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Nossa casa, nosso coração: energia para o lar
Tina Dawson | Unsplash
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Neste artigo:


Uma casa não pode sufocar o que temos de mais belo, muito pelo contrário. Deveria sim ser um espaço onde reconstruímos a nós mesmos. Veja como transformar a energia do seu lar.

Somos todos cercados por símbolos que influenciam bastante a maneira como vivemos. Que tal partirmos para esta observação por um lugar de fácil reconhecimento para você? Sua casa. O lugar onde você dorme, acorda e faz suas refeições na maioria dos dias. Consegue perceber como ela evidencia a maneira como você vive? Móveis e objetos acomodados de forma a reforçar aquilo que você acredita?

De certa maneira, antigas habitações, eram pensadas assim também. Porém com um detalhe importante. Sua construção acontecia de forma que não interagisse somente com o habitante, mas também com a natureza. Um desenho planejado em relação aos pontos cardeais, ao vento, ao nascer e pôr do sol, aos rios e florestas. Criado para que não agredisse a ambos. Nem ao homem e nem a natureza. Verdadeiros templos convidativos a elevação da consciência humana. Uma técnica que infelizmente já não utilizamos mais.

Assim, ao longo dos anos, infelizmente deixamos de lado essa sabedoria e passamos a construir casas nada adequadas para nós seres humanos. Edificações incapazes de interagir com a natureza externa e principalmente interna. Casas cada vez mais sem sintonia e distantes do que necessitamos, afetando diretamente nosso modo de viver.

Reciclar energias

O ideal de uma casa humana não deveria consistir em luxo ou ostentação e, sim, em um ambiente que nos possibilitasse a refazer nossa essência, trazendo equilíbrio e quietude para acertar as contas com nossa própria natureza interior.

Curiosamente, a maioria dos animais não necessitam de uma casa como nós seres humanos necessitamos. Edificamos nossas casas para nos retirar e garantir nossa intimidade. Algo que nos ajude a reciclar harmoniosamente. Feito para voltar, descansar, e assimilar o que se passou no dia. Sem esse momento, seria impossível absorver tantas ações diárias.

Assim como a natureza que amplia e recolhe, expandimos durante o dia saturados com tantas informações, para nos aconchergarmos durante a noite em nossos refúgios. E seguir heroicamente em frente.

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Uma casa deve nos puxar para cima

Já se perguntou o que seria indicado para a construção de uma casa que poderia nos influenciar a tal ponto de alcançar uma determinada relação com nossa própria natureza? Por que criar determinados ambientes em casa? O que eles deveriam nos proporcionar? Qual o estado de espírito que gostaríamos de provocar em nós mesmos através dos ambientes?

A resposta é uma só. Mergulhar dentro de nós mesmos para encontrar serenidade. Um breve descanso para retomar as energias.

Uma casa não pode ser criada para nos eclipsar e, sim, nos fazer presentes. Um estimulo para lembrar quão sintonizados podemos ser. Um lugar que enalteça atitude e informação, recordação e identidade. Um ponto de encontro com nós mesmos. Um lugar de restauro que não deixa esquecer quem somos e onde queremos chegar.

Porém não damos bola para isso. Seguimos modismos que não tem nada a ver com nossas reais necessidades. Vivemos de maneira requintada e opulenta, porém nada adequada a nossa verdadeira natureza.

Caixa de recordações

Uma casa digna nos expande e faz nos enxergar dentro dela. Quadros, livros, pequenas recordações espalhadas pela casa para que possamos nos lembrar a todo momento de quem somos.

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Cada um desses pertences traz uma marca. Uma forma de encarar a vida. E se absorvermos esses atributos dentro de nossas casas, isso nos influenciará. No coração. Neste espaço de reencontro. Onde cultivamos uma relação saudável com nossas memórias. Colecionando uma a uma dentro dele. Coisas que guardamos como lembretes. De quem somos. Reunindo objetos que remetam a algo sagrado para o nosso cotidiano. Que nos ajuda a trabalhar com carinho com o objetivo de construirmos a nós próprios.

Leia todos os textos da coluna de Clô Azevedo em Vida Simples.


CLÔ AZEVEDO (@cloazevedo_designafetivo) é arquiteta e acredita que a casa é uma extensão das vidas que a habitam. Desenvolve projetos de design de interiores afetivos para conectar pessoas com suas histórias, inspirando a reinventar seu próprio espaço, morar bem e viver melhor. Seu site é designafetivo.com.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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