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Uma conquista de vida merece uma celebração à altura
(Foto: Fauzan Saari/Unsplash)
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Com quase 40 graus de temperatura e um monte de jornalistas me esperando no aeroporto de Madrid, desembarquei naquela primeira semana de julho de 2015 para iniciar minha aventura no Real Madrid, maior clube do mundo, com o selo de defensor mais caro da história do clube.

Tinha 23 anos e uma boa experiência no futebol europeu depois de quase quatro anos no FC Porto, de Portugal.

Eu me portava maduro, seguro e, de certa forma, até frio com tudo aquilo. Arriscava algumas palavras em portunhol, ensaiando um jovem feliz, mas sério e comprometido. Tinha chegado ao tão sonhado “lá”, porém algo me fazia demonstrar estar pouco empolgado. Estranho, né?

Chegou o dia da grande apresentação, quando um evento muito bonito acontece no Estádio Santiago Bernabéu. Com um terno que tinha comprado um dia antes de vir para Madrid, sem ao menos ter tido a preocupação de buscar um feito sob medida, enfim fui com meus empresários e grandes amigos para a cerimônia.

Estava muito emocionado, realmente me sentindo realizado quando o presidente do clube, Florentino Perez, tomou a palavra para me apresentar. Depois, passeamos pela sala de troféus, onde ele me explicou cada uma das conquistas. Eu, comovido, mas, confesso, mantendo o semblante mais sereno do que realmente estava.

Descemos até o vestiário, e lá avistei “Danilo 23”. Meu lugar. Me troquei, e me lembro do orgulho que aflorou ao sentir aquela camisa branca no meu corpo. Estava em êxtase por dentro.

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Teve um momento ali no qual minha cabeça foi lá para Bicas, no campinho de terra onde jogava na minha infância, e voltou. Foi um dia inesquecível, mas ainda assim faltava alguma coisa.

Anos depois, me dei conta do que era. Não tinha ninguém da minha família! Achei que a logística seria difícil, porque logo eu viajaria em pré-temporada e ficaria muitos dias fora. Que ideia a minha…

Muitas vezes a vida nos empurra a seguir adiante, sem reparar nos grandes feitos que temos conseguido, e a normalizar tudo. Hoje tenho consciência de que deveria ter me empolgado mais, me emocionado mais. Ter preparado melhor a roupa, o discurso, as companhias daquele momento.

Só nós sabemos quais são as dificuldades do percurso. Por isso, mais do que esperar reconhecimento externo, que tal começar hoje a celebração de suas conquistas?

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Conteúdo publicado originalmente na edição 273 da revista Vida Simples

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