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Por que o cinema nacional precisa de um dia só pra ele?
Uma das mais recentes produções do cinema brasileiro, Grandes Sertões é inspirado no clássico atemporal escrito por Guimarães Rosa (Foto: Gustavo Hadba/Divulgação)
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Dia 19 de junho é Dia do Cinema Brasileiro. Tem algumas datas que seguem a mesma lógica: o Dia da Consciência Negra, o Dia da Mulher. Uma data comemorativa foi criada, mas, na verdade, não festeja nada.

Simplesmente é um dia para lembrarmos de algo ou alguém que nunca foi lembrado como deveria. Ou, ainda, a quem não foi dada a devida importância no decorrer da história.

Assim como é um disparate e contrassenso ter um dia para lembrar de mais da metade da população brasileira, tanto quando falamos de negros, quanto de mulheres, não deveríamos precisar do dia do cinema nacional para entender a sua importância e potência como entretenimento e resgate da nossa identidade cultural.

Como surgiu o dia do cinema?

Registros mostram que o dia 19 de junho teria sido a data das primeiras imagens feitas com cinematógrafo no Brasil.

Isso foi no ano de 1898, pela lente do italiano Afonso Segreto, que entrava na Baía de Guanabara vindo da França, a bordo do navio Brésil.

Tudo isso para fazer a pergunta que não quer calar: qual foi o último filme brasileiro que você assistiu? Se não se lembra, vamos agarrar esta oportunidade. Então, deixo aqui duas dicas de filmes: uma em cartaz e outra no streaming para você experimentar.

Dicas de filmes brasileiros para você conhecer

Está em cartaz Grande Sertão, de Guel Arraes. É uma superprodução brasileira que faz uma releitura do clássico de Guimarães Rosa.

Tem gente que acha que obras assim não são adaptáveis; eu avalio que obras tão grandiosas assim são atemporais e, por isso, se adaptam aos tempos.

Inclusive, este é um dos seus papéis: reler o presente. Revisitar a história de Riobaldo e Diadorim nos cinemas com Caio Blat e Luisa Arraes é transportar para os dias de hoje a disputa de poder que compõe o ser humano. Mas também as diversas formas de amor. Inclusive, merece a telona — é um ótimo entretenimento de ação.

A diversidade do cinema brasileiro

Sem Coração está na Netflix e foi o longa brasileiro apresentado no Festival de Veneza em 2023. Sim, temos cinema brasileiro nos festivais de cinema internacionais, que carregam nossa cultura e expõem nosso modo de vida.

É uma janela importante para o crescimento da indústria e as plataformas de streaming estão atentas a isso. Sem Coração, de Nara Normande e Tião, conta uma história de rito de passagem de adolescentes que estão vivendo sua sexualidade, experimentando o mundo e percebendo as diferenças sociais.

Se passa em Alagoas e, também por isso, nosso cinema contemporâneo é importante: mostra as diversas facetas, belezas e mazelas do Brasil, com diferentes histórias para contar.

Mergulhe de coração aberto, sem preconceitos ou limitações. Costumo dizer que o cinema é muito menos sobre gostar, do que sobre apreciar a experiência. Experimente! Afinal, é rico, diverso e é retrato de quem somos.


Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião da Vida Simples.

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