça, assim fica mais simples organizar as datas. “Outra dica é fazer uma média diária de quanto, com o dinheiro acumulado, você poderá gastar por dia. Caso isso seja ultrapassado em algum dia na viagem, compense em outro”, acrescenta Maluf.
Dicas importantes
1. Para Cristina Moraes, é importante evitar viagens nos períodos de alta temporada, como Natal, Ano Novo e carnaval. Optar por uma viagem em um mês atípico ao turismo garante maior comodidade, preços mais baixos e pontos turísticos com menor fluxo de pessoas;
2. Planeje-se antes da viagem e evite comer em rodoviárias e aeroportos. Os valores são maiores e a comida nem sempre é tão boa;
3. Em uma viagem ao exterior, entenda antes como funciona o clima do país. “Se você não tem roupas adequadas para clima frio, por exemplo, faça uma pesquisa se não é mais barato comprar no próprio destino, diz Cristina Moraes. Leve em consideração a qualidade do tecido, já que as roupas de inverno comercializadas no Brasil são propícias para a nossa realidade. Não tente viajar para a Islândia com um casaco feito para o inverno paulista;
4. Se pretende realizar compras, reserve um espaço adicional na mala. Para Cristina Moraes, isso evitar pagar bagagem adicional na volta para casa;
5. Se faz uso de algum medicamento, não esqueça de levar a receita ou a quantidade necessária para os dias em que estiver fora. No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores têm uma lista de tradutores juramentados que podem realizar a tradução desses documentos;
6. Faça um seguro viagem, caso ache necessário, ou inclua gastos com saúde.
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